REMEMBER | CHANMIN

Capítulo 5

CHRISTOPHER BANG CHAN

Eu estava estático, mais assustado do que nunca com o que estava acontecendo. Minho estava na nossa frente, sorrindo de forma macabra para o meu garoto e tendo pensamentos obscuros, desejando o mal para ele. Como isso é possível? Nada mais fazia sentido na minha cabeça naquele momento.

─ O que...? ─ Seungmin estava assustado demais para conseguir dizer alguma coisa, estava apavorado e confuso demais. ─ O que faz aqui?

─ Não está óbvio? Você sabe o motivo de eu estar aqui, irmãozinho... ─ Lee Know começou a se aproximar de nós dois em passos lentos, mas eu comecei a empurrar o mesmo para trás, para nos afastarmos dele.

─ Se afasta dele, seu imbecil! ─ Ameacei, mas aparentemente aquilo não servia de nada. Minho apenas gargalhou exageradamente irônico, fazendo um arrepio acertar minha espinha. Merda, aquela situação daqui a pouco ficaria fora de controle.

─ Fica fora disso, Bangchan, esse assunto aqui é entre mim e meu irmão! ─ Esbravejou. Dava para ver a raiva em seus olhos e sentir sua voz carregada de ódio.

─ Você não é meu irmão! ─ Seungmin tentou esbravejar, mas sua voz falhou. Estava tão nervoso que não conseguia manter uma voz firme, não conseguia ficar sério.

Vi que Minho acabou sorrindo lentamente e da forma mais macabra que eu já vi, parecia estar se divertindo com o nervosismo do mais novo, parecia estar gostando do que estava acontecendo. Seungmin tremeu atrás de mim, com medo do seu "irmão".

─ Oh, então a mamãe e o papai realmente não te contaram? ─ Questionou de repente e acabei engolindo em seco. Estava começando a ficar com medo pelo mais novo, de tão nervoso que eu estava. ─ Sou seu irmão mais velho, meu lindão, mas parece que nossos pais continuam sem se importar com a minha existência.

─ Que bom, né. Olha só o babaca que você se tornou! ─ Acabei provocando e o outro cruzou os braços.

─ Se mamãe e papai se importassem comigo da mesma forma que se importavam com o Seungmin, eu não teria morrido e nada disso estaria acontecendo. ─ Acabei arregalando os olhos, surpreso com sua resposta e pude sentir o mais novo agarrar meu braço, tão horrorizado quanto eu.

─ "Morrido"? Você morreu? ─ Ele questiona incrédulo.

─ Tecnicamente, ainda estou morto, porém, fui amaldiçoado. ─ Explicou lentamente, se aproximando de nós dois enquanto nos afastávamos dele. ─ Quando eu acordei novamente, eu já estava crescido e estudando na sala de vocês, mas eu sentia que não estava vivo como antigamente. Eu sonhava com coisas estranhas, sonhava com uma voz me dizendo o que fazer para que enfim eu ficasse em paz, e uma das coisas que eu tinha que fazer, era matar a pessoa que fez com que eu morresse. ─ Olhou o garoto com um olhar mortal, estava morrendo de ódio.

─ Mas... Eu nem te conheço, como que eu fui a causa da sua morte? ─ Questionou nervoso e curioso. Ele claramente queria entender o que estava acontecendo e queria entender o que aconteceu na sua família, algo que seus pais provavelmente nunca citaram uma única vez. ─ Como você morreu, Lee...?

─ Fui diagnosticado com câncer no coração aos sete anos de idade. ─ Disse de uma vez e arregalei os olhos, surpreso. ─ Na época, mamãe já estava grávida de você, de sete meses. Papai tentou ao máximo pagar o tratamento do câncer, mas a mamãe não deixou. Ela só pensava nela e em você, não se importava se a minha doença era fatal ou não, ela não queria pagar o tratamento para mim porque não queria gastar o dinheiro que juntou para você com "besteira". ─ Fez aspas com os dedos, rindo irônico e sem humor algum, parecia bastante decepcionado. ─ Nunca me esqueci dessas palavras vindas da mamãe enquanto discutia com o papai por conta do tratamento. Pelo que eu sei, ela nunca me quis. Ela queria ter tido um filho com a cara dela, apenas, e quando descobriu que estava grávida do segundo bebê, ela parou de se importar com todo o resto e só focou em você.