Os Piratas
Capítulo 10 - A Era dos Piratas
08/05/1668
O sol já ia alto quando Akira se viu sozinho no terreno baldio que haviam usado como campo de treinamento improvisado. Ele girava preguiçosamente uma pedra entre os dedos, tentando lembrar as palavras do velho sobre o haki. Os outros já tinham voltado para casa, e ele, entre bocejos e gestos desinteressados, ainda tentava entender o que esse tal poder realmente significava.
Akira fechou os olhos, tentando se concentrar. De início, foi difícil, mas aos poucos ele começou a sentir algo diferente, uma sensação estranha que subia pelos braços, como se sua pele estivesse em contato direto com o ambiente ao redor, como se pudesse sentir o vento se movendo à sua volta. Algo pulsava dentro dele, um poder que ele não entendia, mas que parecia explodir como uma faísca pelo corpo, e num instante, ele abriu os olhos, ofegante.
✏️ Akira (com um sussurro de surpresa):
— Então... aquele velho não tava falando besteira.
Akira se levantou, ainda com a sensação do poder na pele. Ele correu até onde sabia que Félix estaria, determinado a contar o que acabara de sentir. Encontrou-o no caminho de volta para casa, onde Félix estava distraído mexendo em algumas caixas.
✏️ Akira:
— Félix! Cara, você não vai acreditar no que eu acabei de sentir.
✏️ Félix (desinteressado):
— Que foi, Akira? Já viu o bastante por hoje? Eu já tentei o suficiente pra saber que ainda não tô no nível desse haki.
✏️ Akira:
— Eu senti, Félix. Senti o poder do haki, por um instante. Aquela coisa de “sentir o ambiente”. É real!
✏️ Félix (levantando a sobrancelha, incrédulo):
— Sério? Tá falando sério?
✏️ Akira:
— Absolutamente. Só que foi rápido. É como uma corrente, uma coisa estranha. Como se, por um segundo, eu pudesse sentir tudo à minha volta.
A conversa foi interrompida por Astrid, que se aproximou dos dois. Ela ficou cética com o relato de Akira, mas intrigada o suficiente para querer tentar de novo.
✏️ Astrid:
— Se isso é verdade, por que eu não consegui sentir nada? Será que você só tá tentando bancar o importante?
Akira apenas deu de ombros e os três decidiram continuar a treinar. Mas mesmo com todos os esforços, não conseguiram reproduzir o momento que Akira havia experimentado. Um tanto frustrados, resolveram dar uma pausa e voltaram para a vila.
Na manhã seguinte, enquanto procurava suprimentos para seus mapas e abastecia o pequeno barco com provisões, Félix se viu mexendo em alguns barris e caixas na costa. Ele estava distraído, perdido em pensamentos sobre a jornada e nas incertezas de como seu sonho se desenrolaria.
Foi quando um dos vizinhos se aproximou, com o rosto pálido e uma expressão de pesar. O coração de Félix gelou instantaneamente. Sem que ele precisasse perguntar, o homem entregou a notícia como uma lâmina afiada:
✏️ Vizinho (com uma voz vacilante):
— Félix... eu sinto muito. Mas... sua mãe… ela se foi. Uns bandidos apareceram pela vila ontem à noite, quebrando portas e causando confusão, e… ela não resistiu ao susto.
Félix sentiu o mundo girar. A dor era algo inexplicável, uma mistura de choque e desespero, e num impulso ele começou a correr, sem rumo, até esbarrar em Akira, que vinha caminhando lentamente pela rua, distraído.
✏️ Akira (sarcástico e confuso):
— Ei! Que foi, cara? Tava com tanta pressa de me ver?
Félix, ainda com o rosto marcado pela dor e sem responder, agarrou o braço de Akira e o puxou, arrastando-o pelo caminho até sua casa.
✏️ Akira (resistindo, mas seguindo):
— Qual é o problema? Para de me puxar e explica o que tá acontecendo!
Félix não conseguia formular palavras, mas sua expressão desesperada dizia tudo. Akira logo entendeu que algo estava profundamente errado, e parou de resistir, acompanhando o amigo sem mais perguntas.
Quando chegaram à cabana, Félix largou o braço de Akira e correu para o quarto onde sabia que a mãe estaria. No chão, ainda estilhaços da porta e marcas das botas dos homens que tinham passado por ali. Ele parou na entrada do quarto, vendo o corpo frágil de sua mãe, agora repousando num sono eterno.
✏️ Félix (ajoelhando-se ao lado dela, segurando as mãos dela):
— Desculpa, mãe... me perdoa por não ter estado aqui.
Akira ficou em silêncio na porta, sem saber o que dizer. Ele não era exatamente conhecido por ser o tipo que se comovia com facilidade, mas a dor de Félix atingiu até ele. Ele deu alguns passos para dentro, observando a cena com um raro momento de seriedade, procurando pistas ou até mesmo rastros.
✏️ Akira:
— Félix... Sinto muito. Eu... eu não sei o que dizer, mas se precisar de ajuda para alguma coisa, estou aqui.
Félix não respondeu, mas se levantou após algum tempo, com uma determinação sombria em seus olhos.
✏️ Félix:
— Esses bandidos que passaram por aqui... não vão sair impunes. Eles não podem continuar machucando quem quer que queiram, como se isso fosse normal. Eu vou achá-los. E vou fazer justiça, não importa o que custe.
✏️ Akira (com um sorriso tenso):
— Você sabe que eu não gosto de esforço extra, mas... para isso, eu topo. Vamos cuidar desses desgraçados juntos.
Eles voltaram para a vila, prontos para descobrir qualquer pista sobre quem tinha sido responsável pelo ataque. A notícia da presença de estranhos na vila era recente, e não foi difícil rastrear os passos deixados. Muitos moradores relataram terem visto os bandidos fugindo para uma pequena ilha ao sul.
Com um último olhar para a cabana destruída e a promessa de vingança gravada na mente, Félix, Akira e Astrid partiram em direção ao porto. Desta vez, não estavam atrás de aventuras ou tesouros. Eles estavam em busca de justiça, com uma determinação renovada que nem o mais feroz dos mares poderia parar.
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🍈Os Piratas 🌊
Aventura🔍 Sinopse. > A Era dos Piratas mergulha na história de dois jovens, Félix e Akira, que, unidos por sonhos de liberdade e aventura, decidem explorar o mundo da pirataria. No entanto, suas jornadas são carregadas de responsabilidades pessoais, especi...