𝐶apítulo 7

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VIOLET

de volta ao lar.

FOI TANTO DESCONTROLE que eu mal conseguia respirar

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FOI TANTO DESCONTROLE que eu mal conseguia respirar.
minhas mãos tremiam, tudo tremia. o mundo ao meu redor tremia.

soltei minha mala com o tremendo susto do vidro se estilhaçando contra a parede.

eu não ouvia nada,
não sentia nada,
não enxergava nada.

tudo o que eu consegui fazer foi chorar. e o gosto salgado das lágrimas que invadia minha boca apenas fazia eu me sentir cada vez mais fraca.
tudo aquilo era um erro, eu estar ali era um erro.

ao mesmo tempo que tudo fazia sentido, nada se encaixava no lugar. estava tudo bagunçado.

passei minha mão direita por meus olhos, afastando as lágrimas que o cobriam e olhando diretamente para o homem em minha frente.

- violet.. - sua mão tocou meus ombros, enquanto sua voz saía chorosa e trêmula. eu nunca pensei que ouvir alguém chamando pelo meu nome poderia doer tanto. - me desculpa, eu não queria..

antes mesmo que ele terminasse de falar, o empurrei e gritei da forma que consegui.

- não encosta em mim, seu desgraçado! - assim que isso foi dito, consegui sentir todo o peso do ambiente cair logo sobre minhas costas. - seu descontrolado do caralho!

recuperei meu fôlego e comecei a olhar em volta, mal conseguindo digerir aquilo.

na verdade, tudo realmente fazia sentido, eu só não queria acreditar nisso. mas agora já não adiantava mais fingir que não entendia, a mais pura verdade acabou de ser estilhaçada ao meu lado. á centímetros de mim.

a pessoa que até três dias atrás dizia que me amava jogou uma fotografia de nós dois contra mim.

ele queria que aquele porta-retrato me acertasse?

é, parece que essa foi a tentativa dele ao tentar jogar aquela merda de fotografia contra mim. por poucos centímetros isso não acabou terminando em algo trágico.

isso era demais. eu não conseguia digerir. demorei tanto para me desconectar dos meus pensamentos que mal senti o tanto que a minha bochecha estava ardendo.

olhei para minha mão. tinha sangue.

o vidro do porta-retrato que o filho da puta jogou me atingiu.

- porra..

aquela voz.
não era a voz do meu então ex namorado, era a voz dele.

comecei a olhar ao redor, praticamente desesperada á procura de seu rosto.
tudo o que eu conseguia pensar era em como eu era fraca.
a única coisa que eu queria naquele exato segundo era um abraço dele.

passos rápidos correram em minha direção e eu senti seu abraço. porra, parecia que ele sabia que era aquilo o que eu mais precisava.

- por que você 'tá sangrando? o que ele fez com você?

abri a boca para dar minha resposta, mas parece que alguém foi mais ágil que eu.

- ah.. eu acho que já entendi tudo. viu só? você nem 'tá no direito de reclamar, violet. saiu daqui 'pra ir direto pros braços de outro. disse que eu não valia nada mas pelo visto você é até que semelhante a mim.

a voz do meu ex namorado saiu raivosa.
o que caralhos ele pensa que 'tá falando?
suas palavras doeram mais que uma facada.. na verdade, doeram mais que um corte de vidro feito por um porta-retrato.

ele estava pensando que eu traí ele, assim como fez comigo. cada palavra que saiu da sua boca me deu nojo e me tirou ainda mais a vontade que nunca tive de voltar a esse lugar.

rafael me abraçou com mais força, e em seguida, me colocando atrás dele.

- acho melhor você calar essa boca antes que eu acabe quebrando todos os dentes que tem nela.

sua voz saiu completamente autoritária e ameaçadora, totalmente diferente do lange engraçado e descontraído de mais cedo. a raiva que esse homem tinha na voz era surreal.

- eu entrei 'pra pegar as minhas coisas e.. - gaguejei a cada palavra dita, não conseguindo controlar minha respiração. - nós começamos começamos brigar. ele começou a gritar comigo, como ele sempre fez..

não conseguia falar direito, mas nem precisei. rafael já havia entendido tudo.

meu ex-namorado se calou imediatamente.

por o que conheço, ele jamais se calaria tão rapidamente assim, com certeza não, seu ego era grande demais pra isso.
isso significava que rafael tinha tomado conta da situação em segundos e que ele é foda pra caralho.

- eu e ela vamos sair desse apartamento agora mesmo. e até formos, não quero ouvir uma única palavra saindo da sua boca, caso contrário, vou arrebentar a sua cara até não sobrar absolutamente nada.

nos dois pegamos as minhas coisas que estavam logo ao redor e levamos para a porta.

- fica aqui um minutinho, tá? vou bater um papinho com ele de homem 'pra homem.

- rafa..

- ei, não se preocupa.. vai ficar tudo bem.

o mais alto me deu um beijo na testa e voltou para dentro, enquanto eu fiquei sentada na entrada, olhando para dentro da caixa de transporte que minha gata estava, tentando acalma-lá também, já que não era apenas rafael que havia presenciado a briga.

consegui ouvir sons vindo de dentro do apartamento, o que não era tão difícil de acontecer já que os dois praticamente estavam gritando.

sorte a nossa, quando algum superior vir chamar a atenção pelo barulho, eu e rafael já estaremos longe daqui. do jeito que o porteiro é lerdo para alertar sobre as coisas, isso não iria acontecer tão cedo. a única coisa que eu rezava para que não acontecesse, era que um vizinho aparecesse. mas eu sabia que isso não ia rolar, são todos uns fofoqueiros e devem estar com os ouvidos na parede para tentar escutar mais sobre a briga. filhos da puta.

fechei meus olhos com força, tentando me concentrar em qualquer outra coisa sem ser a briga que estava acontecendo lá dentro. mas por incrível que pareça, dessa vez mais despreocupada. rafael parece que sabe o que está fazendo.

após cerca de dez minutos, lange ficou diante de mim com um olhar preocupado, me ajudando a pegar minhas malas para leva-las ao carro.

após cerca de dez minutos, lange ficou diante de mim com um olhar preocupado, me ajudando a pegar minhas malas para leva-las ao carro

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