Capítulo 4: Novo mundo

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Eles caminharam em silêncio por um tempo, com Camille imersa em seus próprios pensamentos, até que Lysandre quebrou o silêncio.

— Então, o que você achou da mudança de escola? — ele perguntou, olhando para ela com um sorriso curioso.

Camille achou curioso que ele estivesse tão confortável em puxar conversa, já que costumava vê-lo como uma pessoa mais reservada.

— Ah, é... diferente, eu acho. — respondeu Camille, tentando organizar suas ideias. — Estou só tentando me acostumar com tudo isso.

Lysandre assentiu, como se entendesse perfeitamente.

— Eu sei que mudanças podem ser complicadas. Eu mudei de cidade quando era mais novo. — comentou, o tom de sua voz suave e reconfortante. — Mas às vezes, essas mudanças podem trazer boas surpresas.

Camille sorriu, admirando a forma como ele falava. Havia algo genuíno em suas palavras que a deixava um pouco mais à vontade.

— Espero que você esteja certo. — respondeu, um pouco mais confiante.

Eles continuaram a caminhar, e Camille percebeu que estava se divertindo na companhia dele, mesmo que ainda estivesse se adaptando a esse novo mundo.

Camille, não conseguindo conter a curiosidade, decidiu perguntar:

— Ei, Lysandre, sobre sua música... Eu te ouvi cantar hoje e realmente gostei.

Ele corou levemente, um sorriso tímido se formando em seus lábios.

— Ah, obrigado! — respondeu, olhando para o chão por um momento antes de voltar a encará-la. — Eu gosto de compor, na verdade.

Lysandre então puxou um bloco de notas fechado de sua mochila, segurando-o com cuidado.

— Aqui, eu anoto algumas ideias e letras — disse, mas o jeito como olhou para o bloco mostrava que ele não gostava muito da ideia de compartilhá-lo.

— Você se importa se eu der uma olhada? — perguntou Camille, ansiosa.

— É, na verdade... — ele hesitou, seu rosto corando um pouco mais. — Não costumo deixar as pessoas verem. É meio pessoal, sabe?

Camille percebeu que tinha tocado em um ponto sensível e rapidamente se desculpou.

— Ah, claro! Desculpe, eu não quis forçar.

— Sem problemas! — Lysandre disse, aliviado, e o sorriso tímido retornou ao seu rosto. — É só que eu gosto de manter algumas coisas para mim até ter certeza de que estão boas.

— Entendo! A criatividade é algo íntimo.

Como pude esquecer disso, Camille se repreendeu.

— Exatamente. — Ele sorriu de volta, e a conversa fluiu naturalmente. Enquanto caminhavam, Camille sentia que esse momento estava se tornando especial, criando uma conexão crescente entre os dois. 

— Você me parece alguém que gosta de artes... — Lysandre disse enquanto a guiava pelo parque, o caminho que Camille lembrava ser necessário para chegar à casa de Lynn.

Camille assentiu, um sorriso brotando em seu rosto.

— Sim, eu realmente gosto. Adoro ler mangás, pintar e, às vezes, cantar — respondeu, um pouco envergonhada.

Lysandre levantou as sobrancelhas, claramente impressionado.

— Uau, isso é incrível! Você pinta? O que costuma pintar?

Camille olhou para baixo, pensando nas obras que tinha deixado para trás.

— Eu pinto quando estou triste, na verdade. É uma forma de relaxamento para mim. E, normalmente, costumo cantar enquanto pinto. A música me ajuda a expressar o que estou sentindo.

Através do Espelho - LysandreOnde histórias criam vida. Descubra agora