Prólogo: Um Grito de Desespero

2 0 0
                                    

Parado, ali no corredor, vendo cinco vítimas inocentes deste mundo tenebroso, questionei a Deus e a minha fé. Olhando para o teto, murmurei: "Se o Senhor não curar o meu sobrinho, nunca mais terei fé."

A dor era insuportável. Cada respiração doía, cada batida do coração parecia um tormento. O hospital, com suas luzes brancas e o som constante de máquinas, se transformava em um cenário de terror. As lágrimas escorriam pelo meu rosto enquanto eu olhava para aqueles corpos frágeis, inocentes, que enfrentavam batalhas além de sua compreensão.

Meu sobrinho, de apenas seis anos, estava entre eles. Uma pneumonia bacteriana implacável o atacara, transformando sua infância em uma luta desesperada pela sobrevivência. Eu me perguntava como um mundo poderia ser tão cruel, como um Deus misericordioso poderia permitir tamanha dor.

O tempo parecia parar, cada segundo se arrastava como uma eternidade. A espera era agoniante, e minhas orações se tornavam gritos de desespero. Eu buscava um milagre, uma resposta, uma razão para continuar acreditando.

O telefone toca. Era Juliana, minha amada irmã. Ela pronuncia as seguintes palavras: "Meu irmão, mesmo que Deus leve o nosso pequeno, ainda assim, vamos confiar em Deus."

Eu desligo o telefone, me arrasto até a cama onde a minha adorada criança está entubada, e me desmancho em choro, pedindo perdão a Deus pela minha atitude.

Esse foi o momento em que minha fé foi desafiada como nunca antes. E foi também o início de uma jornada que mudaria tudo.

Um Anjo na UTI: Relatos de Amor e EsperançaOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz