Capítulo 6: A Despedida de João

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Sentado na beira da cama, minha mao fortemente entrelaçada  a mao inerte de jhonatan, pela fresta da cortina vi joao se aproximar de seu filho sem vida.A dor no rosto de João era indescritível, uma mistura de desespero, tristeza e uma aceitação resignada. Eu o observei enquanto ele se aproximava da cama de seu anjinho, o coração pesado com a dor que ele estava prestes a enfrentar. Cada movimento seu ecoava em meu coração, como uma pequena pancada. Senti vontade de acalentar o meu amigo, mas meu corpo nao respondia. estava inerte diante daquilo que se tornou meu trauma .

João se ajoelhou ao lado da cama, segurando a mão fria e inerte de seu filho. Seus olhos estavam cheios de lágrimas, mas ele tentou sorrir, como se quisesse transmitir ao filho um último gesto de amor e conforto. Ele acariciou o rosto do menino, seus dedos tremendo enquanto traçavam os contornos que ele conhecia tão bem.meu ser gritava para nao olhar aquela cena sublime, porem eu estava preso eternamente ali.

"Meu filho, meu anjo," João sussurrou, sua voz quebrada pela emoção. "Você foi a luz da minha vida, meu maior presente. Eu te amo mais do que palavras podem expressar."

Ele se inclinou e beijou a testa do menino, suas lágrimas caindo sobre a pele pálida. A sala estava silenciosa, exceto pelo som suave dos monitores e o murmúrio distante das enfermeiras. João continuou a falar, suas palavras carregadas de amor e dor.

"Eu queria tanto que você ficasse, que pudesse crescer e realizar todos os seus sonhos. Mas sei que agora você está em um lugar melhor, livre de dor e sofrimento. Vou sentir sua falta todos os dias, meu pequeno guerreiro."

João abraçou o corpo do filho, segurando-o com uma ternura desesperada. Era uma despedida cheia de amor, um momento de conexão profunda entre pai e filho, mesmo na morte. A dor de João era palpável, uma ferida aberta que nunca cicatrizaria completamente.

Eu observei a cena, sentindo meu próprio coração se partir. A despedida de João era um lembrete cruel da fragilidade da vida, mas também uma prova do amor incondicional que ele sentia por seu filho. Era uma cena de dor, mas também de uma beleza trágica, um momento que ficaria gravado em minha memória para sempre.

Nao sei quanto tempo ele esteve ali.Mas nao importa. Nao nos despedimos.Nao teriamos o que dizer. Joao se levanta. Vem ate o pe da nossa cama. Olha nos meus olhos.Ele sente meu desespero.E como se quisesse me dizer alguma coisa, se vira lentamente e vai embora. Nunca mais o vejo.

Um Anjo na UTI: Relatos de Amor e EsperançaOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz