Capítulo 1

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O segurança, sem pronunciar uma única palavra, gesticulou para que ela o seguisse. À frente, a casa ergue-se como um império de luxo, onde cada detalhe parecia sussurrar segredos de riqueza. Um mordomo elegantemente vestido conduziu Cloe por corredores majestosos, adornados com obras de arte imponentes e lustres que reluziam em um brilho quase sobrenatural. Ela sentiu-se como uma intrusa em um mundo que jamais poderia ser o seu.
Finalmente, o mordomo parou diante de uma porta imponente e, em um gesto cerimonioso, revelou uma sala elegante. Ali, um homem estava sentado à escrivaninha, aguardando-a. Não era o pai que esperava, mas sim alguém com uma beleza enigmática e olhos azuis profundos, que pareciam penetrar em sua alma. A atmosfera estava carregada de eletricidade, como se o ar estivesse vibrando com a tensão entre os dois.
Cloe prendeu a respiração, sentindo-se exposta, analisada como um livro aberto diante dele.

— Olá, meu nome é Cloe Bertolini — ela se apresentou, estendendo uma mão trêmula, sua voz soando como uma frágil correnteza em meio a um rio tempestuoso.
Bruno apenas esboçou um sorriso fino, quase desinteressado.
— Eu sei. — A resposta dele foi seca, quase hostil. — Como posso ajudá-la, Cloe? Sua voz, carregada de sarcasmo, indicava que ele estava longe de ser receptivo. Fez um gesto sutil para que ela se acomodasse.

Cloe tentou manter a calma, sentando-se ereta demais, como se quisesse esconder sua vulnerabilidade.

— Eu gostaria de falar com o senhor Leone Şarço — ela disse, sua voz ainda tremendo, como se cada palavra fosse um esforço monumental.

Um sorriso frio curvou os lábios do homem, revelando uma malícia ocultada.

— Infelizmente, ele está em viagem com a esposa. Mas me diga, sobre o que deseja falar com Leone? — Ele a desafiou, sua expressão repleta de interesse disfarçado.

— Primeiro, preciso saber com quem estou falando. — A determinação de Cloe cresceu, como uma chama que se recusava a se apagar.
O sorriso dele se ampliou, mas havia algo desprezível em seu olhar.

— Meu nome é Bruno Şarco, filho adotivo de Leone.
Um gelo a envolveu. Sem saber como reagir, estendeu o cartão que mencionava Leone Sarço.

— Tenho razões fortes para acreditar que o senhor Leone é meu pai.

Bruno devolveu o cartão, o olhar desinteressado.

— E daí?

A respiração de Cloe se tornou mais rápida.

— Eu gostaria de tirar minhas dúvidas.

— Sua avó nunca mencionou nada a respeito de seu pai?

— Você conhece minha vó?

— Não pessoalmente.

— Quanto sabe sobre mim?

Cloe sentia a pressão no peito.

— Sua mãe morreu ao lhe dar à luz. E sua avó? Bem, ela fez um pacto com meu pai: você jamais teria contato com ele.

A revelação a atingiu como um golpe certeiro, paralisando-a. Cada sílaba cortante era um eco doloroso em sua mente.

— Então... ele sabe que eu existo? — conseguiu perguntar, a esperança quase inaudível, mas ardendo em seu coração.

Bruno confirmou com um leve movimento de cabeça, mas o gelo em sua voz era palpável.

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