𝗣𝗔𝗖𝗧𝗢 𝗨𝗡𝗔𝗡𝗜𝗠𝗘 >> 𝘓𝘶𝘤𝘪𝘧𝘦𝘳 𝘔𝘰𝘳𝘯𝘪𝘯𝘨𝘴𝘵𝘢𝘳

•~#capitulo 9#~•

Depois de um jantar bem patético, finalmente soaram o toque de recolher. Normalmente eu iria dormir, mas agora estava de frente para o guarda roupa a procura de algo decente para vestir, algo que não me deixasse com um ar de idosa rabugenta

Me sentei sobre a cama e coloquei a mão no queixo enquanto pensava em algo, a única coisa que tinha era um vestido preto colado, um pouco a cima do joelho. Essa era a única opção que dava um ar festivo. Optei por ele, abri o guarda roupa e logo o retirei do canto em que estava

Estranhei o silêncio. Lúcifer havia sumido de novo, o que justificava a paz e tranquilidade habitante no local. Suspirei aliviada e logo comecei a me vestir, assim que terminei, logo olhei para o espelho, não fazia muito o meu estilo, mas era o que tínhamos. Optei por deixar o cabelos solto, passei um perfume e calcei um par de tênis pretos, usar saltos era algo totalmente ultraje, meus pés imploravam por um tênis.

Depois de vestida e completamente arrumada. Tomei um pouco de coragem e abrir a porta do quarto, dando de cara com um enorme corredor escuro e completamente vazio. Andei em passos lentos para fora, na intenção de não fazer um barulho sequer, o dormitório de Filipe não era muito longe, eu só precisaria ter cuidado para não ser pega em flagrante

Caminhei lentamente na ponta dos pés por aquele corredor frio e silencioso. Até que escuto barulhos de passo, entro em Pânico, olho para o lado e para o outro, afim de achar um local para me esconder, sem pensar muito, entro na primeira porta que eu vejo

Fico calada apenas escutando os passos parando, parece que fui ouvida. Era possível ver a sombra se aproximando pelas frestas da porta, por um momento até prendi a respiração, mas logo suspirei aliviada ao escutar os passos de afastando da porta, seja quem for acabou desistindo, agradeço mentalmente por isso. E com bastante cuidado, abro a porta lentamente para evitar que ela rangesse

Olho para o lado e para o outro e percebo que o perímetro estava limpo, então não penso duas vezes e saio correndo rumo ao dormitório De Filipe. Já havia me atrasado o suficiente se por essa noite.

Depois de andar e subir algumas escadas, finalmente era possível ouvir a música vindo do quarto do mesmo, ele parecia não ter medo de ser pego, afinal, o som dava para ser ouvido até do primeiro andar.

Cheguei em frente a porta e tomei coragem antes de bater três vezes, a mesma foi aberta quase que imediatamente, como se alguém estivesse esperando por minha chegada. Dito e certo, fui recebida por um abraço de Filipe que logo me puxou quarto
Adentro, o som da música tocava em uma vitrola que estava tocando um tanto alto

— achei que você não viria, até mandei alguém ir lhe buscar — disse sorrindo parecendo animado

— sobre isso...— os passos deviam ser da pessoa que Filipe mandou

— aliás, bela festa, não sabia que cabia tanta gente em um dormitório— havia pessoas de todas as turmas e idades naquele quarto. Algo que me surpreendeu, foi ver bebidas e comidas em cima da escrivaninha no quarto

— onde você arrumou tudo isso?- arqueio as sobrancelhas em suspeita, duvido muito que a escola tivesse bebidas

— tive que dar uma saidinha pra comprar, mas esse vai ser nosso segredinho— sussurra perto de meu ouvido e logo se afasta

Thom gritava e dançava enquanto pulava em cima da cama, pelo estado em que se encontrava, o mesmo havia começado a beber desde cedo, algo que estranhei foi a ausência de Luiza, achei que ela viesse para a festa, sem falar que a garota nem apareceu no dormitório, ou na cantina para jantar

Uma leve preocupação tomou conta, Luiza não era de sumir de repente, não sem avisar antes, será que se meteu em alguma enrascada? Sinceramente, as vezes eu me sentia a irmã mais velha dessa garota, não tinha um momento de paz

— olha só que veio, Sn né? Por quê não se junta a gente?- pergunta Jeniffer, a garota fazia parte do grupinho das "populares" do colégio, teve um tempo que surgiram boatos dizendo que ela pegava um dos professores, mas anda confirmado certamente

— então tá— sorrio sem graça, me sentiria uma chata caso recusasse

A garota pegou em minha mão e me puxou para perto da mesa onde se localizava as bebidas, logo pegou uma e entregou em minha mão. Confesso que nunca bebi, não sei como é o gosto

— Vira! Vira! Vira!- Jeniffer e o grupinho dela gritava para mim, acabei ficando sem opções e virei o líquido garganta abaixo

Era possível sentir o gosto meio amargo e a garganta queimando. Pelo visto isso aqui tinha álcool, muito álcool, sinceramente Filipe arrumava coisas bem... proibidas, nessas saídas rumo a fora do orfanato, não quero nem saber com quê ele estava metido...