O Primeiro Encontro

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O dia da visita chegou, e eu me preparei com um misto de nervosismo e antecipação. Entrei no presídio com o coração disparado, atravessando portas de segurança e ouvindo o som metálico das fechaduras. Quando finalmente o vi, sentado do outro lado de uma divisória de vidro, meu mundo pareceu parar.

Raul estava ali, na minha frente, com o uniforme laranja que eu havia visto pela primeira vez no oftalmologista. Seus olhos eram diferentes do que eu havia imaginado — mais intensos, cheios de uma mistura de arrependimento e esperança. Nós nos encaramos por um momento que pareceu durar uma eternidade.

Ele sorriu, tímido. "Então você veio."

"Eu vim."

A visita não foi longa, mas foi o suficiente para colocar tudo em perspectiva. Ver Raul ali, preso e vulnerável, trouxe uma nova camada de realidade à nossa relação. Eu não estava mais lidando com mensagens e ligações. Ele era real, seu passado era real, e sua prisão era uma barreira concreta entre nós.

Quando saí da sala, senti o peso daquilo tudo sobre meus ombros. A ilusão de um romance distante estava se desfazendo, e agora eu precisava decidir o que queria fazer com isso. Será que eu poderia continuar me envolvendo com Raul, sabendo de sua realidade?

Entre Correntes e Olhares: Uma História InesperadaOnde histórias criam vida. Descubra agora