Prólogo

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Gotículas de água gelada levadas pelo vento forte acariciavam a pele lisa de uma menina, sentada em uma grande pedra, que olhava para alto entretida com as árvores que não se triscavam, formando um tipo de caminho entre elas

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Gotículas de água gelada levadas pelo vento forte acariciavam a pele lisa de uma menina, sentada em uma grande pedra, que olhava para alto entretida com as árvores que não se triscavam, formando um tipo de caminho entre elas. O barulho da queda d,água bem ao seu lado enchia os seus ouvidos e os pelos de seu corpo de vez em quando arrepiavam-se devidos aos pés mergulhados na água fria, ela tentava ignorar as nuvens finas que se formavam no céu para ficar por mais tempo ali. A água movimentada embaixo de si a convidava para mergulhar, mas o frio e a bronca que levaria se chegasse em casa toda molhada a impediam de fazer isso.
Mexeu em sua bolsa tirando de lá uma pequena máquina fotográfica registrando assim o fenômeno que admirava acima de sua cabeça.

– Merda. – Exclamou ao tirar o foco da imagem refletida e olhar o relógio de pulso que possuía. 20 minutos. Ela devia estar em casa a 20 minutos.  – Merda, merda, merda.

Se levantou rapidamente recolhendo suas coisas e começou a correr pela trilha estreita que levava a sua casa, sentindo entre os dedos dos pés a terra úmida. Aos poucos o chuvisco começou, molhando levemente seus cabelos que balançavam com o vento que a velocidade provocava. Logo a casa que possuía a floresta como quintal aparecia na visão da menina, pulando algumas pedrinhas dos fundos ela adentrou a aconchegante residência com os pés estralando no azulejo do chão. Olhou com cuidado para os lados procurando algum movimento e seu corpo relaxou quando pensou estar sozinha.

– Aonde você pensa que vai? – Ela ouviu bem atrás de si enquanto se movia para o quarto. Virou-se lentamente, o rosto franzido com um pouco de desespero.

– Papai!! – Fingiu surpresa – Querido papai, você viu que começou a chover lá fora. Novidade né.

– 30 minutos. – Falou sílaba por sílaba. – Quantas vezes eu já lhe disse que não quero você chegando em casa depois do combinado.

– Ma-

– Mas nada, já cansei de lhe explicar. – Ele continuou com o rosto enraivecido. – Você não consegue entender uma se quer palavra que sai da minha boca?

– Aí que exagero. – Revirou os olhos e bateu seu pé, atraindo o olhar de seu pai para os mesmos.

– E ainda por cima está descalças e toda molhada. Olha o frio que está lá fora.  – Berrou novamente enquanto a menina mexia em seus cabelos impaciente, era sempre a mesma ladainha. – Você me estressa criança.

– Acho que cheguei no melhor momento. – Uma outra voz se fez presente no ambiente. Com toda a gritaria eles nem haviam escutado o barulho de alguém aparatando. Um velho estava em pé ao lado de um sofá e com um sorriso maroto em seu rosto, a barba comprida o trazia um ar de gentileza e o óculos meia lua escorregava para a ponta do nariz.

– Dumbledore!!! – Alya disse surpresa e com um imenso sorriso no rosto. Correu na direção do velho, o abraçando.

– Sempre nas piores horas. Nunca cansou de ser intrometido Alvo?– O homem carrancudo olhou feio para o mais velho com uma pergunta retórica. – Cuidado para não se molhar, Alya hoje resolveu rolar no quintal de casa.

– Ahh deixe a menina aproveitar a vida. Não é por que seu pai é carrancudo que você precisa ser também querida. – Alvo mudou seu diálogo para a garota, a fazendo rir do homem, aumentando mais sua carranca.  – Mas vá para o quarto, vim conversar algo importante.

– A meses que vocês tem essas conversinhas né. – Ela disse enquanto balançava seu corpo pra frente e pra trás olhando sugestivamente para seu pai.

– Vá se arrumar, preciso te deixar na Toca antes de ir ao Beco Diagonal e de lá vou direto para Hogwarts. Molly já está te esperando. – Trocou de assunto fazendo a filha cruzar os braços.

– Mas eu também quero ir ao Beco Diagonal, preciso comprar coisas novas.

– Alya!!

– Por favorr – juntou as mãozinhas e fez um beicinho com os lábios. Ela sabia que seu pai odiava essas coisas e fazia só para o provocar.

– Alya Prince Snape!

– To indo, to indo. – Ela saiu da sala sorrindo, achando graça na situação.

– Vocês dois. – Ela escutou Dumbledore murmurando enquanto também ria.

§

– O que tanto você conversa com Dumbledore? – A garota perguntou curiosa, já tomada banho e com roupas quentes. A chuva ainda caia lá fora.

– Assuntos de adulto. – Snape a olhou com ironia, já sabendo que a mesma acharia sua resposta terrível.

– Por que esconde coisas de mim? Eu sou sua maior confidente. – Ela reclamou enquanto rolava na cama enorme de seu pai e o observava arrumar uma mala.

– Você precisa entender que certas coisas você não precisa saber. Mas vou te dar uma dica. – A garota levantou-se animada, sentando-se na cama. Os lábios de Snape se curvaram, achando graça. – É sobre a surpresa que falei que ia acontecer em Hogwarts esse ano.

– Não mudou nada na minha curiosidade – O olhou desapontada.

– O resto você vai descobrir logo logo.  – Ela se largou novamente na cama e esperou seu pai terminar de se arrumar. Logo os dois estavam prontos para aparatar para A Toca, e em instantes caminhavam por um largo terreno iluminado pelo entardecer nublado.

– Vocês chegaram, que maravilha!! – Molly que já os tinha avistado de longe andando pelo enorme campo que rodeava a casa, os recebeu de forma calorosa. Abraçou a mais nova com força e depois acariciou seus cabelos. – Ah querida, como você cresceu, não perdoo seu pai por não ter te trazido aqui nas férias.

Ela brincou com Snape que continuava sério, mas a mulher já não se importava mais com essa cara fechada. Tinha se acostumado com os anos.

Com o anos? Bom, vamos explicar um pouquinho dessa proximidade de Snape com a família Weasley. A 16 anos atrás Severus se encontrava sozinho para criar uma criança e a primeira pessoa a quem pediu ajuda foi Dumbledore. Na época Snape já tinha feito escolhas muito erradas e não se sentia capaz de cuidar de um bebê, não se considerava digno de ser pai por coisas terríveis que já tinha feito. Aquela marca em seu braço o fazia se sentir sujo. Alvo obviamente impôs condições para que Snape conseguisse o que queria. O arrependimento era o maior sentimento do homem, pois por sua culpa, já havia perdido a mulher que amava e não conseguiria pensar em viver sem aquele bebê que também já tinha ganhado seu coração. Então vendo todo aquele sofrimento do homem, o diretor da escola de magia e bruxaria propôs que Severus fosse seu espião no lado das trevas, contando todos os planos de Voldemort para a Ordem da fênix. Imediatamente o homem aceitou, pois faria de tudo para deixar sua filha em segurança, sendo assim, foi contratado para dar aulas de Poções em Hogwarts. Um modo que Dumbledore adquiriu para o observar de perto.
Nesse meio tempo Snape não conseguiu ficar com a criança, por motivos óbvios, então o velho propôs ao mais novo professor que a família Weasley ficasse por um tempo com Alya. Pouco menos de ano depois, Voldemort caiu e Severus voltou a encontrar sua filha. Desde então, o homem tem um carinho e gratidão enorme pela família dos ruivos, por mais que não admitia em voz alta e a menina criou um laço afetivo com eles. Tudo por insistência de Molly que via o quanto Severus precisava de ajuda e apoio, a fazendo conhecer o verdadeiro homem por de baixo daquela máscara de braveza.

My problem - GEORGE WEASLEY Onde histórias criam vida. Descubra agora