Capítulo 2: O vazio em casa

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A nova rotina era estranha. Lauk acordava todos os dias com um nó no estômago. O tio não era cruel, mas sua falta de compreensão sobre a dor do garoto era palpável. A comunicação entre eles era limitada a frases curtas e impessoais. Lauk se sentia como um fantasma, vagando pela casa, invisível aos olhos do mundo.

Nos dias que se seguiram, ele se viu lutando contra o vazio que o cercava. O quarto que deveria ser um refúgio se tornou uma prisão. As paredes eram brancas e nuas, sem nenhuma decoração, refletindo o desespero que ele sentia. À noite, ele se agarrava ao travesseiro, as lágrimas escorriam silenciosamente enquanto ele lembrava dos abraços calorosos de sua mãe e das risadas de seu pai.

Lauk tentou se distrair. Ele começou a ler, mergulhando em histórias de aventuras e mundos fantásticos. Mas até mesmo a leitura se tornou um desafio; as palavras pareciam se misturar, e sua mente não conseguia escapar dos pensamentos sombrios. Ele sentia que a tristeza o consumia, como uma sombra que nunca se afastava.

Na escola, a situação não era melhor. Ele se sentava sozinho no refeitório, observando os outros alunos rindo e conversando. Cada risada era um lembrete do que ele havia perdido, e ele se sentia como se estivesse de fora, olhando para um mundo que não era mais o seu. As conversas que antes eram naturais tornaram-se uma tarefa difícil; ele mal conseguia pronunciar seu próprio nome.

Os dias se transformaram em semanas, e Lauk não conseguia se lembrar da última vez que sorriu. Ele caminhava pelos corredores da escola como um zumbi, cada passo se tornando mais pesado. O vazio em sua vida se alargava, e ele não sabia como preenchê-lo. A dor se tornara uma parte intrínseca de sua identidade.

A Luz Bem No Final Do TúnelWhere stories live. Discover now