Capítulo 17: Gilderoy Lockhart

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No dia seguinte, as coisas começaram a piorar desde o café da manhã no Salão Principal. As quatro mesas compridas da casa estavam carregadas com terrinas de mingau, pratos de arenque defumado, montanhas de torradas e pratos de ovos e bacon, sob o teto encantado que hoje era de um cinza opaco e nublado. S/n, Harry e Rony sentaram-se à mesa da Grifinória ao lado de Hermione, que tinha seu exemplar de Viagens com Vampiros apoiado aberto contra uma jarra de leite. Havia uma leve rigidez na maneira como ela disse "Bom dia", o que disse a S/n que ela ainda estava desaprovando a maneira como eles chegaram. Neville Longbottom, por outro lado, os cumprimentou alegremente.

Neville era um garoto de rosto redondo e propenso a acidentes com a pior memória de qualquer pessoa que S/n já conheceu. "O correio está chegando a qualquer momento, acho que a vovó está enviando algumas coisas que esqueci."

S/n tinha acabado de voltar para seu bacon com ovos quando, com certeza, houve um som de correria acima de sua cabeça e uma centena de corujas entraram, circulando o salão e jogando cartas e pacotes na multidão tagarela. Um pacote grande e irregular ricocheteou na cabeça de 

Neville e, um segundo depois, algo grande e cinza caiu na jarra de Hermione, borrifando todos eles com leite e penas.

"Errol!" disse Ron, puxando a coruja desgrenhada pelos pés. Errol caiu, inconsciente, sobre a mesa, com as pernas no ar e um envelope vermelho úmido no bico.

"Oh, não..." Ron engasgou.

"Está tudo bem, ele ainda está vivo." disse Hermione, cutucando Errol gentilmente com a ponta do dedo.

"Não é isso que o preocupa, Hermione, mas isso." S/n apontou para o envelope vermelho. Parecia bem comum para Harry e Hermione, mas S/n, Ron e Neville estavam olhando para ele como se esperassem que explodisse.

"Qual é o problema?" disse Harry.

"Ela... ela me enviou um Berrador." disse Ron fracamente.

"É melhor você abrir, Ron." disse Neville em um sussurro tímido. "Será pior se você não fizer isso. Minha avó me enviou um uma vez, e eu ignorei e..." ele engoliu em seco. "Foi horrível."

"A avó fez a mesma coisa com Atticus uma vez. Ele ficou quieto pelo resto do dia..." S/n disse secretamente esperando que ele não recebesse um.

Harry olhou de seus rostos petrificados para o envelope vermelho. "O que é um Berrador?" ele 

disse.

Mas toda a atenção de Ron estava fixada na carta, que tinha começado a soltar fumaça nos cantos.

"Apenas abra, Ron, e acabe logo com isso." S/n insistiu agora.

"Tudo vai acabar em alguns minutos..." Neville tentou dizer corajosamente para Ron.

Ron estendeu uma mão trêmula, tirou o envelope do bico de Errol e o abriu. S/n fechou os olhos e Neville enfiou os dedos nos ouvidos. Uma fração de segundo depois, Harry sabia o porquê. Ele pensou por um momento que tinha explodido, um rugido de som encheu o enorme salão, sacudindo poeira do teto.

"...ROUBANDO O CARRO, EU NÃO TERIA FICADO SURPRESO SE TIVESSEM EXPULSO VOCÊ, ESPERE ATÉ EU TE PEGAR, NÃO ACHO QUE VOCÊ PAROU PARA PENSAR NO QUE SEU PAI E EU PASSAMOS QUANDO VIMOS QUE ELE TINHA SIDO..." Os gritos da Sra. Weasley, cem vezes mais altos do que o normal, fizeram os pratos e colheres chacoalharem na mesa e ecoaram ensurdecedoramente nas paredes de pedra. Pessoas por todo o salão estavam se virando para ver quem tinha recebido o Berrador, e Ron afundou tanto na cadeira que só sua testa vermelha podia ser vista.

"...CARTA DE DUMBLEDORE ONTEM À NOITE, EU ACHEI QUE SEU PAI MORRERIA DE VERGONHA, NÃO TE CRIAMOS PARA SE COMPORTAR ASSIM, VOCÊ, S/N E HARRY PODERIAM TER MORRIDO..."

Grindelwald's BurdenOnde histórias criam vida. Descubra agora