𝗢𝗡𝗗𝗘 duas pessoas que cresceram juntas e conhecem perfeitamente o ponto fraco e o ponto forte um do outro, mas que em um verão que tinha tudo para ser apenas mais um, tinha mudado tudo entre eles.
𝗞𝗘𝗡𝗔𝗡 𝗬𝗜𝗟𝗗𝗜𝗭 uma das principais estre...
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A TENTATIVA de me explicar para a Zaria não pareceu ter adiantado nada, e eu não sei por que criei esperança em algo que claramente nunca aconteceria. Eu deveria saber que ela não esqueceria tão fácil o nosso passado. Acho que a única alternativa foi deixá-la ser livre nesse relacionamento, mesmo que isso me incomodasse. Eu teria que aprender a conviver com isso, assim como fiz tantas outras vezes.
Soltei um suspiro pesado enquanto escutava os mil e um conselhos que Adila insistia em me dar, mas eu não estava nem um pouco interessado.
— Chega, Adila! Eu já entendi, e repito, não vou tentar mais nada com a Zaria. Eu tenho um pouco de amor próprio, tá legal? — Falei, interrompendo-a, minha paciência no limite. —
Adila cruzou os braços, me lançando aquele olhar típico de quem sabia mais do que eu estava disposto a admitir.
— Você pode até falar isso, Kenan, mas a gente sabe que você não está desistindo de verdade. Está só esperando o momento certo. — Disse ela, em um tom convicto. —
— Que momento certo? Estamos em fases diferentes das nossas vidas, Adila — Retruquei, tentando soar firme, mas sem muita convicção. —
— Vocês sempre estiveram em fases diferentes, Kenan, e isso nunca te impediu de tentar. O que mudou agora? — Ela arqueou a sobrancelha, não convencida. —
— Eu mudei — Falei, soltando um suspiro pesado. — Esperei por ela durante dois anos, e quando ela voltou, me odiava ainda mais. Ter que suportar isso todo esse tempo não foi fácil, e ainda não é. Ela deixou claro que não sente o mesmo, Dila.
Adila cruzou os braços, olhando para mim com aquele jeito preocupado que só uma irmã tem.
— Mas e se ela estiver escondendo o que realmente sente? Você já parou pra pensar nisso? — Ela perguntou, em um tom calmo. —
Balancei a cabeça, sem paciência para mais especulações.
— Não importa o que ela esteja escondendo, o que importa é o que ela mostrou até agora. E o que ela mostrou foi que me odeia. Não dá pra viver assim. Eu preciso seguir em frente, Adila. — Respondi, tentando soar firme, mesmo que ainda não transparecesse isso em minha voz. —
Ela suspirou, sem saber o que dizer, e eu aproveitei o silêncio para me levantar, querendo encerrar a conversa.
— Olha, eu sei que você quer me ajudar, mas não tem mais o que fazer. Tá na hora de aceitar as coisas como são. — Falei, sincero. —
— É que eu só quero te ver bem, feliz, maninho. Desde que viemos pra cá, parece que você piorou — Adila disse, me olhando com aquela preocupação genuína que ela sempre tinha. —
