Capítulo 2 - Be who I need.

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Vocês ficam putas quando eu atualizo as histórias sem qualquer coerência? 

É porque normalmente eu to cansada, ai escrevo o que vem a mente (ou posto o que já está pronto)

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A Runway sempre foi um espaço de controle absoluto. Cada detalhe, cada decisão, cada olhar era calculado. Eu dirigia aquele lugar como um maestro controla sua orquestra. Não havia espaço para erros, não havia espaço para imprevistos. Cada funcionário era uma peça previsível no grande tabuleiro que eu havia construído.

Até Andrea Sachs chegar.

Ela entrou pela porta da frente com a mesma fúria que vi naquela noite em que foi presa. Mas desta vez, canalizada, contida — ou, ao menos, ela tentava fazer parecer assim. Andrea acreditava que aquilo era uma entrevista comum, que estava em busca de um simples emprego. Ela não sabia que já estava presa na teia que eu havia começado a tecer anos atrás. Quando nossos olhares se cruzaram pela primeira vez na Runway, ela não reconheceu o jogo que estava prestes a ser jogado.

Os primeiros dias foram uma dança interessante. Pequenos testes, desafios impossíveis, tarefas absurdas. Eu a observava de perto. Cada tremor em suas mãos, cada respiro pesado, cada vez que ela mordia os lábios, tentando conter a raiva.

Eu sabia que Andrea odiava ser controlada. Odiava ser mandada. E era isso que tornava tudo tão delicioso.

— Minhas filhas querem o manuscrito do novo Harry Potter — disse uma manhã, minha voz cortando o ar como uma faca fria. Ela piscou, atônita, sem saber como reagir. Eu me deliciava com sua confusão. Era um pedido impossível, claro. Mas não se tratava do manuscrito. Era um teste. Um pequeno jogo que eu adorava jogar. Ela não sabia que estava sendo testada. — Espero que o tenha em mãos antes das 16h — finalizei, sem olhar para ela.

Andrea tentou de tudo. Correu pela cidade, ligou para contatos que nem tinha. A tensão crescente em seus olhos, o nervosismo tomando conta dela — tudo isso me divertia. O fracasso dela era inevitável. Eu sabia que ela não conseguiria o manuscrito, e sabia que a frustração e a fúria estariam à flor da pele quando ela voltasse de mãos vazias.

Eu não podia conter me sorriso, terrivelmente excitada pensando naquele pequeno animal selvagem a solta por New York perseguindo um inimigo invisível. 

Quando a porta do escritório se abriu e Andrea entrou, seus olhos já traíam o que suas palavras ainda não tinham dito. O fracasso. A raiva. Suas mãos apertavam a alça da bolsa com força. Eu continuei sem olhá-la, mantive o foco nos papéis à minha frente. A antecipação do que estava por vir era deliciosa.

Ela parou diante de mim, hesitante, como se estivesse em guerra consigo mesma, tentando decidir como lidar com o que sentia.

— Conseguiu o manuscrito? — perguntei finalmente, sem desviar os olhos dos papéis, minha voz gélida e indiferente.

O silêncio que se seguiu foi tudo o que eu precisava. Ela estava à beira de explodir. Eu podia sentir a respiração dela se tornar mais pesada, os dedos tremendo levemente. Quando finalmente olhei para cima, nossos olhares se cruzaram. Seus olhos estavam fervendo de raiva contida.

Vamos, darling, exploda. Perca o controle para mim. Me mostre as garras pelas quais eu me apaixonei a primeira vista.

— Não... eu não consegui o manuscrito — sua voz vacilou, carregada de frustração. — Mas eu tentei.

Ah, sim. "Tentou". Eu sorri internamente, mas meu rosto permaneceu impassível, frio.

— "Tentar" não é suficiente aqui, Andrea — minha voz era baixa, um sussurro cortante. — Não na Runway. Não comigo.

Mean to be mineOnde histórias criam vida. Descubra agora