Capítulo 05 - Escondida

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"Você pode levar tudo o que eu tenhoVocê pode quebrar tudo o que eu souComo se eu fosse feito de vidroComo se eu fosse feito de papelVá em frente e tente me derrubarEu vou me levantar do chãoComo um arranha-céu"

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"Você pode levar tudo o que eu tenho
Você pode quebrar tudo o que eu sou
Como se eu fosse feito de vidro
Como se eu fosse feito de papel
Vá em frente e tente me derrubar
Eu vou me levantar do chão
Como um arranha-céu"

- Skyscraper - Demi Lovato

Setembro
Brownwood, Texas

A multidão ao meu redor parecia ganhar vida própria. Gritos ressoavam como ecos em cavernas, cada som uma punhalada de pânico. Eu me via presa no meio desse turbilhão, onde cada toque de pele alheia era uma faísca de medo. O chão sob meus pés tremia com a massa em movimento, cada passo uma luta para manter o equilíbrio. Meus ombros eram empurrados de um lado para o outro, um choque constante de corpos ansiosos por escapar.

Mas meu foco estava em encontrar uma coisa: Bennett. O vazio que ela deixara ao sumir era preocupante. A cada segundo que se passava, a necessidade de encontrá-la crescia dentro de mim. Eu mal a conhecia, mas havia algo nela... um peso frágil, uma delicadeza que implorava por proteção. A simples ideia de que algo pudesse acontecer a ela fazia meu peito se contrair, a garganta se fechar.

Cazzo, resmunguei, tentando lembrar das palavras de Emiri. As paredes. As paredes eram minha única chance de escapar do caos e, com sorte, encontrar Bennett. Empurrei-me contra a corrente humana, meu corpo resistindo ao fluxo implacável. Mais e mais pessoas me bloqueavam, seus rostos distorcidos pela angústia, pela incerteza.

- Preciso que todos mantenham a calma - A voz grossa ecoou pelos alto-falantes, uma ordem que não fazia sentido em meio à insanidade que nos cercava. Era como tentar acalmar uma fera selvagem com sussurros. Ninguém estava ouvindo. As palavras flutuavam sobre nossas cabeças como folhas ao vento, sem destino, sem efeito.

Procurei uma brecha, qualquer abertura entre os corpos que se empurravam, mas era inútil. Cada tentativa de avançar era esmagada por outra onda de pânico.

Então, senti.

Uma mão fria, áspera, agarrando meu pulso com brutalidade. O toque foi tão inesperado que meu corpo reagiu antes que minha mente processasse. A mão livre se ergueu, meus dedos cerrados se chocando com um rosto desconhecido. O impacto foi surdo, ressoando pelo meu braço. Senti o osso da mandíbula sob minha pele, a força bruta de um golpe desesperado. Mas a mão que me segurava não cedeu. Pelo contrário, apertou ainda mais.

- Merda! - Eu gritei, o som da minha própria voz abafado pelo rugido ao redor. Os meus pés escorregando no chão imundo enquanto era arrastada, puxada na direção oposta da maré humana.

Minha mente tentava desesperadamente acompanhar o que estava acontecendo, mas o caos ao redor me impedia de pensar com clareza. O aperto no meu pulso era cruel, e por um breve momento, temi que fosse se quebrar sob a pressão. Minhas pernas lutavam para acompanhar o ritmo de quem quer que estivesse me puxando, mas tropeçavam, o chão áspero arranhando minhas solas. E, no fundo, uma pequena voz gritava para eu parar, resistir. Mas outra, mais insidiosa, me dizia que talvez aquilo fosse o único caminho para escapar.

Mistérios Sepultados - Série Sombras Do Passado - 1Onde histórias criam vida. Descubra agora