Ligação Misteriosa e Culpa

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Uma noite, quando eu já estava começando a perder as esperanças, meu celular tocou. O número era desconhecido. Meu coração disparou, e atendi rapidamente.

"Alô?" A voz não era de Raul. Era fria, autoritária. "Você conhece Raul?"

Senti um frio na espinha. "Sim, conheço."

"Ele foi pego com um celular contrabandeado. Você está envolvida nisso?"

Minha mente girava em pânico. O que eu poderia dizer? Eu não tinha certeza de quem estava do outro lado da linha. "Eu... não. Apenas nos falávamos por cartas."

O homem fez uma pausa antes de continuar. "Raul foi punido. Ele não terá contato com o mundo exterior por um tempo. Sugiro que você pare de tentar qualquer coisa."

A ligação foi encerrada abruptamente, e eu fiquei ali, imóvel, tentando processar o que havia acabado de acontecer. Raul estava punido — e agora, nosso frágil contato havia sido cortado.

A culpa me invadiu como uma onda implacável. Eu sabia que, de certa forma, eu tinha incentivado Raul a correr riscos ao manter nosso contato ilegal. Mesmo sem intenção, eu o havia colocado em perigo. E agora, ele estava pagando o preço.

Passei noites em claro, me perguntando o que fazer. Será que eu deveria seguir com minha vida e esquecer Raul? Ou deveria continuar tentando, de alguma forma, ajudá-lo? Mas cada vez que eu pensava em desistir, lembrava da última vez que ouvi sua voz, pedindo-me para não deixá-lo.

Entre Correntes e Olhares: Uma História InesperadaOnde histórias criam vida. Descubra agora