Em meio ao caos de um passado marcado por abusos e traições, Elodie Laurent decide deixar sua vida na França para trás em busca de liberdade e autoafirmação. Ao chegar ao Seattle Grey, um hospital renomado, ela enfrenta não apenas os desafios da med...
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⋆·˚ ༘ * ꒰ 001. um caos
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━ Você não pode estar falando sério ━ Robin exclamou assim que Elodie abriu a porta do seu novo apartamento.
━ Não é tão ruim assim ━ Elodie revirou os olhos, segurando o riso.
O apartamento de Elodie era uma visão desoladora. As paredes brancas estavam manchadas com marcas de mãos e sujeira acumulada, como se não tivessem sido pintadas em décadas. As janelas estavam entreabertas, mas as cortinas, de um bege desbotado, pareciam incapazes de permitir a entrada de luz suficiente para iluminar o ambiente sombrio. O chão estava coberto por uma mistura de roupas jogadas e caixas de mudança ainda não abertas. Na sala, uma única lâmpada pendia do teto, oferecendo uma luz amarelada que mal conseguia iluminar os cantos escuros do cômodo.
No canto da sala, havia uma mesa de jantar velha, cheia de pratos sujos e copos vazios, testemunhas de dias de descuido. Um sofá gasto, com a espuma aparecendo em algumas partes, estava encostado na parede ao lado de uma pequena estante que mais parecia uma pilha de livros e objetos espalhados.
Robin, sempre impecável e organizada, olhava ao redor com uma mistura de choque e desaprovação. Seu olhar encontrou o de Elodie, que, mesmo envergonhada, apenas deu de ombros. Ela sabia que o estado do apartamento não era exatamente um exemplo de responsabilidade, mas sua vida estava longe de ser organizada nos últimos tempos.
━ Isso não pode ser sério ━ Robin murmurou, andando com passos cuidadosos pelo espaço, desviando de caixas e sapatos soltos. ━ Você mora assim?
Elodie, cruzando os braços, revirou os olhos.
━ Eu não tive tempo de arrumar, Robin. Além disso, estou focada no trabalho, sabe, vida de adulta...
As duas irmãs sempre tiveram uma relação complicada. Robin, sendo a mais nova, vivia à sombra da independência de Elodie, mas isso não significava que ela a admirava em silêncio. Pelo contrário, o relacionamento delas oscilava entre o afeto genuíno e a constante provocação. Era como se uma fosse o espelho que refletia os defeitos da outra, mas, ao mesmo tempo, esse espelho as mantinha conectadas. Elas discutiam por coisas triviais, como a organização do apartamento, mas sabiam que, nos momentos difíceis, uma sempre estaria lá para a outra.
