O Primeiro Beijo

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Raul estendeu a mão sobre a mesa, algo que ele não tinha feito nas visitas anteriores. Eu hesitei por um segundo, mas logo a segurei. O toque de sua pele na minha foi eletrizante, como se todos os sentimentos que vínhamos reprimindo fossem liberados de uma só vez. 

Era um gesto simples, mas carregado de significado.

Ele apertou minha mão com delicadeza, seus olhos nunca deixando os meus. 

"Eu sei que isso não é fácil, e talvez eu não mereça, mas... você é a única coisa boa que me aconteceu em muito tempo."

Essas palavras perfuraram minha alma. Eu sabia que estava me apaixonando por Raul, mesmo com todas as complicações. E naquele momento, nada mais importava.

De repente, Raul se inclinou para a frente, e apesar das restrições do ambiente e da vigilância dos guardas, nossos rostos se aproximaram. A tensão entre nós atingiu o ápice, e antes que eu pudesse pensar em qualquer consequência, senti seus lábios tocarem os meus.

O beijo foi suave, cheio de carinho, mas também com uma intensidade que só o tempo e a distância podem criar. Foi rápido, roubado, mas em questão de segundos eu senti como se o mundo tivesse parado. Era como se aquele momento fosse o ponto culminante de tudo pelo que havíamos passado — as cartas, as ligações secretas, os riscos, o medo.

Quando nossos lábios se separaram, nós dois respiramos fundo, sem dizer nada. Apenas sorrimos, sabendo que aquele pequeno ato de intimidade havia mudado algo entre nós para sempre.

Entre Correntes e Olhares: Uma História InesperadaOnde histórias criam vida. Descubra agora