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Há alguns meses atrás minha vida havia virado de ponta cabeça, era uma tarde normal em que eu voltava da escola até que recebo uma ligação, aquela maldita ligação

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Há alguns meses atrás minha vida havia virado de ponta cabeça, era uma tarde normal em que eu voltava da escola até que recebo uma ligação, aquela maldita ligação.

-Alô?- Eu digo ao atender

-Você é Claire Dupont? Contato de emergência de Louis Dupont?- Meu coração gela e eu me levanto da cadeira rapidamente

-Sou sim, ele é meu pai. Aconteceu alguma coisa?

-Houve um acidente, perto da cidade de Lacave, hoje de manhã.- ouço a pessoa do outro lado da linha respirar fundo- Ele estava em um carro, ele e mais três homens.

-Tem a identificação dos três homens?- Eu pergunto com lágrimas nos olhos

-Caius, Pierre e Blaise Dupont. Conhece?

-Meus irmãos, mas o que aconteceu? Como eles estão?

-Eles estavam dirigindo em direção a Rocamadour e... O carro deles colidiu com algo e... Despencou de um desfiladeiro.

-E como eles estão?!

-Sinto muito, não houve sobreviventes.

Em segundos eu estava no chão chorando a morte dos meus três irmãos mais velhos e de meu pai.

Mamãe pareceu não se importar muito já que em questão de um mês arrumou um novo namorado, que não me agradava nem um pouco.

Eu subia o vilarejo da pequena cidade no sudoeste da França, com minha pequena mochila.

-Boa tarde, Claire!- O senhor Durval da padaria me cumprimenta

-Boa tarde!- eu sorrio e vou até ele- Como o senhor está?

-Estou bem, e como está a florzinha do meu dia?

-Estou deixando a vida me levar, sei que ela me reserva algo bem grande.- falo olhando para o mar

-Uma menina tão boa como você, sei que terá um destino maravilhoso!

-Olha os pães quentinhos saindo do forno!- Dona Maria diz saindo da cozinha- Claire! Que bom te ver aqui!

-Oi, dona Maria!- Senhor Durval separa alguns pães para mim- Obrigada! Quanto fica?

-Para a nossa flor, de graça!- Dona Maria diz abraçando o marido

-Claro, imagina que cobrariamos de você!- Ele diz

-Obrigada, tenho que ir. Mamãe pode ficar preocupada!- eu digo olhando o relógio- Tchau, até amanhã!

Era mentira, minha mãe não sentiria a minha falta nem se fosse 4 da manhã, na verdade eu queria chegar antes do meu padrasto e me esconder.

Eu continuo subindo até chegar em minha casa

Eu entro tentando ser silenciosa e vou na ponta do pé até a cozinha e guardo os pães vendo uma foto minha e dos meus irmãos na geladeira.

-Tentando se esconder?- Meu padrasto pergunta sentado na cadeira com uma cerveja na mão e se levanta

-Cadê a minha mãe?- Eu falo recuando indo até meu quarto lentamente

-Ela foi ao mercado.- Ele diz colocando a cerveja na mesa e eu tento correr mas é em vão já que ele me puxa com facilidade

-Me solta!- Eu digo chorando e ele segura meu rosto

-Você não tem o que fazer.- Ele diz me segurando com força e me leva até o sofá

-Socorro! Por favor!- Ele me da um tapa na tentativa de me calar e começa a levantar a minha blusa- Não, por favor...

-Você quer isso tanto quanto eu.- Ele abaixa o short e eu fecho os olhos

-Sabe que eu vou contar tudo para minha mãe!- eu grito chorando e ele rasga as mãos minhas roupas

-Ela nunca acreditará em você.- Eu choro mais sabendo que era verdade

Sinto uma ardência e grito de dor me debatendo contra ele.

Alguns minutos depois, que se pareceram horas, ele se levanta e coloca a roupa.

-Espero que esteja mais disposta na próxima vez.- Ele fala pegando sua cerveja e saindo da casa

Eu pego os retalhos das minhas roupas e vou até o banheiro entrando no chuveiro com a roupa que estava. Sinto a água gelada na minha pele e começo a chorar, aquela foi a primeira vez que ele havia feito aquilo mas eu sabia que não seria a última.

Eu saio do banho colocando meu pijama e encontro minha mãe na cozinha.

-Como foi o dia?- Ela me pergunta séria, depois do acidente com meus irmãos e meu pai, eu nunca vi ela sorrir novamente.

-Normal...

-Jace está vindo, vai querer jantar?- Ela pergunta olhando para mim pela primeira vez e seus olhos passas pelos hematomas em meu corpo, ela sabia o que havia acontecido.

-Não...

-A chave do seu quarto está na minha gaveta, se quiser.- Ela fala e eu vou até lá pegá-la- Sinto muito.

Eu não falo nada e me tranco no quarto, "sinto muito" apenas isso! Filha, meu namorado abusou de você e tirou sua virgindade, sinto muito!

Era assim que seria?! Um pedido de desculpas como se tivesse derramado suco no tapete?

Eu me jogo na cama e abraço o urso de pelúcia que meu pai tinha me dado quando eu era criança

-Papai, que saudade você me faz!- Eu digo e me viro para dormir olhando para a janela e para o horizonte através do mar

𝑺𝒖𝒏𝒔𝒉𝒊𝒏𝒆, Peter Pan Onde histórias criam vida. Descubra agora