Eu e Filipe aproveitavamos a presença um do outro enquanto caminhavamos por aquele belo espaça repleto de grama verde quase morta...deve ser devido a falta de chuva nas últimas semanas
— soube que teve a grande sorte de não precisar comparecer a aula de literatura do Sr Collin — afirma Filipe enquanto levava as mãos até o bolso do casaco preto que vestia
— poise, sorte mesmo, não estava nem um pouco afim de escutar dele falando de escritores que não chegam a puxar um mínimo do meu interesse— sorrio enquanto mantenho minhas mãos atadas atrás de meu corpo
— Aliás, o pessoal teve a ideia de darmos uma escapada nesse final de semana, Thomas encontrou um lago no velho bosque, parece que está em perfeitas condições para tomar um bom banho, o que acha? Pode chamar Luiza para acompanha-la— propõe Filipe de forma convincente
— o convite é tentador, mas vou pensar no assunto, não estou afim de me meter em confusão com Madre Tereza, nas última vez tive que limpar a sala dos professores como castigo, e te garanto que lá não é um lugar muito agradável de se estar- digo rindo para Filipe que logo retribui a risada
— sou vamos nós encrencar se ela souber, meu informante me disse que Madre Tereza tem compromissos fora do orfanato nesta semana, teremos algumas horas de liberdade, não faz mal nos divertimos um pouco né? Ou faz?
— acho que não, mas vou pensar no seu caso, lhe dou a resposta antes do final de semana
— aguardarei ansioso— sorrir galanteador me fazendo ficar com uma certa vontade de rir, porém tive que me controlar
— aliás, quando você diz informante quer dizer a nossa querida tia da cantina dona Amélia né?- pergunto já tendo certeza da resposta
— exatamente, Madre Amélia é uma bela aliada não acha, única que faz nossos dias não serem um completo inferno, fora que o café dela é ótimo— sorrir
— pelo visto eu não sou a única para quem ela arruma café — continuo andando por ali enquanto apreciava a conversa
— poise, todos precisamos de um pouco de cafeína na semana, Madre Amélia só nos faz o favor de arrumar
— tem razão, aliás, tenho algumas coisas para fazer, não sei se importa, mas podemos nós falar outra hora?
— não me importo não, também tenho alguns afazeres, então lhe vejo na hora do jantar?
— talvez sim, até o jantar então- me despeço e logo saio andando enquanto vejo Filipe com um sorriso no rosto
Ando rumo aos dormitórios, tinha algumas coisas para arrumar, e também as provas finais estavam chegando, eu precisava estudar, afinal, este era meu último ano aqui, estava prestes a fazer 18 anos, poderia arrumar um emprego e seguir minha própria vida sem pessoas me dizendo o que fazer o tempo todo
Continuo andando até finalmente chegar ao quarto, entro no mesmo e percebo que estou sozinha, Luiza deveria está na terrível aula de literatura ainda, amo Luiza, mas as vezes era bom ter um pouco de paz e ficar sozinha, momentos que raramente aconteciam, quase nunca na verdade
Me deitei sobre a cama e fitei o teto enquanto aproveitava o doce e tão amado som do Silêncio, porém logo lembrei do papel que havia achado na biblioteca e o peguei de meu decote, abrir o mesmo e comecei a observa-lo, tinha algo escrito no verso
— escrita em latim, que interessante, deve ser um papel bem antigo, vamos ver o que está escrito então "Infra caelos talem habes creaturam horribilem et abominabilem, quae in tormentis aeternis vivit, appare quia servus tuus sum ego"
Leio, meu latim não era um dos melhores mas dava para o Basico, o papel parecia mais um ritual do quê outra coisa, me assustei quando de repente um vento forte abriu a janela a fazendo bater e um barulho extremamente alto ecoar pelo quarto
Levantei rapidamente e corrie até a janela, a fechei logo e suspirei, pelo menos não havia quebrado, ainda bem, volto a me sentar na cama e quando pego o papel novamente percebo que a pedra vermelha que estava junto a ele havia sumido, então comecei a procurar por debaixo dos travesseiros e lençóis
— tá procurando isso aqui?— escuro uma voz e logo olho e vejo um homem de pele pálida e cabelos loiros, o mesmo estava encostado na parede ao lado da janela enquanto jogava a pedra para cima e a pegava novamente
— QUEM É VOCÊ!?- pergunto enquanto me afasto e bato de costas na cabeceira da cama
— a pergunta não é quem sou eu, a pergunta é, por quê me chamou?- ele arrumava a cartola que usava
— te chamei!? Eu não chamei você!!- digo ainda assustada com aquele....aquilo, aquela coisa no meu quarto!!
— chamou sim querida, aliás, por quê caralhos você está com esse pergaminho, achei que tinha me livrado disso, sabe, é cansativo aparecer toda vez que alguém Ler essa merda— pega o papel e taca fogo no mesmo
— o quê!? Quem é você!?- pergunto novamente
— me chamo Lúcifer, você me invoca e não sabe nem o meu nome?! Os seres humanos costumavam ser mais inteligentes antigamente, tirando Adão, aquele ali é uma causa perdida mesmo— ele começa a andar pelo quarto enquanto mexe nas coisas
— não sei por quê veio, mas quero que vá embora- digo autoritária
— não, você leu o pergaminho, então automaticamente fez um pacto comigo, "sou sua serva" tem está frase nem destacada aí, não tenho culpa se não sabe ler direito, então não vou embora tão cedo— se senta na cama e logo se deita e joga o bengala que se segurava para o lado
— pera aí? Você disse que seu nome é Lúcifer? merda, merda, merda!! Você é o rei do inferno, eu invoquei um demônio
— Eii, eu não sou um demônio!! Eu sou O demônio entendeu? Eu que mando naquele lugar todo, então exijo um pouco mais de respeito, tem alguma coisa pra comer?
— não, não tem nada para comer, eu só quero que você saia daqui entendeu? Vai embora
— devia ser mais gentil, e eu aqui tentando ser seu amigo, francamente mulheres são difíceis né?- olha para mim enquanto analisava
Sinceramente, eu me metia em cada confusão, dessa vez não era uma qualquer, eu havia invocado um demônio no meu quarto!!!!
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝗣𝗔𝗖𝗧𝗢 𝗨𝗡𝗔𝗡𝗜𝗠𝗘 >> 𝘓𝘶𝘤𝘪𝘧𝘦𝘳 𝘔𝘰𝘳𝘯𝘪𝘯𝘨𝘴𝘵𝘢𝘳
RomanceOs pais de Sn Brown acabaram morrendo em um trágico acidente de carro, Nisso a garota foi levada para um orfanato no interior da Inglaterra, só que depois de um tempo sua vida virou de cabeça para baixo quando, por ironia do destino teve seu encontr...