E vamos de mais um "Depoimentos da Vergonha".
Tinha tempo? Sim. Saiu cap? Sim também. Temos desenvolvimentos? Claramente kkkk
Boa leitura ❤️
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Tinham-se passado alguns dias desde o incidente do Orkut, e Aventurine estava vivendo sua vida plena e normal. Na verdade, todo mundo já tinha esquecido daquele incidente, incluindo ele mesmo, que tinha metido na sua cabeça que tinha de esquecer Ratio, já que, bem, claramente ele não estava na sua onda, e uma gay se humilha, mas não ao ponto de ser rejeitado uma e outra vez.
No entanto, não bastava a humilhação ter sido esquecida, mas foi revivida no exato momento que ele entrou na sala onde ia ter a aula de matemática aplicada, partilhada com a turma de Veritas; em que alguém, por zoeira aquando da sua entrada, decidiu tocar o clássico dos clássicos da música gay em plena aula.
Eu não virei gay, a culpa é do meu pai
Que contratou um tal de Wilson
P’ra ser seu capataz
Eu vi o bofe tomar banho
E o tamanho da sua mala
Era demais
Além de linda, era demaisEu virei gay
E me assumi
A arte da pederastia
E pude um dia, então sorrir
Pedi o Wilson em casamento
E o jumento aceitou
A Lua de mel foi no Egito
Eu fui pra cama e dei um gritoE disse: Hey
Vai devagar, amor
Não vai com força, ainda sou moça
E não quero sentir dor
Me trate como uma menina
Vaselina, por favor
Parecia Rambo
Com a sua bazuca na minha nucaE disse: Vai
Ai, Wilson, vai
Esfrega a mala na minha cara
Vai pra frente e vai pra trás
Pra malona eu dei um grito
Entalei, quase eu vomito
Ai, Wilson, vai
Ai, Wilson, vai
Hey, heyQuando Aventurine olhou para trás, percebeu que aquilo tinha sido obra de um cara que sempre estava usando um chapéu de cowboy, parecia um agroboy e de bônus, tinha um sorriso que mais parecia uma boca de um tubarão, o cara rindo a beça pela forma como o loiro ficou extremamente sem graça, com toda a turma olhando para ele, principalmente Veritas, que fitou a confusão com certa curiosidade e mesmo até certo aborrecimento, já que o barulho e a comoção evidentes o tiraram do seu foco.
— Mas que…
Quando Ratio olhou para trás, apenas viu Boothill, o veterano que estava repetindo aquela cadeira pelo terceiro semestre consecutivo rindo a beça, Aventurine com o rosto escondido numa das mãos e Screwllum, que estava bem atrás de si, tentando também perceber o que diabos estava acontecendo naquela aula que habitualmente era pacata.
Por alguma razão que não soube bem justificar, Veritas fechou seus livros e os jogou em Screwllum, falando um “já volto”, pegando por impulso no braço do loiro, e o tirando daquela cena, já que percebeu o desconforto alheio com a situação. Antes de sair, mandou um olhar feio para Boothill, e logo levou o jovem estudante dali para fora, para confusão de geral e principalmente de Kakavasha, que, de todas as pessoas que achavam que o iam ajudar — ou não — naquela situação, nunca pensaria em Veritas Ratio.
Ele se esforçou para sair do seu transe momentâneo, tentando acompanhar os passos rápidos de Ratio para o exterior do edifício, até que finalmente chegaram à rua, o ar fresco batendo no rosto de Kakavasha.
Assim que Veritas se tocou do que tinha acabado de fazer, e pela forma como ele segurava o loiro pelo pulso, ele o soltou, se preparando para virar costas e ir embora, sem antes ser interrompido pelo loiro.
— Por que fez isso por mim? — Ele questionou, o fitando ainda incrédulo pela situação. Veritas poderia optar por ser sincero e dizer o real motivo das suas ações impulsivas e completamente desviadas do seu caráter habitual, no entanto, não seria desta vez.
— Porque se você não saísse da sala Boothill não ia desligar aquela porcaria de lixo musical, e você ia ficar ali em pé passando mais vergonha do que já passou.
A resposta, claro, não agradou na totalidade Aventurine, no entanto, tinha sido o maior número de palavras que tinham trocado nas últimas duas semanas.
— Erm, devo agradecer então o seu ato de caridade espontânea? — O Avgin levantou a sobrancelha enquanto falava, ainda estupefacto que de todas as pessoas, tinha sido Ratio indo o auxiliar.
— Hm, fica ao seu critério. De qualquer jeito, se tivesse preferido ficar lá, eu teria te deixado, em vez de vir perder meus minutos preciosos de aula.
— Obrigado, doc! — Kakavasha agradeceu do mesmo jeito, ignorando a grosseria de Ratio para não explodir com ele. — Só gostava que você parasse de ser um cuzão grosso da porra comigo. Você até é legal quando consegue agir sem parecer um robô sem sentimentos, sabe?
As palavras do loiro o atingiram em cheio. Veritas não estava acostumado a ser apelidado daquela forma desde o ensino médio, já que ele sempre foi daquele jeito mais fechado. Ele voltou a olhar para o Avgin com uma expressão de interrogação estampada no rosto, já que não percebia por que motivo aquele garoto tinha decidido encasquetar consigo. Nada na sua cabeça fazia absoluto sentido quando era correlacionado com ele.
Ele soltou um som meio trocista, mas acabou esboçando um sorriso, surpreendendo o estudante de gestão.
— Você realmente é demasiado ousado, Kakavasha. Nunca ouviu que pela boca, morre o peixe?
— Já, mas ao mesmo tempo, não consigo deixar de ser assim, porque só assim para pessoas como você não pisarem em mim como se fosse algo descartável.
A resposta de Kakavasha dirigida a si feriu o seu orgulho de uma forma inesperada. Ele não encarava as pessoas como descartáveis. Nunca as viu dessa forma.
Ele parou de andar, sentindo que Aventurine tinha feito o mesmo e exato movimento. Se voltou na direção dele, o fitando de forma avaliadora.
— Você quem falou de mim primeiro como se eu fosse um objeto para a sua satisfação sexual, caso não esteja recordado.
Foram as palavras que saíram da boca de Veritas, os braços fortes se cruzando contra o próprio peitoral, sob o olhar atento das orbes lilases. Kakavasha fitou o de cabelos arroxeados, incrédulo. Ele estava certo. Ambos estavam errando um com o outro.
Surpreendendo o estudioso, a mão de Kakavasha se estendeu na sua direção, o olhar firme no seu dando a entender um sinal de trégua.— Vamos começar de novo então. Meu nome é Kakavasha Avgin, sou do segundo ano do curso de gestão e partilhamos a aula de matemática aplicada. O povo me chama de Aventurine porque eu gosto de fazer apostas e não perco nenhuma. — Ele esperou pacientemente uma reação de Ratio, o fitando de forma calma enquanto o via parecer ponderar se cederia ou não.
— Veritas Ratio, mas me chame de Doutor Veritas Ratio. Licenciado em física e matemática e a fazer atualmente o meu mestrado em física espacial. Não é exatamente um prazer conhecer você, mas espero que possa me surpreender daqui por diante.
— Isso é um desafio, Doutor?
A expressão de Aventurine se alargou em um sorriso divertido, mostrando o seu entusiasmo com a ideia de firmar uma aposta com o mais velho. Veritas revirou os olhos.
— Considere do jeito que você quiser, apostador.
— Se prepare então! Eu não jogo apostas que eu tenha noção que vou acabar perdendo! Vou conseguir surpreender você daqui por diante, ou eu não me chame Kakavasha Avgin.
— E o que eu ganharei com isso? — Ratio indagou, levantando a sobrancelha. — Até agora não vi retorno positivo para o meu lado.
— Façamos assim. Se eu conseguir surpreender você, você me deve um encontro. Se eu não conseguir surpreender você, você pode pedir o que quiser de mim.
— Tudo o que quiser?
— Tudo! Desde que não coloque minha integridade física em risco, claro! — O loiro se acautelou, olhando para Ratio com uma sobrancelha levantada. Voltou a estender a mão na sua direção, que o estudioso logo apertou.
— Estou curioso com o que você vai aprontar, Kakavasha.
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O depoimento da vergonha (Ratiorine)
FanficUm certo dia, Aventurine decide contar para a Topaz via função de depoimentos da rede social Orkut a sua paixão frívola por Veritas Ratio. O que ele não esperava era que Topaz tornaria o depoimento público, e que ele acabaria chegando em Veritas. AU...