Cap 6

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H E L E N A
ʜᴏʀᴀs ᴀɴᴛᴇs

Encaro o portão, tô nervosa.

Não tenho tempo pra ficar encarando aqui igual uma idiota, é só sair e vai ficar tudo bem, tudo vai melhorar.

Vai nessa, toda vez que eu fico feliz alguma merda acontece.

Tô com uma mochila cheia de coisa, a maioria da Isa, algumas minhas também, já que eu não tenho muita coisa mesmo.

Pego a chave e destranco o portão, e depois de muito tempo, saio de casa.
Ainda bem que não tem ninguém aqui.

Helena- Certo...- Agora eu tenho que pegar um ônibus.

[...]

Eu não sei pegar um ônibus.

Vejo uns homens com umas armas, no que parece ser uma barreira, sei lá, vou perguntar pra eles.

Helena- Oi...- Ele me olham.- Bom dia... É que... Eu queria saber onde fica o ponto de ônibus, se não for incomodar.- Merda, a minha voz fica muito baixa quando eu tô nervosa.

- Opa moça, ó, essa hora é perigoso você ir lá pra baixo sozinha, que não tem ninguém pô, pergunta pro Jb se ele ainda tá pegando aquela área lá.- Fala pro moço do lado dele.

- Jb? Tá aí ainda? Tá não pô, meteu o pé já. Ele não assalta essa hora não pô.- NÃO ASSALTA?!

- Porra seu bocó, tá assustado a piveta e a pivetinha.- Aponta pra gente.- Cara, nem se o Jb tivesse lá essa menina podia ir sozinha, parece uma criança, quantos anos cê tem?- Me pergunta, que conversa estranha.

Helena- 16...- Eles coçam a nuca.

- Vamo levar ela.

[...]

- Precisa ter medo da gente não moça, eu sou deboa e tenho medo de barata.- Eu rio.- Eu sou o Xico-Bala.

Helena- Porquê Xico-Bala?- Que nome engraçado.

- Longa história, eu sou o Xico-Bala, e esse o Meia-Tigela.- Aponta pro moço que é igualzinho um índio, indígena, não sei.- Diz oi pra ela.

Meia-Tigela- Oi...- Fala meio tímido sem me olhar.

Helena- O seu cabelo parece uma tigela, com todo respeito.- Acho que falei merda até eles começarem a rir.

Xico-Bala- Eu gostei dessa garota.- A gente tá descendo boa parte do morro, e sinceramente, tá tudo escuro ainda, se eu descesse aqui sozinha não ia dar certo.

Meia-Tigela- É sua irmã?- Aponta pra Isa e eu nego.

Helena- Não. Minha filha.- Ele me olha confuso mas dá de ombros.

Xico-Bala- Vamo ficar aqui até o ônibus chegar.- Diz se sentando no ponto junto comigo.- Já reparou que ela parece com aquela boneca lá? Aquela loira porra. Acho que é Barbue, Burbie.

Meia-Tigela- Barbie seu bocó.- Fala e o outro eu concordando.- Parece mesmo.- Ele olha pro meu cabelo e sorri de leve.- Você vai pra onde?

Helena- Acho que...- Eu não pensei nisso...- No shopping.

Meia-Tigela- Beleza então.- Fala e fica meio inquieto, mexendo nos dedos, acho que ansioso.- Vou ali rapindinho.- Tenta sair mas quando passa pelo Xico para ele.

Xico-Bala- Não vai não, vai ficar sentadinho aí.- Puxa o mesmo pelo braço fazendo ele se sentar no banco de novo.- Cadê o seu objeto de conforto?

Meia-Tigela- Eu perdi.- Fala encucado e o Xico coça a nuca.

O Tigela fica passando a mão no rosto e coçando os pulsos.

Pego um brinquedo que a Isa ganhou mas não usa, é tipo um pop-it, é bem legal.

Helena- Toma.- Ofereço o brinquedo pra ele que me olha estranho.- Só pega.- Ele pega o brinquedo meio envergonhado e começa a brincar.

Xico-Bala- Cê gostou?- Pergunta baixinho pra ele, mas eu ouvi.

Meia-Tigela- Uhum.- Murmura ainda concentrado no brinquedo.

Xico-Bala- Vou procurar de outra cor pra você.- Passa a mão de leve no cabelo dele.- Tá esquecendo de um bagulho aí.

Meia-Tigela- Valeu menina...- Fala e eu sorrio. Percebi que ele tá sempre mexendo os dedos.- Quer saber como funciona a rotação de Urano?- Do nada.

Xico-Bala- Ele tem fixação em astronomia.- Dá um sorriso que eu retribuo.- Ah, olha aí o seu ônibus.

[...]

L U C A

Acordo no susto quando a gente passa por um quebra mola.

Tomo outro susto quando vejo uma mulher no banco da frente, ela se vira pra mim e da sorriso, logo sinto as minhas bochechas esquentarem.

Luca- Porra eu morri e tô no céu.- Olho pro lado e vejo o Italiano.- É eu acho que não.- Falo rindo e o Italiano me olha puto.- Tio essa é a tua mina?- Italiano assente e ela me olha.- Boa sorte viu tia.

Mel- Eai Luca eu sou a Mel.- Que meiga.

Luca- Eu sei tia. O tio parece até disco quebrado só fala da senhora.- Ela se vira lentamente me encarando no fundo da alma.- Calma ae, oque aconteceu. Pô italiano se resolve ae com a tua mulher, ela me olhando assim me da medo.

Italiano- Segura os teus bo's irmão.- Ele fala rindo.

Mel- Senhora? Essa foi pra acabar.- Ué.

Luca- Mas você é mais venha que eu uai.- Pô, tô confuso real.

Mel- Você é tão fofinhooo. Vem cá pra eu apertar as tuas bochechas.- Fico vermelho e ela aperta as minhas bochechas.

Luca- Que isso tia...- Falo ainda sentindo o meu rosto quente.

Italiano- Chegamos.- Ele fala saindo pra abrir a porta do carro pra tia Mel.

Luca- Gado do caralho.- Falo e a Mel me olha puta de novo.

Mel- Olha a boca.- Fala putassa.

Luca- Desculpa tia.- Falo indo por lado dela.- Véi eu nunca vim no Shopping.

Mel- Sério?- Ela fala meia chocada, eu assinto, nunca vim aqui não, lugar de rico me dá medo.- Eu só vim uma vez eu acho.

Entramos no Shopping e o Italiano vai em direção a uma loja de chuteira, porra, que sonho.

Italiano- Escolhe aí pivete.- Olho confuso pra ele.

Luca- Tendi não homi.

Italiano- Tô falando que é pra tu comprar as tuas chuteiras.- OQUE??

Vou na direção del, e sinceramente, a emoção é tanta que eu não consigo me segurar e começo a chorar.

Italiano-Precisa chorar não véi. É só um presente.- Acho que ele não percebe o quanto que isso é especial pra mim.- Beleza, isso vai ser divertido.

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Tô tão sumidinha🫦🫦

Vidocas, tô amando escrever essa fic, afer

Estão gostando? Como tá a minha escrita?

Em alguns capítulos vamos ter uma cena muito triste💗

Bjs raparigas safadas💗😭🫦🙏

Meu Morro Meu TudoOnde histórias criam vida. Descubra agora