Capítulo 1: As Correntes do Destino

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DIAS ATUAIS
Dragonstone📍
...

Os ecos das vozes exaltadas preenchiam os corredores da sala do trono, onde tapeçarias antigas retratavam dragões e guerras passadas. O ar estava pesado, e até os conselheiros mais sábios se mantinham em silêncio, observando a disputa que se desenrolava diante deles.

Jimin Targaryen, recém-chegada à maioridade, permanecia de pé diante de seu pai, o Rei Viscerys VI. Seus lábios estavam cerrados, os olhos brilhavam com a intensidade de uma chama recém-acendida. Ela vestia um longo vestido escarlate, que delineava suas formas com uma sensualidade que nenhum tecido podia esconder. Cada movimento seu parecia orquestrado para atrair olhares, mas Jimin sabia que sua verdadeira força estava muito além da beleza que encantava os salões de Pedra do Dragão.

- Você não tem escolha, Jimin! - a voz do rei soou imponente, ecoando pelo salão. - A aliança com o Reino de Dorne é crucial. Casar-se com o príncipe Maron trará estabilidade ao nosso reino. Esta não é uma decisão pessoal, é política.

Jimin ergueu o queixo, encarando o pai com um misto de desafio e frieza.

- Estabilidade? Para quem? Para você, pai? Porque para mim, não passa de uma corrente de ouro enfeitada, mas ainda assim uma corrente.

Ela se aproximou do trono com passos lentos e graciosos, cada movimento estudado, como uma predadora prestes a dar o bote. Seus olhos azuis de dragão fixaram-se nos do pai.

-Sou filha dos dragões. Não fui criada para ser trocada como uma moeda em nome de alianças frágeis.

O silêncio que se seguiu foi esmagador. O rei franziu o cenho, visivelmente frustrado, mas Jimin podia ver o cansaço em seus olhos. Viscerys VI era um homem que havia governado com uma mistura de força e sabedoria, mas a guerra o envelhecera rapidamente. A rebeldia de sua filha, porém, parecia lhe pesar mais do que o fardo da coroa.

- Você acha que tem controle sobre seu destino, Jimin? - Ele perguntou, sua voz mais baixa agora, mas carregada de severidade. - O Trono de Ferro não é conquistado apenas com poder e desejo. É mantido por alianças e sacrifícios. E você aprenderá isso, mesmo que precise ser à força.

Ela abriu um sorriso pequeno, quase desdenhoso.

- Eu sou uma Targaryen, pai. O Trono de Ferro sempre foi meu destino. E quando eu o reivindicar, será pelas minhas próprias mãos, não como esposa de um príncipe medíocre.

O som das pesadas portas da sala do trono se fechando ecoou atrás de Jimin enquanto ela caminhava com firmeza pelos corredores. Seus saltos ressoavam no mármore frio, mas seu coração estava quente de raiva. As palavras de seu pai ainda latejavam em sua mente, como correntes invisíveis que tentavam prendê-la a um destino que ela se recusava a aceitar.

Quando chegou aos seus aposentos, duas criadas já a aguardavam, curvando-se assim que ela entrou. As imensas janelas de vidro colorido iluminavam o ambiente com a luz suave do final da tarde, o céu tingido de laranja e púrpura além dos muros de Pedra do Dragão. Uma grande banheira de bronze estava sendo preparada no centro do quarto, o vapor subindo e preenchendo o ar com um suave aroma de lavanda.

Jimin parou no meio do quarto, a cabeça cheia de pensamentos, e fez um gesto breve para dispensar as criadas, exceto por uma.

- Deixem-nos.

Ordenou, a voz suave, mas carregada de autoridade. As criadas hesitaram, mas logo obedeceram. Apenas Odette permaneceu, sua fiel amiga e confidente. Era a única pessoa em quem Jimin confiava verdadeiramente dentro daquele castelo sufocante. Quando a última porta se fechou, a tensão nos ombros da princesa pareceu diminuir um pouco.

The Weight of the CrownOnde histórias criam vida. Descubra agora