𝐂𝐥𝐞𝐚𝐫 𝐏𝐎𝐕
O fogo sempre começa silencioso, uma faísca, um estalo quase inaudível que surge das sombras. Eu estava parada, ainda, mas minha mente não parava de rodar as cenas que vi. O ginásio parecia vazio, mas minha respiração ecoava alta em meus ouvidos. O suor escorria pela minha nuca, enquanto a sensação de culpa me consumia. "É minha culpa... Eu não consegui evitar..." Eu repetia, como um mantra quebrado.
Melanie, pálida e assustada, observava me observa de canto.
-Clear... de quem é culpa? O que está acontecendo? - Sua voz era trêmula, como se a verdade já estivesse ali, mas seu corpo se recusasse a aceitá-la.
Olhei para ela, os olhos arregalados.
-A sombra... ela me persegue. Sempre esteve lá. - A minha saiu num sussurro fraco, como se pronunciar essas palavras fosse quase impossível.
Melanie sentiu um calafrio e, sem dizer mais nada, saiu correndo para chamar os outros. As minhas palavras ecoavam em sua mente. Ela sabia o que significava, e isso a apavorava.
Todos estavam separados por 1 sala, Melanie foi até a sala 1-2 que é onde os outros estavam e chamou na surdina, o rosto de Melanie mostrava preocupação, enquanto o professor estava de costas todos eles saíram cautelosamente.
Quando o grupo chegou ao ginásio, todos ofegantes e tensos, Melanie explicou rapidamente.-Clear... teve uma visão... o diretor... ele está morto... E ela diz que viu uma sombra escura, algo que a persegue.
O silêncio foi denso. Todos olharam para mim encolhida no canto.
-Isso tudo começou com o incêndio... quando minha casa pegou fogo. -Ela começou, sua voz distante, como se voltasse no tempo.
A Trágica Noite
O jantar beneficente tinha sido planejado há meses. O meu pai sempre orgulhoso de sua empresa de cosméticos, havia reunido os gerentes e suas famílias para uma noite de celebração. A casa estava decorada com luxo, mas para mim, tudo parecia sufocante. Eu estava em meu quarto, escovando o cabelo, quando uma brisa gelada soprou pela janela. Fui até a janela e olhei para fora, encarando a escuridão que o crepúsculo formava. Arrepios subiram pela minha espinha. Eu parei, encarando o vazio. Uma nuvem escura, quase imperceptível, parecia atravessar a janela aberta.
-Clear! Desça, o jantar vai começar! - A voz da minha mãe soou alta, Me fazendo fechar a janela imediatamente.
Eu desci, cumprimentando os convidados, Sentei-me à mesa, ouvindo os murmúrios educados que enchiam o ar. A mulher de um dos gerentes falava sobre uma nova fragrância.
-Eu acredito que a essência de capim de limão seria fabulosa pra nova coleção que estava pra lançar.
Tudo era tedioso, eu acabei cortando o meu dedo quando peguei a faca, eu senti aquilo novamente: uma sensação gelada, como se algo invisível rastejasse ao redor da sala.
Na cozinha, o som agudo de algo caindo ecoou:
-O que foi isso? -perguntei, mas ninguém respondeu. Fiquei imóvel, os dedos apertando o copo à minha frente.
A minha tia foi até a cozinha pegar os aperitivos.O cheiro de gás já impregnava o ar quando a explosão ocorreu. A cozinha foi engolida por chamas, e o impacto da explosão dizimou o corpo da minha tia. O caos tomou conta da sala de jantar. Os convidados gritaram, e um deles esbarrou na estante de livros, derrubando-a contra a única saída.
-A estante! -O meu pai gritou, mas ninguém parecia ouvir.
minha mãe, desesperada, quebrou uma janela com uma cadeira, tentando escapar, mas ao subir na janela, a perna da cadeira quebrou quebrou. Ela caiu de mal jeito, o pescoço cravado em pedaços de vidro. Clear viu o sangue jorrar, tingindo o chão. O horror paralisava seus músculos.
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𝑻𝒉𝒆 𝑼𝒏𝒆𝒂𝒓𝒕𝒉𝒆𝒅 𝑪𝒖𝒓𝒔𝒆
Mystery / Thriller"Desde pequena minha mãe sempre me fez acreditar que fantasmas ou demônios não existem e que isso era apenas uma invenção para assustar. Agora nesse exato momento eu estou escrevendo isso enquanto estou escondida... Escondida da coisa que fareja...