Capítulo 3: As feridas do passado

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Com o passar do tempo, as feridas emocionais de Lauk começaram a se manifestar. Cada lembrança de seus pais se tornava uma faca afiada, cortando-o por dentro. Ele se lembrava de seu pai contando histórias de coragem e amor, e isso só o fazia se sentir mais só. Ele se perguntava se os outros meninos passavam por isso, se eles também sentiam a ausência de alguém tão essencial em suas vidas.

Lauk frequentemente se pegava pensando: "E se eu tivesse feito algo diferente? E se tivesse ido com eles naquele dia?" Esses pensamentos o assombravam, e ele se sentia culpado por estar vivo. O sentimento de culpa pesava em seu coração como uma âncora, impedindo-o de flutuar.

As noites eram especialmente difíceis. Ele se deitava na cama, o silêncio opressivo preenchendo o quarto, e se perguntava se os pais ainda estavam com ele de alguma forma. Ele queria acreditar que eles o observavam, mas a solidão o fazia duvidar. Com o tempo, a dor se transformou em uma espécie de rotina: lágrimas, perguntas sem resposta e um desespero crescente.

Na escola, o bullying começou a surgir como uma nova camada de dor. Os colegas perceberam sua fragilidade e rapidamente se tornaram predadores. Eles riam de sua aparência, de seu jeito introvertido. Lauk não sabia como se defender. Cada insulto era um novo golpe, e ele se sentia cada vez mais pequeno e impotente.

A combinação de luto e bullying criou um ciclo vicioso de tristeza. Ele se sentia preso em um túnel escuro, sem saber se haveria uma saída. A cada dia, a dor se tornava mais insuportável, e a ideia de pedir ajuda parecia um luxo que ele não podia se permitir. Lauk se convenceu de que sua vida era uma série de derrotas, e ele não sabia como mudar esse curso.

A Luz Bem No Final Do TúnelWhere stories live. Discover now