Eros Cullen, um vampiro marcado pela violência de seu criador, vê sua vida mudar ao se apaixonar por Rosemary Lílian, uma garota autista que o enxerga além da escuridão. Enquanto enfrenta o retorno do vampiro original que o criou, Eros descobre no a...
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AS LUZES COLORIDAS do salão de baile piscavam de maneira intermitente, o som da música abafava a conversa ao redor. Mary se encolhia a cada estalo das luzes, sentindo-se perdida naquele mar de gente, o suor frio escorrendo em sua nuca. Ela odiava aquele tipo de evento - o barulho, a agitação, as pessoas esbarrando umas nas outras -, tudo aquilo mexia com seus sentidos de uma forma quase insuportável.
A textura de seu vestido, por mais que fosse macia ao toque, parecia áspera contra sua pele. As luzes suaves, que para os outros eram românicas, a deixavam desconfortável.
Porém, ao seu lado estava Eros, sua presença sempre a trazia de volta do caos, como uma âncora em meio ao turbilhão de pensamentos que existiam em sua mente. Ele a observava com aqueles olhos profundos, que pareciam ver através de sua inquietação, sem julgamentos, apenas compreensão.
- Quer dançar? - ele estendeu a mão para ela.
Mary olhou para ele, hesitante. Não gostava de multidões, muito menos de dançar. Mas havia algo na maneira como ele a convidava - uma gentileza, uma calma que ela não encontrava em mais ninguém. Ela assentiu devagar e colocou sua mão na dele.
Eros a conduziu até o centro da pista de dança, longe o suficiente das outras pessoas para que ela pudesse se sentir mais à vontade. A música que tocava era lenta, quase hipnótica, e quando ele a puxou suavemente para perto, Mary sentiu o mundo ao redor se silenciar um pouco.
Eles começaram a se mover ao ritmo da música. Mary estava tensa, incerta de seus passos, mas Eros a guiava com uma facilidade sobrenatural. Ele mantinha a mão dela firmemente, mas com cuidado, e seus olhos nunca saíam dos dela. Cada movimento parecia calculado, como se ele estivesse ciente de cada sensação que ela estava experimentando, tentando protegê-la de qualquer desconforto.
- Está tudo bem? - ele perguntou baixinho, sua voz cheia de ternura.
Ela respirou fundo, tentando relaxar.
- Ainda estou me acostumando - respondeu honestamente. Mas com ele ali, o peso do ambiente era mais leve.
Eros sorriu, um sorriso pequeno e reservado, que a fez sentir uma calma inesperada.
-Apenas siga o ritmo. Eu estou com você.
Enquanto eles continuavam a dançar, Mary começou a perceber algo curioso. O toque frio de Eros, que sempre a lembrava de sua natureza vampiresca, naquele momento trazia um contraste reconfortante com o calor sufocante do salão. Cada passo que ele guiava a fazia se sentir um pouco mais segura. Ela começou a se concentrar apenas nele - no som suave de sua respiração, no movimento gracioso de seus pés.
Ela nunca havia pensado que poderia gostar de dançar, mas ali, nos braços de Eros, havia uma estranha harmonia. Era como se a presença dele fosse suficiente para filtrar o caos ao seu redor.
-Você está indo bem - ele sussurrou. E, por um momento, Mary acreditou nisso.
Enquanto giravam lentamente, ela olhou ao redor. As outras pessoas, as luzes, a música - tudo parecia distante, como se o mundo ao redor tivesse desvanecido, deixando apenas eles dois no centro de um universo próprio. Eros inclinou-se levemente, seu rosto próximo ao dela, e Mary pôde sentir o frescor de sua respiração.