"Sinto que o tempo tem corrido tanto e ao mesmo tempo está se arrastando.
não sei se é porque você descobriu esse caderno, ou se é porque você não comentou nada sobre.Você está um pouco estranho e eu simplesmente não consigo entender. Mesmo jurando que não leu as cartas simplesmente parece que você leu e por isso está assim.
Mas de toda forma eu não vou desistir assim de nós e da nossa amizade, até porque antes de tudo somos amigos, e eu não quero que isso mude.
Me contento apenas com sua amizade e vou vivendo um dia de cada vez, eu sei que consigo."- João :)
POV JOÃO
Entro em meu quarto pensando muito nos acontecimentos das últimas horas. Estava tudo bem, até eu perder a única coisa que eu não poderia pensar na hipótese de perder: meu caderno das cartas. Mesmo Pedro tendo falado que não leu, o clima entre nós ficou muito estranho e eu sei que não é só por causa do trabalho. Isso me faz pensar que ele leu sim as cartas, mas não sente a mesma coisa que eu e está fingindo que não leu para não estragar a amizade. E isso é exatamente tudo que eu temia.
Me remexo na cama de um lado para o outro me sentindo agoniado com tantos pensamentos na cabeça. Passo boa parte da noite assim, e no fim acabo vendo o dia amanhecer pra então cair no sono. Às 7:30 da manhã o meu despertador toca. Eu me sinto exausto com a noite de sono muito mal dormida, mas levanto mesmo assim, pois não podia perder a aula.
Tomo um banho gelado numa tentativa muito falha de me despertar e saio em direção a cozinha. Coloco a ração dos meus filhos e vejo Pedro na cozinha passando café. Geralmente pela manhã eu não costumo tomar café pra não me viciar demais no consumo, mas hoje com uma hora e meia dormidas de noite me rendi ao café de Pedro recém passado.
— Bom dia, meu bem - Ele diz quando vê eu me aproximando de onde ele estava — 'Pera, você? Tomando café puro de manhã? Você tá bem?
— 'Tô - Respondo, voltando minha atenção pra caneca de café — Bom dia pê.
Ele me encara e vejo ele suspirar.
— Você trate de descansar mais tarde mocinho, 'tá parecendo um morto-vivo com essas olheiras fundas - Ele diz saindo da cozinha e indo até a sala.
Termino rapidamente meu café e vou atrás dele, que ja estava com nossas mochilas nos braços e a chave do carro na mão. Estendo a mão para pegar a chave do carro e ele nega com a cabeça.
— Ei! Hoje é meu dia de dirigir - Digo cruzando o braço e fazendo um bico.
— Nunca que eu vou deixar você dirigir assim, João Vitor, eu prezo pela minha vida e pela sua - Ele diz e sai andando na frente.
Suspiro não tendo muito o que fazer, me despeço do meus gatos e vou atrás dele, entrando no carro e colocando o cinto. Fui o caminho inteiro até a Usp cochilando no carro por conta da noite de sono mal dormida. Acordo assim que chegamos lá, com Pedro acariciando meus cabelos pra me acordar. Saímos do carro juntos e entramos pelos portões da faculdade.
— Pê, já te encontro, eu tenho que entregar uma coisa pra Gio.
— Ok Jô, te espero na sala.
Abraço ele me despedindo rapidamente e vou andando até onde eu sabia que a Giovana estaria, no pátio. Chegando lá não demoro a ver minha prima sentada na sombra de uma árvore me esperando. Vou até ela e me sento em seu lado pronto pra desabafar tudo que tinha acontecido no dia anterior.
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Love Letters.
FanficJoão adora escrever cartas para seu maior amor, mas nunca as entrega. Até que um dia, seu melhor amigo Pedro encontra suas anotações em um caderno perdido no chão da biblioteca.