Cap 11

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H E L E N A

Meus olhos ardem com a claridade.

Tento falar mas a minha garganta tá muito seca, o meu corpo dói, tudo dói.

Só me lembro de alguém bater em mim e a minha filha cair no chão.

A MINHA FILHA!

Com uma força súbita que eu não imaginei que tinha, abri o olho e tentei levantar.

Mas me arrependo quando sinto uma tontura e dor muito forte, e vejo que tô cheia de fios em mim, agulhas, eu tô em um hospital?

Que legal, eu nunca vim em um.

— Querida! Você não pode levantar agora!— Alguém com uma roupa branca fala tentando me deitar na cama de novo, a minha mente tá uma bagunça.

Helena— A.. minha.. Filha..— Falo com dificuldade por causa da minha garganta.

— Ela está bem, por favor, deite na cama ou você vai piorar.— Diz calma e eu me deito, ainda me sinto um pouco agitada.

Cadê a Isa? Será que ela tá bem, e se ela... Não, eu nunca iria me perdoar.

Não tem como se perdoar estando morta.

Outras pessoas entram na sala e começam a me examinar, acho que são médicos.

Sua idiota, claro que são médicos.

Um tempo depois eles saem e me deixam sozinha, e logo depois um menino entra no quarto.

Um menino muito, muito lindo.

É o menino do shopping! Oque ele tá fazendo aqui?

Ele me olha e eu fico com vergonha, eu devo tá toda descabelada e feia.

— Você finalmente acordou!— Ele vem até mim e me assusta me abraçando.

Meu Deus, eu devo tá fedida e ele me abraçando.

Um estranho me abraçando.

— Desculpa, mas eu tô muito feliz. Quer água? Eles já te deram água eu não sei, eu vou pegar mesmo assim.— Ainda tô em choque pelo abraço, mas rio com a atitude dele.

Ele volta com um copo de água, e quando eu vou pegar ele nega, me dando água na boca.

Isso é bem vergonhoso. Muito vergonhoso.

— Quer mais?— Nego com a cabeça e ele sorri, pegando uma cadeira que tem ali e se sentando do meu lado.

Helena— Cadê a minha filha?— Sussuro e ele da um sorrisinho.

— Ela tá ótima e saudável, só arranhou o bracinho, e você, como tá?— Ok, a pergunta sobre mim talvez tenha sido um pouco inesperada.

Helena— Eu... Tô com dor e me sinto tonta, por quanto tempo eu dormi?— Olho pro menino que pelo oque eu me lembro, se chama Lucas, não, Luca.

Luca— Por dois dias e 16 horas. Você logo vai melhorar e ficar bem de novo, já te deram remédio e você reagiu bem, a bebê tá com a minha tia, não sei se você lembra, mas ela é bem confiável tá, jaja eu trago ela aqui, não se preocupa.

Meio difícil não se preocupar, nunca deixei a Isa com um estranho antes, mas eu não consigo nem levantar.

Helena— Tudo bem...— Falo com a voz embargada, eu quero a minha bebê...

Eu entendo que agora eu não tô bem, mas a minha preocupação é tão grande, acho que só quem é mãe vai me entender.

Luca— Por favor não chora... Na verdade, chora sim.— Ele levanta da cadeira e fica de pé no meu lado.— A sua bebê tá bem ok? Nós invadimos a sua casa e te ajudamos, e aquele homem já foi punido, não se preocupa que ele nunca mais vai te atormentar.— Faz um carinho no meu cabelo e outra enfermeira entra, mas dessa vez com comida.

Ele me ajuda a comer e eu acabo pegando no sono de novo.

L U C A

Cara, namoral, como alguém consegue ser tão linda assim? Porra.

Mesmo ela estando cheia de roxo e meia debilitada, continua perfeita.
Juro a vocês, se não foi amor à primeira vista eu não sei oque foi.

Depois de comer ela acabou dormindo, a bixinha comeu uma sopa sem sal do caralho, ela não queria comer, mas mesmo assim fez.

Vendo ela assim dormindo, lembro do papo que eu tive com o doutor dela.

— Ela sofreu traumas graves, incluindo duas costelas mal curadas, hematomas, queimaduras e um corte na cabeça que não causou complicações maiores. Após uma cirurgia emergencial, está estável, e aguardam que ela acorde para avaliar melhor sua recuperação.

Luca— Entendo... Tem previsão de alta?

— Bem, daqui a uma semana, se os exames estiverem tudo ok, e o corpo dela reagir bem aos remédios, ela poderá sair até antes disso.

Ela é forte pra caralho.

Escuto o meu celular tocar e vejo que é a mãe... Mãe não, Tia Mel, e atendo.

Luca— Oi tia.— Falo baixinho mas logo saio do quarto que a Lena tá.

Mel— Luca, eu vou em casa e vou levar a bebê tá, eu preciso ir em casa e buscar algumas coisas pra Helena, já que ela acordou, jaja eu vou ver ela.

Luca— Tá beleza, depois a senhora pode trazer ela aqui? A Lena dormiu agora, mas acho que quando acordar vai ficar feliz em ver a Isa.

[...]

Eu tô no quarto com ela, e puta merda, que lugar frio cara, acho que o ar-condicionado tá com problema, o povo doente e colocam o negócio mais frio ainda.

A tia Mel trouxe edredom e mesmo assim eu ainda tô morrendo, ave Maria.

Talvez seja porque eu dei o meu edredom pra Helena e fiquei com o mais fino do hospital, mas isso é só um detalhe.

Helena— Luca...— Me chama baixinho e sorrio vendo ela acordar, me levanto da poltrona que eu tô no canto do quarto e vou até ela.

Luca— Oi princesa... Tá se sentido melhor depois da soneca?— Ela assente e eu sorrio.

Ela dunga e depois da espirro, e logo depois uma cara de dor.

Helena— Eu tô com frio...— Fala se encolhendo, e olha que ela tá com dois edredons.

Ela dá outro espirro e faz outra careta, deve ser por causa dos pontos.

Helena— Vem deitar comigo por favor...— Fala e eu chega me assusto.— Desculpa, se não quiser tudo bem.

Rápida e direta.

Luca— Não sei, e se eu te machucar com os pontos?— Falo e ela fica triste e me olha pidona, que ódio, assim fica difícil.— Tudo bem.

Ela vai mais pro lado com cuidado, e levanta o lençol.

Me deito me cagando de medo, parecendo uma pedra com medo de machucar ela.

Me arrumo e me cubro com os edredons, ela chega mais pertinho e me abraça, ela tá gelada, a bixinha tá cm frio mesmo.

Passo o meu braço por ela também, a mesma se encolhe no meu abraço, e suspira colocando a cerca no vão do meu pescoço.

Helena— Você é muito quentinho...— Murmura e eu sorrio abraçando ela ainda mais.— Obrigada por deitar comigo.

Mal sabe, mas eu faria de tudo por ela.

Meu Morro Meu TudoOnde histórias criam vida. Descubra agora