Mentiras

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— Não é a ideia mais sábia do mundo seguir uma delegada da civil. — Heloísa surpreendeu Patrícia surgindo na janela do carro dela que estava parado do outro lado da rua na escola da Drika.

— Não tô seguindo você, só queria ver minha filha. — Patrícia disse saindo do carro.

— Montar campana em frente a minha casa e me seguir até a escola da minha filha, sim, eu posso abrir um chamado contra você por me perseguir. — Helô disse. — Inclusive já tem uma medida protetiva contra você.

— Não me aproximei dela, estou a mais de dez metros longe. — Patrícia disse. — E ela é minha filha, não sua. — Patrícia disse brava. — Essa ilusão que você e o Stenio criaram não é real e por mais que vocês digam isso, ela não é sua e talvez nem dele.  — Patrícia disse e Helô perdeu o tom. — É isso mesmo, ela pode não ser nem filha dele.

— A próxima vez que você tentar seguir a minha família ou ficar rondando os lugares que a gente frequenta, você vai direto pra cadeia. — Helô disse.

— Ele nunca pediu DNA, acreditou no que eu disse porque ele era louco pra ter um filho e você só se importava com a sua carreira, eu sabia que se falasse que a menina era dele, ele ia ficar comigo. — Patrícia disse.

— A Drika é nossa filha e nada importa porque a gente ama ela mais que tudo e se você fosse realmente a mãe dela, colocaria o bem estar dela acima de tudo. — Helô disse plena e tranquila. — Esteja avisada, se continuar perseguindo a minha filha, vou chamar a polícia.

— O nome disso é abuso de autoridade. Estou na rua e a rua é pública. — Patrícia disse com deboche.

— Depende, se for a dez metros de uma menor que você tentou raptar, configura outra coisa. — Helô disse.

— NÃO TENTEI RAPTAR, SÓ QUERIA PASSAR UM TEMPO COM A MINHA FILHA, TENHO ESSE DIREITO. — Patrícia disse.

— Subtrair ou Tirar um menor de qualquer lugar sem autorização dos responsáveis legais, que no caso sou eu e o Stenio é considerado rapto ou sequestro, como quiser chamar. — Helô disse.

— Isso não vai ficar assim, vocês não perdem por esperar! — Patrícia disse entrando no carro e saindo furiosa.

Alguns minutos depois, o sinal tocou e Drika saiu da escola.

— Por que você não trouxe o Bê? — Drika perguntou, Helô sempre levava ele.

— É que ele tá super enjoadinho por causa dos dentes que estão nascendo... — Helô disse.

— Ele chorou a noite toda né! — Drika disse.

— Foi, desculpa ter te acordado... — Helô disse.

— Tá tudo bem mãe, ele não fez por mal e é bebê, não entende! — Drika disse defendendo o irmão. — Eu vi um vídeo que a mãe fez picolé de leite pra ajudar...

— É? Então quando a gente chegar em casa você me mostra esse vídeo, eu e seu pai estamos aceitando qualquer coisa! — Helô disse rindo, tinha quase quatro dias que ela e Stênio não estavam dormindo.

— E o escritório do Papai fica pronto quando? — Drika perguntou.

— Final do mês... — Helô disse sorrindo.

— Mas ele nem tá tão feliz.... — Drika disse.

— Claro que tá filha.... Mas ele está preocupado de não dar certo de novo, de não  conseguir clientes como antes.... — Helô disse.

— Ah, entendi, eu acho! — Drika disse.

— E como foi hoje na escola? — Helô perguntou e Drika foi contando para ela e enquanto ela dirigia pra casa, mas dessa vez, sem ser seguida, porém, tentando digerir a bomba que Patrícia havia jogado nela.

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