•~# capitulo 10 #~•

47 8 32
                                    

A festa continuava a rolar, eu estava ali em um canto apenas vivendo, só tomei um pouco de bebida, e decidir parar, nunca fui acostumada a beber, então preferia evitar essas coisas. Filipe pareceu notar minha isolação e logo se aproximou e se encostou na parede ao meu lado

— não está se divertindo?— pergunta enquanto me olhava de um jeito meio preocupado

— não, quer dizer, estou sim, só não sou muito boa em socializar...— sorrio de forma sem graça enquanto olho para Thomas que estava sem blusa e dançando de um jeito bem estranho...

— ignora ele, Thomas passa bastante vergonha quando estiver bêbado, o certo é ignorar a existência dele— começou a rir quando o amigo olhou em sua direção e mandou um beijo

Filipe meu amor!! Vem cá — Thomas gritava, pelo tom de voz era visível que fazia isso para provocar Filipe que apenas ria e negava com a cabeça

— viu, o certo é ignorar— voltou a olhar para mim me fazendo sorrir

— querido, vai me trocar por buceta?? Achei que tínhamos algo!!— o mesmo cambaleava de um lado para o outro, provavelmente bêbado e sem saber o que fazia

— cala boca seu idiota, vai pertubar o Jorge, ele está paquerando uma garota ali no canto— apontou para um casal que parecia está bem ocupado em um canto escuro do quarto...

— JORGE!! QUERIDO!!!— Thomas saiu gritando pelo garoto que apenas revirou os olhos em discordância

— ele vai ficar irritado com você— solto uma pequena risada enquanto me refiro a Jorge

— isso passa— dessa vez quem começa a rir foi Filipe

— Filipe! Cola aqui— gritava um grupo de adolescentes enquanto faziam gestos chamando o garoto

— eu vou lá, mas logo volto para te fazer companhia — pegou em minha mão e beijou a costa dela delicadamente antes de seguir rumo ao grupinho

Suspirei e logo vi a oportunidade perfeita para fugir, não havia ninguém de olho em mim, na real, eu estava excluída desde o começo da festa, uma fuga não iria fazer mal, afinal, ninguém notaria minha ausência.

Me esgueirei pelas pessoas dançando por ali e logo abri a porta rapidamente e sair de todo aquele sufoco, ainda era possível escutar a música alta. Porém comecei a andar para um lugar distante do quarto e sair rumo ao jardim a céu aberto do orfanato

Era uma noite de luar, então era possível ver todas as coisas e silhuetas das árvore escuras do bosque, andei um pouco mais para longe e todo o barulho de música e gritaria sumiu. Suspirei aliviada, eu realmente não pertencia aquele mundo, preferia o tão amado silêncio do quê a algazarra e gritos de adolescentes

Me sentei sobre a grama e fitei o céu estrelado enquanto respirava fundo e escutava os sons das cigarras e grilos que cantavam na escuridão da noite, alguns vagalumes eram visíveis, eles sobrevivam a grama e as vezes alguns se aventuravam em voar sobre minha cabeça

— vejo que cansou daquele barulho infernal- Lúcifer aparece completamente do nada, eu odiava aquilo, iria infartar a qualquer dia desses

poise— solto uma baixa risada, o demônio se aproxima e se senta ao meu lado

— você é realmente uma adolescente estranha— solta um sorriso sarcástico me fazendo revirar os olhos

Sei que pode parecer estranho, mas eu me sentia confortável ao lado dele, era como se Lúcifer me entendesse

— já sei, vem comigo— se levantou e estendeu a mão em minha direção

— para onde?- arqueio as sobrancelhas

— só vem—suspiro meio desconfiada, mas logo pego na mão dele. em um puxão rápido e forte, Lúcifer me puxa para o peito dele e de repente um belo par de asas aparece me deixando fascinada pela beleza divina delas

— elas são...lindas— não pude deixar de levar a mão até elas para toca-las, o mesmo pareceu exitar por um instante, mas logo parou e deixou eu tocar as penas vermelhas e brancas

Eram macias, tão boas de se tocar, eu poderia dormir apenas de encostar nelas, Estava tão fascinada com as asas, que nem prestei atenção quando o mesmo segurou firme em minha cintura e voou. No susto agarrei o pescoço dele e gritei em desespero, o medo de cair era maior que a admiração

— VOCÊ VAI ME DEIXAR CAIR!!!— agarrei no pescoço dele e gritei, o mesmo apenas soltou uma gargalhada alta e olhou para mim

— relaxa, você não vai cair, isso eu te garanto, não posso derrubar minha serva— piscou me fazendo revirar os olhos e esquecer por um instante que eu estava a uns 100 metros do chão

— confia em mim— falou baixo e rouco perto de meu ouvido, sentir todos os pelos existentes no meu corpo arrepiarem

— tá...— eu sei que não devia, mas sim, eu confiava nele, mas se aquele desgraçado me deixasse cair eu ia infernizar a vida dele lá no inferno

— para de olhar para baixo e veja as estrelas, são lindas não são— diz me fazendo olhar para cima, e realmente, as estrelas eram perfeitas...

𝗣𝗔𝗖𝗧𝗢 𝗨𝗡𝗔𝗡𝗜𝗠𝗘 >> 𝘓𝘶𝘤𝘪𝘧𝘦𝘳 𝘔𝘰𝘳𝘯𝘪𝘯𝘨𝘴𝘵𝘢𝘳Onde histórias criam vida. Descubra agora