narradora
A primeira semana de trabalho de Giovanna havia sido ótima. Aparentemente, Alexandre não ficava muito por lá e aquilo já a deixava menos apreensiva.
Havia combinado com Ana que Helena ficaria no restaurante na parte da tarde e início da noite - horário que ela era dispensada, já que Giovanna não tinha nenhuma rede de apoio.
Claro, havia seu pai, mas o homem passava mais tempo por aí velejando do que em terra firme.
Giovanna buscava a menininha no seu horário de almoço e ela ficava numa mesa afastada no fundo do restaurante.
- Ei, mocinha. E o dever? - Giovanna perguntou vendo Helena prestando atenção em qualquer coisa exceto no dever de casa.
Helena suspirou cansada.
- Isso é muito chato. - Helena reclamou.
Giovanna olhou para o caderno e arregalou os olhos.
- E esse garrincho? Pelo amor de Deus, minha filha. - Giovanna balançou a cabeça, segurando a bandeja debaixo do braço. - Pode caprichar nessa letra aí e acelerar o processo.
Helena a encarou irritada.
- Sem cara feia. Lembra o que combinamos, não é? - Giovanna perguntou, já saindo andando.
Giovanna havia dito que Helena ficaria sozinha na casa do avô se ela não se comportasse. A menininha era cheia de personalidade mas odiava ficar sozinha, então, logo se apressou em obedecer a mãe.
De longe, Alexandre observava Giovanna conversando com a menina.
A morena rapidamente voltou ao seu trabalho, mesmo sem notar a presença do chefe.
Ela era sorridente, fazia os clientes darem risadas e também chamava a atenção da clientela.
Mesmo com apenas 1 semana de trabalho, ela já estava craque no cardápio e já reconhecia alguns dos clientes.
- A menina vai ficar aqui todos os dias? - Alexandre perguntou e Giovanna se assustou com sua voz.
A morena se virou.
- Sim, seu Alexandre. Quer dizer, eu combinei com Ana, mas caso ela estiver atrapalhando eu posso encontrar alguém para olhar ela. - Giovanna se apressou em falar cruzando os dedos para ele não se importar com a presença insignificante da menininha ali.
E também sabia que ela não poderia pagar por uma babá para cuidar da menina.
- Só estou perguntando. - Alexandre disse, notando o nervosismo dela. - É sua filha?
Giovanna assentiu.
- Sim.
Alexandre ficou surpreso. Não se lembrava de Ana ter mencionado a existência de uma criança na vida de Giovanna.
- Você deve ser bem nova, não é?
Giovanna o encarou confusa pela interação.
- Seu Alexandre, o senhor precisa de algo? - Ela perguntou e ele percebeu que ela não queria que ele se intrometesse na vida dela.