⁰⁶ 🍂 | O vento do inverno não é tão frio quanto parece

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Voltei ♡

A luz, fraca e dourada, peneirava pelas persianas, desenhando padrões tremulantes no tapete felpudo

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A luz, fraca e dourada, peneirava pelas persianas, desenhando padrões tremulantes no tapete felpudo. Jake piscou várias vezes, tentando clarear a visão. A cabeça latejava como um tambor surdo, e o quarto, antes familiar, agora era um labirinto de sombras e contornos desconhecidos. O teto, branco e impessoal, girava lentamente, como um pião desequilibrado.

Com dificuldade, sentou-se na cama. O corpo doía como se tivesse sido atropelado por um trem. O ar estava carregado de um perfume estranho, amadeirado e levemente adocicado, nada familiar ao seu olfato.

As paredes, adornadas com quadros de paisagens serenas, pareciam encará-lo com um olhar impassível. Livros antigos, encadernados em couro, cobriam as prateleiras, como soldados em formação. E obviamente, o que não poderia faltar, um cama grande o suficiente para caber 3 pessoas.

Passou a mão pela testa, sentindo o suor frio escorrendo por sua pele. Onde estava? O que havia acontecido? A memória era um véu fosco, e a confusão se instalava em seu peito como uma névoa densa.

Aquele não era o seu quarto. Aquele não era o seu mundo.

- Acordou, finalmente - a voz suave de Heeseung, fez Jake virar o rosto na direção da porta. Lá estava Heeseung, encostado casualmente no batente, observando-o com um olhar difícil de decifrar.

Suas roupas casuais contrastavam com a atmosfera elegante do quarto, e seus cabelos estavam jogados para trás de maneira descuidada, como se também tivessem acabado de acordar.

Jake sentiu o coração disparar no peito, como um pássaro preso em uma gaiola. Com dificuldade, se sentou na cama. Os olhos ardentes, ele tentou se concentrar, mas a imagem de Heeseung, com aquele olhar tranquilo e profundo, o distraía.

A figura de Heeseung era como um bálsamo sobre suas feridas, acalmando a tempestade que se agitava em seu interior. A dor ainda estava lá, mas a presença de Heeseung a tornava um pouco mais suportável.

Sua mente girava, mas as peças do quebra-cabeça da noite anterior não se encaixavam. Ele olhou para baixo e viu o tecido macio de um pijama que não reconhecia, desenhos sutis e elegantes se entrelaçavam no tecido.

- Heeseung, o que aconteceu? - A voz de Jake saiu rouca, entremeada pela confusão. Ele passou os dedos pelo material do pijama, tentando encontrar algum sentido naquela situação bizarra. - De quem são essas roupas?

Heeseung deu um passo à frente, uma sombra atravessou seu rosto enquanto ele puxava um cigarro do bolso. Ele acendeu-o com uma destreza que sugeria um hábito antigo, a fumaça subindo suavemente antes de ser dispersada pela corrente de ar da janela aberta.

- Minhas - respondeu ele, o som suave de sua voz carregando uma nota de indiferença. Os olhos de Heeseung não encontraram os de Jake enquanto tragava o cigarro - Essa é minha casa.

O silêncio entre eles pendurava como uma teia delicada, prestes a ser rompida com qualquer palavra mal colocada. Jake tentou organizar seus pensamentos, mas a dor pulsante em sua cabeça tornava tudo mais difícil.

Silent Cry 2 | Laços de sangue (JakeHoon)Onde histórias criam vida. Descubra agora