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Apollo e eu ficamos o resto do dia andando pelo parque e conversando sobre coisas banais da vida.
O cara é muito gente boa, e ainda por cima fez com que eu abrisse a minha mente em várias questões da vida.
Faz mais ou menos um mês que tive que me mudar pra São Paulo pois passei em uma faculdade aqui.
Por mais que tenha sido doloroso deixar tudo pra trás, eu entendi que era o que precisava ser feito.
Eu amo minha família, amava meus amigos que tinha lá, mas eu precisava me libertar. Precisava conhecer o mundo com os meus próprios olhos. E não com os olhos protetores dos meus pais.
Precisava voar com as minhas próprias asas.
Eu sempre fui uma pessoa que tinha tudo na mão. Acho que por ser filha única, e vim de uma família de gente rica, meus pais achavam que conseguiriam suprir sentimentos com coisas materiais.
Sou muito grata por tudo que me deram, por tudo que me ensinaram e por quem sou hoje. Porquê apesar de faltar amor e compreensão em alguns momentos, sei que eles estavam fazendo o possível e o impossível para que tudo fosse suprido.
Sei que o sonho de muitos é ter uma família rica, ter dinheiro pra usar quando puder, comprar das roupas mais caras, cada ano estar em um país diferente. É gostoso, eu sei disso.
Mas do que adianta ser rica de dinheiro e pobre de felicidade. Pobre de amor? Compreensão? Carinho?
Muito da dependência que criei no meu antigo relacionamento, é consequência de coisas que meus pais não me deram.
Me agarrei no primeiro que me ofereceu o mínimo, mas que eu achava que era o máximo.
No início era tudo de bom, era tudo o que a gente sempre sonha em ter em um relacionamento. Mas pela falta de autoestima e autoconhecimento da minha parte, achei que era aquilo que merecia. Achei que aquilo era o que eu queria, que era tudo que precisava.
Mesmo sabendo que eu o amava muito, sempre sentia que faltava algo, sempre sentia que havia um vazio que nunca fora preenchido.
Ele não foi o pior ser humano, mas de longe foi o melhor que mereço. Mas apesar de tudo eu sentia amor, eu o amava. Só que não foi o suficiente... Apenas amor não é suficiente pra suprir uma relação que desde o início sempre foi fadada ao fracasso.
Mas talvez devesse ser assim. A dor é grande, o vazio parece que nunca vai ser preenchido, mas sei que não vai matar.
Talvez eu devesse passar por tudo isso, por toda essa falta de consideração de alguns, pela falta de amor de outros. Para que assim talvez eu aprenda a viver sozinha, a viver fora da zona de conforto. E aprender que o mundo real não é só baseado naqueles contos de fadas que se é escrito nas histórias.
A vida real é triste e dolorosa se for vivida da forma errada, e eu definitivamente estava cansada de viver assim.
Decidindo me mudar pra cá, foi uma virada de chave para aquele eu do passado ficasse apenas lá e me deixasse ser livre.
