Os pais de Sn Brown acabaram morrendo em um trágico acidente de carro, Nisso a garota foi levada para um orfanato no interior da Inglaterra, só que depois de um tempo sua vida virou de cabeça para baixo quando, por ironia do destino teve seu encontr...
E lá estava eu, surtando, Lúcifer, o rei do inferno estava no meu quarto, tenho certeza que a situação não poderia piorar
Andava de um lado para o outro enquanto o mesmo estava sentado na cama apenas me encarando de cima a baixo como se estivesse me julgando
— dá pra ficar quieta, tá passando sua ansiedade pra mim- diz se deitando
— tá...da pra você ir embora?- pergunto olhando para ele
— bom, dá, mas eu não tô afim, você me chamou aqui, então vou aproveitar que sair daquele inferno e explorar o mundo dos seres inferiores
— seres inferiores? Você quis dizer humanos ?
— exatamente, humanos são seres inferiores- levanta e sai andando pelo quarto novamente
Até que a porta do quarto é aberta me fazendo levar um susto, Luiza entra no quarto e me olha
— o que foi? Parece que viu um fantasma-diz com as sobrancelhas arqueadas
— pera... você não tá vendo?- pergunto estranhando o comportamento dela
— vendo o quê?- arqueia as sobrancelhas novamente
— ele tá em pé, bem aqui- aponto para Lúcifer que apenas encara Luiza
— amiga, não tem ninguém aí, acho que você deve tá com sono— diz se aproximando de mim e colocando a mão sobre minha testa
— não adianta, só você consegue me ver, vai só ser taxada de louca se ficar fazendo essas perguntas— Lúcifer vai andando e encara Luiza bem de perto
— acho que deve ser febre, você está meio quente, por quê não descansa essa tarde, eu falo para os professores que você está se sentindo mal- Luiza me olha com um sorriso gentil em seus lábios, pelo visto ela não conseguia mesmo ver o demônio em pé a encarando
— não...eu vou pra aula, tô precisava dar uma rezada sabe?- digo sorrindo nervosa, talvez se eu rezasse Lúcifer sumiria de vez
— então tá, eu vim te chamar para ir almoçar, vamos lá?- pergunta sorrindo
— vamos...- pego na mão dela e tento ignorar completamente os calafrios que estava sentindo pois Lúcifer estava me seguindo
— a onde vamos?- pergunta para mim enquanto andava ao meu lado e mantinha as mãos atrás do corpo
— pra cantina almoçar- digo baixo para Luiza não achar que enlouqueci de vez e ando falando sozinha
— legal- ele diz e continua nós seguindo
Chegamos na cantina e quando olho para trás percebo que ele sumiu, o que me causou um certo alívio, talvez tenha cansado de mim e foi embora, Sigo Luiza até o balcão da cantina e pegamos nossas bandejas, tinha feijão, arroz, macarrão, uma salada de alface e tomate, e um pedaço de frango
Pegamos tudo e fomos em direção a uma mesa para sentarmos, nós sentamos e começamos a comer, eu me manti em silêncio, pois ainda estava meio assustada com a situação de hoje mais cedo, enquanto comia escutei um baixo "psiu" , olhei para o lado e logo uma bolinha de papel acertou meu rosto
— olha só, desculpa, te confundi com a lixeira- dizia Lily
Lily era uma garota que encrencava comigo desde o oitavo ano, a mesma parecia amar me estressar todo santo dia, eu poderia revidar, mas arrumaria problemas, afinal, ela era a preferida do padre deste orfanato, diferente de mim e de outras pessoas, Lily começou a estudar tarde, por isso já estava no auge dos seus 18 anos e ainda não havia terminado o ensino médio, algo totalmente deplorável
— sinceramente, eu não tenho paz mesmo...- suspiro e apenas ignoro a presença dela e volto a comer
Porém a mesma parece não ter ficado satisfeita e logo pega um copo de suco e joga na minha comida, sinceramente minha paciência já estava se esgotando, afastei a bandeja e Tentei segurar minha fúria
— olha só se não é a amiga da nerd- diz para Luiza
Lily se aproximou e segurou o cabelo de Luiza, isso foi a gota d'água, me levantei e segurei a mão de Lily
— uma coisa é você mexer comigo, mas não toque essa sua mão imunda em Luiza, tá me escutando?- aperto um pouco o braço dela e a mesma me olha com um sorriso
Logo Lily leva a mão até meu cabelo e o puxa fortemente me fazendo resmungar um pouco
— se eu não posso puxar o dela vai ser o seu mesmo— diz me olhando com raiva
— por quê está tal estressada? O padre não anda te comendo direito?- pergunto com um sorriso provocativo no rosto, a mesma mordeu os lábios fortemente e logo levou a mão para me dar um soco
Porém o braço de Lily é segurado por Madre Tereza que a olha com um olhar de repreensão, ela separa nós duas e começa a nós encarar fixamente, as pessoas ao redor pareciam ter ficado bem atentas, afinal, elas estavam com os olhares voltados para nós
— posso saber o que significa isso?- pergunta rigidamente
— foi a Sn que começou Madre, olha só, ela até machucou meu braço— diz Lily fazendo cara de choro e mostrando o braço vermelho
— isso é sério senhorita Brown?- me olha com raiva
— sim, é sério sim, e tô aceitando qualquer castigo, tudo é melhor do que ficar perto dessa aí- digo encarando Lily
— na verdade quem começou a briga foi Lily, madre- Filipe aparece e diz enquanto se colocava em minha frente
— mas as provas apontam para a senhorita Brown- olha para Filipe enquanto arruma os óculos de grau alto em seu rosto
— já perguntou para Lily de quem é esses cabelos na mão dela? Sim, os cabelos de Sn, ela estava apenas se defendendo- Filipe aponta para a mão de Lily
— sinceramente, estou cansada das brigas de vocês duas, Sn, seu castigo Será limpar o depósito de documentos e separar cada um e arruma-los em ordem alfabética, Já senhorita Lily, seu castigo Será lavar as roupas de todas as freiras e estender todas também, tudo a mão— diz me fazendo sorrir vitoriosa, pelo menos não precisaria tocar em batas suadas
— mas...- Lily tenta retrucar porém recebe um olhar de Madre Teresa e logo se cala
— okay, então vou indo, adeus para vocês- digo me saindo dali, aquela atenção toda tava me deixando enjoada...
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