Na Linha de Fogo (YEONGYU/BEOMJUN)

No território das raposas

Tô de volta galera!

O que vocês estão achando da história? Gostaria muito de saber a opinião de vocês, vai contribuir bastante para saber se eu estou indo bem ou não 

Boa leitura <3

BEOMGYU

O barulho alto do meu estômago roncando fez Yeonjun interromper sua fala, abrindo e fechando a boca algumas vezes.

– Ryunjin não te deu nada para comer? – Ele perguntou em um tom de voz irritado.

– Tudo que a sua irmã fez foi me ameaçar, literalmente. – Yeonjun negou com a cabeça.

– Eu vou reunir o conselho para um jantar. Me espere aqui, daqui a pouco eu mando alguém para te buscar.

Não esperava que ele fosse atender o meu pedido com tanta facilidade. Soohyun já havia me deixado um dia inteiro sem comer, talvez essa fosse a razão para eu mal ter notado o quão faminto estava até a minha barriga roncar.

Mas nenhuma das suas técnicas foi capaz de me tornar o ômega perfeito, por isso ele estava tão desesperado para se livrar de mim. Eu era uma vergonha para os tãos poderosos Choi, um ponto fora da curva e é claro que meus privilégios por estar no topo da hierarquia social uma hora chegariam ao fim.

Por mais que as minhas punições fossem leves comparadas a de outros ômegas transgressores que muitas vezes acabavam no Reformatório por bem menos, no final das contas todos nós ainda éramos apenas objetos feitos para agradar todos os alfas e se estivéssemos quebrados, nos mandavam para o conserto.

Bonjoon sabia que algo me salvaria da queda de três andares quando estávamos conversando em seu escritório, seja um dos criados carregando um colchão, uma pilha de folhas ou qualquer coisa que pudesse me impedir de quebrar algum osso. Nossa mansão tinha um pé direito bem alto, logo aqueles três andares eram equivalentes a cinco de uma casa comum. Ele sabia que me perder de vista só seria pior para o seu futuro reinado, afinal seria uma vergonha para o novo líder dos White Wolf ser desafiado por um ômega e ainda precisar contactar os policias que trabalhavam para a máfia para me procurar pelas ruas.

Aquele alfa degenerado me disse que o melhor para mim era ir para o Reformatório, onde eu poderia ter uma segunda chance de algum dia recuperar a minha liberdade, mas nenhum ômega saía de lá feliz ou com vontade de viver. Bonjoon só pensou no que era melhor para ele.

Eu me sentia preso em um covil de lobos traiçoeiros com apenas uma arma para me defender e a proposta de Kai era a última bala do meu pente.

Ryunjin abriu a porta com violência, me tirando dos meus pensamentos. Ela apenas apontou com a cabeça para fora, em uma ordem muda para eu seguí-la, a julgar pela sua expressão fechada, o seu irmão havia brigado com ela pelo seu comportamento.

E a grande fofoqueira que mora em mim ficou triste por não ter ouvido a briga.

Mal prestei atenção no caminho que fizemos. Agora que toda a adrenalina dos momentos que estava amarrado na cadeira e da conversa tão carregada de emoções que tive com Yeonjun havia deixado o meu sangue eu me sentia nervoso.

Eu não tinha mais casa, não poderia me esconder nas ruas, não tinha me restado nada. Por isso ainda estava aqui, esse tal acordo que Yeonjun estava propondo era a minha única opção de poder viver longe dos domínios da minha família.

Ryunjin parou bruscamente em minha frente, fazendo o meu corpo se chocar com o dela. Ela me olhou com uma expressão azeda, os lábios espremidos em desgosto enquanto me falava para prestar atenção por onde eu andava.