Capítulo 4: Noite de Agonia

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La se íam as 6 da tarde aquela quarta feira, eu ainda sentindo que minha alma estava sendo rasgada em mil pedaços. Estar ali, ao lado de Jhonatan, e ver seu pequeno corpo tão frágil, lutando contra uma doença implacável, despertou em mim uma angústia que eu nunca havia experimentado antes. Era uma sensação de impotência, de dor profunda e desespero.

Lembrei-me da história bíblica de Jacó, que passou a noite inteira lutando com um anjo. Sentia-me como Jacó naquela noite, lutando contra algo invisível, suplicando por uma bênção que parecia cada vez mais distante. A sala de UTI, com suas luzes frias e o som constante dos monitores, tornou-se o campo de batalha da minha alma.

Cada vez que olhava para Jhonatan, sentia um nó na garganta e lágrimas enchiam meus olhos. Suas pequenas mãos, antes tão cheias de vida, agora estavam inertes. Seu sorriso, que iluminava qualquer ambiente, havia desaparecido, deixando um vazio insuportável.

Eu segurava sua mão, tentando transmitir-lhe força, enquanto o medo e a dúvida corroíam meu coração. Orava silenciosamente, pedindo a Deus que nos desse um milagre. Minha fé, tão forte em outros momentos, parecia tremer diante da dura realidade. Era como se estivesse numa luta constante entre a esperança e o desespero, entre a crença e a dúvida.

Foi então que eu questionei a Deus, e em um instante de revolta, olhei para o teto branco e triste e clamei em minha revolta: "Senhor, se o Senhor não salvar o meu menino, não terei mais fé." Tudo aquilo havia abalado minha fé em Deus. Eu exigia uma resposta favorável ao meu pedido, como se pudesse forçar o Senhor a fazer algo que, na minha visão, Ele não estava fazendo. Na minha impotência, eu deixei de crer, e assim como Tomé, questionei tudo o que havia aprendido, vivido e sentido sobre Deus.

Envolto em meu desabafo, ouvi o telefone tocar. Era minha irmã. Perguntou como tudo estava e, para acalmá-la, disse que seguia estável e que tudo iria dar certo. Prestes a desligar o telefone, ela me disse a seguinte frase: "Meu irmão, mesmo que Deus leve o nosso pequeno, ainda assim, vamos confiar em Deus." Ela desliga o telefone. nesse momento, eu caminho ate a cama,coloco minha cabeça sobre o peito do meu amado sobrinho, e chorando, peço a deus perdao pelo meu parco entendimento. E entendo ,algo que eu nao havia ainda percebid:. o sentimento que eu estava sentindo desde o dia anterior, era a certeza que o nosso anjinho iria partir, e Deus me preparava para confortar a minha familia.

Um Anjo na UTI: Relatos de Amor e EsperançaOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz