Capítulo 3

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CHRISTOPHER BANG CHAN

Outro pesadelo. Mais uma vez, acordei no pulo e com o corpo suado, respiração desregulada e coração doendo por ter visto o amor da minha vida morrer na minha frente da forma mais horrorosa possível. Ainda acordei junto do despertador, então o susto foi maior por conta do barulho e rapidamente desliguei o alarme.

─ Merda, de novo! ─ Resmunguei, apoiando minhas costas na cabeceira da cama e esfregando o rosto, frustrado.

Assim que meu celular começou a tocar, já imaginei quem fosse e atendi de imediato, já esperando as mesmas frases e respostas.

─ Fale. ─ Tentei responder de outra forma, com a intenção de mudar um pouco o diálogo.

─ Bom dia, meu rabugento! ─ Revirei os olhos, sorrindo involuntariamente. Ele sempre me chama assim, mas nem sou tão rabugento. ─ Já se arrumou?

─ Vou me arrumar agora. ─ Respondi rápido, me levantando da cama. ─ Vocês estão no parque, não estão? ─ Questionei e ele ficou uns segundos em silêncio.

─ Como sabe que estou aqui com mais alguém? ─ Questionou surpreso e eu acabei rindo. ─ E como sabe que estamos aqui?

─ Apenas uma hipótese. ─ Sorri ladino. ─ Até daqui a pouco!

Desliguei e me levantei da cama, parando no meio do caminho ao me lembrar de um detalhe: o cachorro.

Corri para o banheiro e tomei um banho rápido, me vesti às pressas e recolhi minhas coisas da escola, correndo para a cozinha e encontrando meu pai ali, terminando de arrumar minha lancheira.

─ Bom dia, pai! ─ Chamei sua atenção e este me olhou sorrindo, se aproximando de mim e me entregando a lancheira.

─ Bom dia, filhão! ─ Fomos até a mesa e eu peguei o sanduíche que estava sobre o prato, o comendo. ─ Quer uma carona? ─ Parei para pensar, olhando-o e ficando alguns segundos em silêncio.

Pensei seriamente no que havia acontecido depois da escola ontem, aquilo estava me deixando desesperado e, talvez, para que ela ficasse mais segura, não seria uma má ideia pedir ajuda ao meu pai.

─ Hoje você poderia me buscar e deixar um garoto em casa? ─ Pedi e ele me olhou atento, sorrindo fofo.

─ É aquele rapaz que me contou uma vez? ─ Ele estava feliz. Sempre contei as coisas para meu pai, então, sim, ele sabe que sou apaixonado por Seungmin e sabe o quão bobo eu sou por ele.

─ Ele mesmo! ─ Sorri para ele e o vejo concordar de imediato. Eu sabia que meu pai não negaria isso. ─ Muito obrigado, pai! Bom... Eu preciso ir agora, antes que eu me atrase!

Me despedi, correndo até o lado dele e deixando um beijo em sua bochecha, logo, sai correndo de casa e rapidamente fui em direção ao parque onde o pessoal estava.

Chegando no parque, encontrei Seungmin com o cachorro na porta do local, o mesmo fazia carinho no cachorro e o segurava para não atravessar a rua. Senti um alívio.

Atravessei a rua correndo também e me aproximei dos dois, apoiando as mãos nos joelhos para me recuperar.

─ Veio correndo por causa do cachorro? ─ Ele questionava e senti meu ar faltar, de tão surpreso que fiquei. Franzi minha testa e me ajoelhei ao lado do cachorro, fazendo carinho no mesmo.

─ Como sabe disso? ─ Ele ficou em silêncio e eu não tirei meus olhos dele, esperando uma resposta. Kim demorou longos segundos para finalmente me responder.

─ Lembra quando me disse ontem que teve um pesadelo e estava se sentindo estranho? ─ Questiona novamente, pisquei perplexo, concordando. ─ Eu também estou tendo esses pesadelos, Bangchan... ─ Arregalei meus olhos e ele me encarou de volta. Ele parecia assustado, porém, conseguia se controlar melhor do que eu. ─ Tem alguém me matando, mas por algum motivo, eu não posso morrer...

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