Esse livro não existia na versão original, por isso esse capítulo tem menos views, mas achei necessário contar a versão da Cheryl na Nação Do Fogo.
Livro Um- Fogo
Caminho pelo palácio e vejo os soldados do meu pai caminhando pelos cantos. Os monges sumiram das vistas desde que o Avatar Archie morreu. Já ouvi os burburinhos de que o Avatar deveria ser da Nação do Fogo, mas meu pai mandou que se descobrisse quem é o bebê que nasceu para ser o Avatar. E pelo que se fala, a intenção é a de fazer com que ele lute ao nosso lado pelo domínio de tudo.
Passo pelos corredores e me encaminho para meu quarto. O meu dia foi corrido. Tive um encontro com uma das concubinas que foi separada apenas para o meu prazer. Mas eu também saí com a Fon, filha do general Gin. Ela gosta de aventuras e fomos andar de barco no lago dos patos. E lá, fizemos coisas bonitas ao som dos patos.
O melhor de viver em um conglomerado de ilhas vulcânicas, é que nunca falta o calor. E quando falo sobre o calor, não é apenas sobre o calor em volta, mas também o calor de dentro, pois sempre fizemos o amor e sexo valer à pena. Aprendemos o sexo assim que já começamos a nos abrir para isso e temos a opção de vivê-lo quando quisermos, além de ser da forma que quisermos.
E eu… Bom, eu escolhi viver assim que aprendi a tocar meu corpo. Depois, fui e comecei a tocar o corpo de outras mulheres. Passando a saber como e onde tocar nelas, assim como eu havia aprendido a tocar em mim mesma.
Na Nação do Fogo, o que aprendemos desde cedo é sermos do fogo, vivermos para o fogo e também pelo fogo. E meu pai já tem seu herdeiro, meu irmão gêmeo Jason. Mas eu estou treinando para ser a Princesa do Fogo. Só que isso não me impede de viver a vida além do palácio. Muito pelo contrário, eu amo sair de casa e viver coisas lá fora.
— Princesa… — Ouço uma voz masculina sussurrar vinda de uma estátua do Senhor do Fogo, Zuko, o lendário parceiro do Avatar Aang.
— Sim… — Levanto minha sobrancelha.
— Venha conosco, rápido! — A voz sussurrou.
— Para que? — Estranho.
— Venha, é de seu interesse. Antes que algum guarda veja… Não temos tempo! — A voz sussurra parecendo estar com pressa.
— Ah, moço… Eu tô cansada! Tive um dia cansativo de princesa. Preciso ir para o meu quarto e… — Reviro os olhos.
— É importante, princesa Cheryl! — A voz não está mais sussurrando, o que me assusta, pois reconheço a voz do sábio do fogo, Li.
— Está bem… — Me aproximo da estátua e ela acende os olhos em chamas, abrindo uma pequena passagem.
Olho para os lados, vejo que não há ninguém e vou para dentro da passagem. O homem veste sua roupa de monge e sua careca reluz um pouquinho à chama da tocha em sua mão.
— Venha, rápido! O ciclo lunar vai te fazer ter o encontro nesta noite daqui há uma hora. Você precisa estar no lugar certo. — Ele sai andando bem rápido e fico sem entender nada.
— O que está acontecendo, sábio? — Fico sem entender, mas percorro o caminho com ele porque não há outra opção.
Eu nunca tinha vindo nesse lugar. Não nesse lugar específico. Todos sabem que possui um altar para o que o fogo representa e sobre como há a história de como chegamos ao hoje. Só que esse altar fica numa ala que nós podemos chegar com facilidade. Uma ala que foi feita justamente para que a gente chegue nela.
Aqui, é um corredor bem estreito com uma escada que vai indo cada vez mais para baixo. O homem ilumina o caminho com a tocha que está em sua mão e fico olhando para tentar entender o que, exatamente, é aqui.
— O que é aqui, sábio? — Pergunto após um momento.
— O templo do fogo costuma ficar na Ilha de Meia Lua, onde nós nos acostumamos a nos comunicarmos com o Avatar Roku. Mas após o retorno da Nação do Fogo aos antigos pensamentos, percebemos que o próximo Avatar não seria mais tratado como o Roku chegou a ser. Então, fizemos esse lugar escondido e jamais mencionamos quem seria o próximo Avatar. — Ele fala com tranquilidade.
— Sobre o que está falando? E o que eu tenho que fazer aqui? — Fico confusa.
— Princesa Cheryl, quando o Avatar Archie morreu, estava havendo o nascimento de dois bebês. Você e o príncipe Jason estava nascendo e… — Ele continua andando sem me olhar.
— Então… Sou eu ou ele? — Não sei como me sentir, o que pensar, eu não sei de nada… Que assunto estranho!
— Ocultamos a verdadeira hora do nascimento do verdadeiro Avatar. Vosso pai exigiu saber qual seria a criança. Ele queria chegar até ela e trazê-la para o lado dele, pois matá-la só a levaria para o próximo lugar, o ar. E então, nós ocultamos que o bebê havia nascido dentro do palácio. — Ele está dizendo o que eu acho que está? — E então, nós esperamos para saber qual dos dois bebês havia nascido no momento certo. Até que hoje, horas antes do solstício de verão, o Avatar Archie entrou em contato conosco e disse qual era o Avatar, pedindo para que houvesse o encontro.
— O senhor está dizendo que eu sou o Avatar? Eu? Mas eu nunca tive nenhuma… — Acho engraçado.
— Não teria antes, princesa. Por isso, esperamos. Mas os tempos estão obscuros. Entre na sala e verá. — Ele continua descendo as escadas sem fim.
— Você está enganado, sábio. Eu não sou tão poderosa. — Tento argumentar.
— Apenas entre e verá. — Ele continua andando até darmos de cara com uma porta.
Ele abre a porta com a dobra do fogo, fazendo a dominação dos monges sábios. Então eu vejo uma sala enorme cheia de tochas acesas e ao lado, a lava corre, pois estamos no centro do maior vulcão das ilhas.
No centro, eu vejo a imagem de um homem. Ele é forte e bonito. Não há barba em seu rosto, mas o cabelo é comprido até os ombros. Fico curiosa porque sinto que o conheço, mesmo nunca tendo visto sua imagem, pois meu pai nunca fez questão que aprendêssemos sobre os Avatares de outras nações, apenas os da nossa.
Caminho até à estátua. Até que chego bem em frente à ela. Olho bem para o rosto familiar e, para a minha surpresa, os olhos dela começam a brilhar. E quando isso acontece, me vejo em um mundo cheio de árvores com um homem ruivo, assim como eu, forte e vestindo as roupas da Nação da Terra, naquele verde e amarelo.
— Finalmente, Cheryl. Eu a estava esperando. Mas não temos muito tempo. Não fale nada, só me escute. Eu cometi muitos erros. A alma do Avatar sempre foi feita para lutar pelos povos e para a união dos povos. E todos os que haviam vindo antes de mim souberam guiar tudo isso da melhor forma, mas eu não fui assim. A escolha é dada a cada vida, Cheryl. Mesmo que sejamos a mesma alma, não somos a mesma pessoa, pois vivemos novas vidas saídas do zero. Tudo novo e sendo feito para que haja a escolha da nova vida. Sabendo disso, eu quis ir contra tudo o que a alma aprendeu antes de mim. Eu fui egoísta e isso fez com que a sua Nação pensasse que poderia dominar o mundo outra vez. O que fez tudo o que havia sido conquistado se perdesse. E eu… Eu escolhi apenas defender o meu povo, deixando que os outros povos se cuidassem. Pensava que se saísse de perto do meu povo para defender os outros, o deixaria sem proteção. Me uni ao governo da Terra e a protegi, causando o desequilíbrio. Não faça o mesmo que eu fiz. Lute contra tudo e aprenda com meus erros. Tente mudar o que eu fiz, Cheryl. Procure a dominadora da Água do Sul. Ela não saberá a dobra correta, pois não teve professores, mas se una à ela. O tempo está curto, Cheryl. Chegue até à dominadora da Água do Sul. — Ele fala de uma forma tão desesperada que me deixa em choque. — Não cometa meus erros. Tente mudar o que eu fui responsável por começar. A Água do Sul vai te mostrar a ter a humanidade e humildade que eu jamais consegui possuir. Concerte os meus erros ou não restará mais nada.
Então, me vejo diante da estátua novamente e me sinto muito mal. Ela está como apenas uma estátua, mas eu fico desesperada para saber o que aconteceu para que ele fale assim comigo. É um desespero, um clamor de quem implora por algo que o corrói. E isso me faz sentir, em minha alma, o pesar que ele deve estar sentindo.
— Sábio, apareça. Preciso que me conte o que está acontecendo. — Falo naquele tom que sempre uso por ser princesa, mas de uma forma mais branda.
— O que precisa saber, Avatar? — Ele se refere a mim de uma forma que me faz sentir estranha, pois eu sempre fui apenas a Princesa do Fogo.
— O que o Avatar Archie fez? — Pergunto de forma objetiva.
— O que ele fez? Ele causou o desequilíbrio no mundo se aliando com o Rei da Terra, fazendo com que aquele lugar pensasse que deveria ter mais poder que os outros. Vendo isso, seu avô mandou que se destruísse toda a tecnologia. A Terra estava poderosa demais, usando a tecnologia. Então, Ba Sing Se se fechou em uma redoma tecnológica, enquanto a Nação do Fogo passou a dominar e destruir toda a tecnologia. Seu avô pensava que apenas se houvesse a dominação, assim como houve nos tempos de Sozin, a Terra não dominaria o mundo. E tudo saiu de controle, onde seu pai entrou no poder e declarou que a Nação do Fogo seria a única Nação existente, com as outras sendo apenas escravas. — Ele fala com tranquilidade.
— Nunca estudamos sobre isso nas escolas e quando fui na Nação da Terra, as pessoas pareciam normais e o lugar também. — Não entendo como pode ser.
— Você é a princesa e apenas ia nas partes em que haviam os servos mais bem tratados. Chegou a ver nos campos? Seu pai conseguiu dominar uma parte da Nação da Terra. Foi lá que acabou indo, mas não conhece o resto. — Ele fala de uma forma que me causa um arrepio.
— Vou tentar mudar isso. O Avatar Archie estava em desespero. Vou ver o que posso fazer. Como eu saio desse lugar? — Olho em volta e vejo a lava do vulcão escorrendo, andando como a água de um rio.
— Vou levá-la até a saída. — Ele sai andando como se fosse simples tudo isso, mas eu estou sentindo que estou em um sonho estranho, não na vida real.
Eu sou a princesa, não a Avatar. O que mais eu deveria ser? Então, olho para a estátua antes de seguir o sábio. Algo em mim me diz que eu sou a Avatar. E esse algo em mim me faz sentir pena do que ele fez, mas raiva também. Como ele foi capaz de causar o desequilíbrio por culpa do egoísmo dele?
Pensava que o mundo era de um jeito. Vivia minha vida de princesa e me sentia feliz com isso. Nunca fui muito dada à lutas ou praticar a violência, mas via isso como algo mais humano porque eu gostava muito de viver o amor com as meninas.
Eu só sou uma jovem de dezessete anos que vai fazer aniversário amanhã. O que eu sei da vida além de ser uma jovem que quer viver a vida? Eu só queria saber disso, mas agora sou a jovem burra que vai ter que salvar o mundo em mais uma história de superação juvenil, assim como nos livros que eu li. Eu só queria viver na tranquilidade, mas eu sou a Avatar.
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Daylight (REPOSTAGEM MELHORADA)
Fanfiction"Oi, meu nome é Toni e devo dizer que eu sou um tanto doidinha. Você vai acabar vendo. Eu sou dominadora da água e me apaixonei por uma dominadora do fogo. E ela é o poderoso avatar, o dominador dos quatro elementos. Ela me chamou pra entrar na guer...