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Me sinto livre, tão livre, como nunca havia me sentido antes

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Me sinto livre, tão livre, como nunca havia me sentido antes. Meus pés tocando a grama fazendo cócegas, minhas mãos tocando as flores e os resquícios do pólen ficando nas pontas do meu dedos.

Eu sorrio vendo os animais correndo e as borboletas me rodeando. Vejo um coelho machucado mandando em direção a sombra e vou até ele me abaixando ao seu lado.

-Oi, o que aconteceu?- Falo com voz fofa e o seguro no colo- Eu vou cuidar de você.

-Acho que está ficando louca. Falando com um coelho?- Peter fala apoiado na árvore

-Não liga pra ele.- eu falo pro coelho- Será que pode me dar alguns curativos? Acho que ele cortou a perna.

-Eles se viram.- Ele fala e eu olho séria pra ele e ele revira os olhos- Tá bom.

Ele some mas rapidamente reaparece com um caixa de madeira

-É tudo o que temos.- Ele fala e me entrega a caixa

-Deve dar.- Eu me sento no chão e pego um algodão- Pode me ajudar a segura-lo? Isso vai arder.

Ele concorda e se senta ao meu lado e puxa o coelho com uma certa brutalidade.

-Ei, cuidado! São animais delicados.- Eu falo e seguro na mão dele o auxiliando

-Sabe que isso é desnecessário, não sabe?

-Talvez, mas gosto de ajudar.- Eu coloco o algodão com álcool na ferida e o animal tenta fugir mas Peter o segura- Pronto, passou.

Percebo o menino me olhando mas finjo não ver. Coloco um curativo na patinha do animal e o pego no colo.

-Viu? Já acabou.- Eu sorrio e deixo ele no chão para ele ir até os outros coelhos- Gosto de ajudar os outros. Ainda mais os indefesos.

-Isso é admirável.- eu guardo as coisas na caixa e o devolvo

-Tem algum lugar aqui pra tomar banho? Eu estou desejando um.

-Tem uma cachoeira mas é um pouco longe.- ele diz e eu choramingando me sento novamente- Mas por sorte, eu estou aqui.

-E você sabe voar?

-Sei fazer algo melhor.- Ele vem até mim,
segura em minhas mãos e em um piscar de olhos eu estou de frente para a cachoeira

-Aí eu amo magia.- Eu digo e vou até a cachoeira me jogando na água gelada- Você não vem?

-Prefiro ficar aqui mesmo.

-Não sabe nadar?- eu pergunto em tom de brincadeira e ele se teletransporta para o topo da cachoeira

-Vamos ver.- ele diz e se joga caindo na água ao meu lado- Acho que eu sei sim.

Ele joga água em mim e eu retribuo começando uma guerrinha na água

Ficamos um tempo na cachoeira mas o tempo fechou e nós tivemos que sair, ele me deu um vestido branco simples mas bem confortável e eu vesti.

-Está aquecida?- Peter vem até mim com um chocolate quente em mãos- Pra você!

-Estou sim, obrigada!- Eu pego a xícara em suas mão e dou um gole- Está ótimo!

-Acho melhor você dormir por aqui. A região das cachoeiras são bem mais frias e úmidas durante as chuvas, aqui é mais quente.

-Tá bom.- Eu digo e Félix entra na cabana

-Félix, arrume a cama dela.- Ele disse e Félix acatou sua ordem e rapidamente a cama estava pronta. Félix saiu nos deixando sozinhos novamente- Confortável?

-Sim, muito.- Eu digo me deitando- Obrigada por tudo, Peter.

-De nada. Estarei aqui se precisar.

Quando acordei eu estava no meu quarto, mas desta vez meu quarto na França na minha casa.

Eu fiquei triste, a todo tempo eu sabia que era um sonho mas foi tão lúcido. Eu me levanto da cama e vou até a cozinha.

-Mamãe?- eu digo ao ver minha mãe deitada no sofá de barriga para baixo- Está dormindo?

Eu vou até ela e a remexo um pouco mas ela nem se mexe, então eu viro ela e vejo a pior cena de toda a minha vida.

Seu rosto estava parcialmente queimado e tinha marcas de arranhões por seu pescoço.

Eu solto um grito e involuntariamente caio no chão, rapidamente eu me levanto e corro até a porta mas não antes de Jace aparecer e bloquear o caminho.

-Onde vai?- Ele diz me segurando com força

-Me solta.

-Eu tirei sua mãe do caminho. Agora podemos ficar juntos.- Ele diz me segurando

-Eu prefiro morrer!

-Vai morrer. Mas antes eu quero me divertir.- Ele diz e me joga no chão

-Socorro!- Eu grito chorando

-Claire! Acorda!- Eu me levanto chorando e me vejo na floresta novamente -Foi só um pesadelo.- Peter diz tentando me acalmar enquanto eu chorava- Você está segura.

-A minha mãe morreu, Peter!

-Não, foi só um sonho.- Ele diz

-Não foi! Eu vi. Ele vai me matar também!

-Ninguém encostará em você. Isso é uma promessa!

-Peter, eu quero ir para casa! Preciso protegê-la.- Eu falo e sua expressão fica neutra

-Claire, se for a sua vontade eu vou respeitar. Mas você tem certeza que quer voltar para aquele lugar? Quer voltar a sofrer todas aquelas violências? Lá eu não posso te proteger.

-Talvez, tenha um jeito de provar para você que ela está bem.- Félix diz e eu pela primeira vez reparo na presença do homem ali- Vá com ela até lá, Peter.

-Pode ser, se você quiser. Mas não poderá falar com ninguém.

-Por que?

-Porque uma pessoa percebeu o seu sumiço ontem. Acho que por isso você teve esse pesadelo, estabeleceu uma conexão com o mundo e a terra do nunca.- Peter diz

-Quem?

-Maria e Durval Rodrigues.- Félix diz e eu dou um sorriso

-O que pessoas com esse nome fazer na França?- Barrie, um menino perdido, pergunta

-Eles são de Portugal, mas moram lá desde que eu nasci. São pessoas muito boas.- Eu digo e olho para Peter- Eu aceito. Quero ver a minha mãe.

-Tá bom.- Ele pega um cordão que estava em seu pescoço com um frasco de vidro com um pó rosa

-O que é isso?

-Pode de fada.- Ele fala e vem até mim- Coloca as suas mãos no meu pescoço.

Eu faço e ele me segura. Meus pés saem do chão e eu fecho os olhos com medo.

𝑺𝒖𝒏𝒔𝒉𝒊𝒏𝒆, Peter Pan Onde histórias criam vida. Descubra agora