Quero lhe contar uma coisa.

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Acordo decidida. Preciso falar com o Marcinho sobre os últimos acontecimentos e que pra mim, talvez infelizmente não seja apenas amizade. Sei que posso acabar com nossa amizade, mas é necessário.

Arrumo-me toda, talvez não doá tanto levar um fora se eu estiver bem arrumada, ponho minha calça jeans, tênis vermelho e uma blusa do super homem (que é o nosso super herói favorito). Vou para o clube por que sei que ele estará lá com o Pedro, mas antes resolvi ligar pra Fernanda. E pedi para que o Nathan me encontrasse lá uma hora depois da minha chegada ao clube.

No Clube...

- Vai mesmo fazer isso - Pergunta Fernanda - Não tem volta e você sabe.

- É necessário - digo.

- Estou com você sempre - diz ela me abraçando.

No clube meu irmão e o Marcinho jogam futebol. Finalmente vejo Marcinho e vou em sua direção em passos precisos.

- Preciso falar com você - digo sem pensar muito.

- Bom, eu também, vamos na lanchonete pode ser ? Ele diz sorridente.

Nos sentamos e ele começa.

- Sabe, eu sei o que você quer me dizer, você quer me pedir desculpas por causa de ontem, mas não tem problema, eu sou capaz de dividir sua amizade, é só que é estranho você ter outro amigo assim tão a chegado tão de repente, tenho que me acostumar - ele diz em um tão casual.

- Não é bem isso que eu queria lhe falar - digo com voz trêmula.

- O que é então? Mas antes de você falar, quero lhe contar uma coisa, eu e a Luísa estamos namorando, sei que você não gosta muito dela, mas faz um esforço por mim - ele diz isso sem perceber o quão cruel isso pode ser para mim, porém eu tenta sorrir por que ele está sorrindo e está com a afeição feliz, não queria estragar o dia dele.

- Bom eu acho que depois dessa sua declaração de que está com a Luísa, o que eu tinha pra lhe falar não faz diferença. - pisco meus olhos rápidos, pois estou com vontade de chorar, mas não posso deixar isso acontecer ali - Bom, meu amigo seja feliz - levanto e saio correndo, e quando levanto as lágrimas correm pelo meu rosto.

Vou ao encontro da Fernanda, que não faz a mínima idéia do que aconteceu, e que na dúvida achou que o pior havia acontecido.

- Calma Eleonor, isso passar, bola pra frente amiga, você é linda - ela diz em quanto me abraça.

- Ele está namorando com a Luísa - digo entre as lágrimas

- que droga! Mas ida? Você ainda tem o Nathan que está super afim de você, e você está fingindo que não está gostando da atenção que ele te dá, ele é um gato, talvez seja a sua melhor opção. Acho que o Nathan não te magoaria, pelo pouco que eu conheço já percebi que ele te faz rir e dês que vocês se conheceram ele te olha diferentes, é por falar nisso ele vai vir aqui, precisamos de uma make nesse rostinho rápido - Fernanda fala e sua voz é calma.

- Ok, você me convenceu, me maquiei, bola pra frente. - digo limpando as lágrimas

- Eleonor Evans, você é linda, não precisa de make, mas vou te maquinar por que seu rosto está inchado por conta das lágrimas - diz ela.

Ela realmente tem razão, não preciso ficar sofrendo por alguém que só quer ser meu amigo, enquanto há um garoto gato atrás de mim. E eu realmente sou bonita, não sou branca nem loira como meu irmão, sou morena clara, tenho olhos verdes e cabelo preto liso. Só preciso de um rimel e um batom vermelho pra arrasar.

Saio do banheiro me sentindo outra pessoa, me sinto confiante e isso me faz bem, ou pelo menos eu acho. Vou ao encontro de Nathan que está me esperando no lugar aonde eu combinei.

- Nossa você está linda Eleonor - diz Nathan ao me vê.

- Obrigado - digo sorrindo - e então se em porta da gente ir pra outro lugar ?Meu irmão está aqui e não to a fim de ter uma babá por perto.

- Claro sem problemas, aonde vocês querem ir.

- A Fernanda vai pra casa - pisco para ela entender o que eu estou querendo - Mas nós podíamos ir ao cinema, o que acha? Bom, acho que finalmente eu aprendi a fazer o olhar sedutor que sempre vi minha mãe fazendo com o meu pai.

- acho uma ótima ideia, vamos sim. Tem certeza que não quer ir com a gente Fernanda?

- Tenho sim, vocês vão se divertir mais sem mim, tenho certeza - ela diz rindo

- ele sorri e diz: talvez e todos rimos.
Nathan e eu pegamos o metrô, ele até agora tem sido bem carinhoso comigo o que é normal, então vem em minha mente uma visão do que aconteceu mas cedo e eu ficou um pouco pra baixo do nada e ele percebe.

- O que houve com seu sorriso? Não o vejo - ele tenta brincar
Sorrio e digo - Às vezes ele some.

- Bom, se for pra outras pessoas ele pode sumir, mas pra mim ele não pode sumir nunca, adoro seu sorriso, por que ele é quase tão lindo quanto você - ele diz com um meio sorriso no rosto e passando sua mão em meu cabelo.

Se estivesse bem, talvez o beijasse, mas não tive coragem, eu olhava prós lado e via o Marcinho com a Luísa e isso me deixava péssima mesmo sendo imaginação.

...

Chegamos ao Shopping e fossemos direto para o cinema, compramos nossa entrada e entramos na sessão. Durante a sessão as mãos dele foram chegando perto das minhas e eu no início estava fugindo disso, até que ele se a jeitou na cadeira e pegou na minha mão de uma forma que eu não tinha como "correr", aí eu parei de resistir em colocar a cabeça em seu ombro, até por que eu estava com frio e ele era quente. Quando coloquei minha cabeça em seu ombro, olhei para seu rosto e o vi sorrindo, um sorriso enorme que eu nunca tinha visto.

- Está com frio? - ele pergunta no meu no filme.

- Um pouco - respondo.

E ele me abraça, me envolvendo em seus braços quentes e me faz me sentir quente de novo e segura em seus braços, tenho vontade de beija ló e sei que ele também deve estar com essa mesma vontade, mas me controlo.

Quando o filme acaba, minha mãe me liga mandando meu ir para casa, e ele se oferece para ir comigo até a portaria do meu prédio, que não é muito longe de sua casa então eu concordo.

Voltamos pra casa no metrô falando sobre o filme é que ele era ótimo e depois ele pegou o fone e me ofereceu um, peguei e escutamos 30 seconds to mars até descermos na nossa estação. Vamos caminhando uma quadra que é à distância da estação ao meu prédio.

- Essa foi a primeira vez que a gente saiu sozinho... - ele diz

- verdade - digo

- Foi legal, não costumo ir muito ao cinema - ele diz. E paramos bem na frente da minha portaria. - Ele complementa - gostei muito de ter saído com você Eleonor.

- Eu também Nathan- respondo tentando não pensar em Beijo ló e pensar se ele também quer me beijar, mas não pode acontecer, não hoje.

- Espero que a gente possa repetir isso - ele diz olhando em volta à rua.

- Claro - abro o portão do prédio e entro - Tchau Nathan, até amanhã - me viro e vou andando até a escada da portaria.

Quando chego ao primeiro degrau vejo que ele acaba se virar em direção à sua casa, e me bate uma vontade louca e incontrolável que saio correndo em direção ao Nathan, ele escuta o som do portão e se vira pra olhar e quando me vê, vem em minha direção rápida, ficamos bem perto da boca um do outro e eu digo:

- Esqueci uma coisa

- Eu sei o que esqueceu - ele diz sorrindo e então nós beijamos.

EleonorOnde histórias criam vida. Descubra agora