𝐶apítulo 8

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VIOLET

entre bolsas e olhares.

SUAS MÃOS PASSAVAM atenciosamente sobre minha pele, limpando o machucado cuidadosamente e colocando um band-aid por cima do corte

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SUAS MÃOS PASSAVAM atenciosamente sobre minha pele, limpando o machucado cuidadosamente e colocando um band-aid por cima do corte.

— sorte sua que não foi tão profundo..

— o que você disse 'pra ele?

— nada demais, só dei um sustinho pra deixar ele com medinho por um tempo.

nos dois rimos e eu peguei uma bolsa de mão que havia trazido de casa.

um sorriso brotou em meu rosto e ele fez uma expressão de quem não estava entendendo absolutamente nada.
era como se eu conseguisse ler seus pensamentos.

— sabe, rafa.. casais com vida boa tem muitos planos.. casar, ter filhos, viajar, ter um bom negócio, uma boa diversão.. principalmente a parte da diversão. e todas essas coisas custam uma boa grana. — seu olhar se tornou ainda mais confuso que antes, e eu continuei a explicar. — além de uma personalidade forte, também tenho uma boa memória e uma ótima força de vontade.

— o que você quer dizer com isso?

abri a bolsa lentamente, e rafael arregalou os olhos diante do que viu, cobrindo a boca com a mão.

— ele se negava a deixar dinheiro guardado no banco. sempre foi paranoico com essas coisas. ele guardava em um fundo falso da gaveta do guarda roupas e jurava que eu não sabia. sério, ele é tão burro.

seu rosto se aproximou da bolsa, ainda incrédulo ao ver os diversos bolos de dinheiro que tinham lá dentro.

— não sei exatamente quanto tem aqui, mas dá pra fazer um ótimo proveito.. além de que, logo logo ele vai ter que sair daquele apartamento. está no meu nome.

— você é maluca.. mas muito inteligente.

um sorriso se formou no rosto dele e nós dois rimos juntos mais uma vez.
fechei a bolsa e a coloquei de lado.

senti um peso passar por meu colo e olhei para baixo, vendo minha gata se deitar logo ao meu lado no sofá.

— eu sei que sou. mas não faço ideia de como consegui ficar por tanto tempo junto de alguém que guarda dinheiro em um fundo falso na gaveta de meias. — sua mão agarrou a xícara de café e eu o observei dar uma golada. — você é tão viciado em café assim?

— 'pra caralho, você também deveria ser. café é a melhor bebida que existe.

continuei observando enquanto o garoto terminava sua terceira xícara de café, já não demorando muito para encher a xícara com o líquido mais uma vez.

— as vezes não gosto nem do cheiro.

— fala sério.. é muito bom.

olhei para baixo, envergonhada, mas logo agradecendo por tudo o que ele havia feito por mim hoje.

— obrigada por ter me ajudado, de verdade.

— não precisa me agradecer, vivi. á partir de hoje, posso até ser seu guarda costas nas horas vagas se quiser.

percebi que mais uma palavra ia sair da sua boca, mas antes disso, ele parou e deixou a xícara de lado.

sua mão se aproximou mais uma vez do meu rosto, passando seu polegar por meu lábio inferior, percebendo algo.

— aqui também 'tá cortado.. vou dar uma limpada, tá?

concordei com a cabeça e seus dedos tocaram meu queixo, me fazendo levantar o rosto. a gaze gelada passando por meus lábios repentinamente me fez franzir o cenho.

quando parei para reparar, tudo ficou completamente em silêncio mais uma vez. isso era óbvio e normal já que ele estava limpando minha boca e isso me impossibilitava de falar.
mas, ele afastou a gaze dali e o silêncio continuou. eu olhei em seus olhos, mas seus olhos não se encontraram com os meus.. ele estava olhando para a minha boca.

fiz o mesmo, e porra, quando foi que a boca dele ficou tão bonita?

o silêncio continuou. e nós continuamos ali, sem mexer músculo algum. até que, repentinamente ele se aproximou. rafael tinha percebido que eu estava encarando sua boca também.

sua aproximação fez com que nossas testas se encostassem e eu o vi fechar os olhos, roçando nossos lábios.
ficamos assim por vários segundos, até que seus olhos se abriram mais uma vez e ele me olhou com um olhar surreal.

percebi após poucos segundos, aquele não era um olhar de quem queria me encantar.
nossas testas coladas, nossos lábios se roçando, nossas respirações se misturando.
aquele na verdade era um olhar de permissão. ele estava pedindo permissão para me beijar, e fez isso com os olhos, sem precisar dizer uma única palavra. eu posso jurar que essa foi a coisa mais linda que eu já vi em toda a minha vida.

em resposta, segurei sua nuca com uma das mãos e finalmente juntei nossos lábios em um selinho demorado. o garoto não tardou a segurar em minha cintura e aprofundar o beijo. era tudo tão lento que eu poderia ficar maluca só pela forma em como ele me beijava sem pressa alguma. aquele olhar pode até não ter sido pra me encantar de propósito, mas seu beijo me encantava e muito.

o jeito como ele apertava minha cintura com tamanha delicadeza me fazia sentir como se eu fosse desabar a qualquer momento. eu conseguia decifrar exatamente tudo o que ele queria passar com aquele beijo. era carinhoso. sua boca se movimentava ainda lentamente com a minha. se tivesse algo parar ser sinônimo de carinho, calmaria e aconchego, seria esse beijo. esse simples gesto tirou um grande peso das minhas costas, e dava pra perceber que era claramente o que ele estava tentando fazer.

 esse simples gesto tirou um grande peso das minhas costas, e dava pra perceber que era claramente o que ele estava tentando fazer

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⏰ Última atualização: 6 days ago ⏰

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𝐀𝐌𝐎𝐑 𝐏𝐈𝐑𝐀𝐓𝐀ㅤ::ㅤ𝙲𝙴𝙻𝙻𝙱𝙸𝚃Onde histórias criam vida. Descubra agora