Capítulo 8

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Naquela noite, depois do caos e do confronto temporário com o demônio que possuía Ana, todos nós sabíamos que a investigação estava longe de acabar. Precisávamos entender o que realmente estava por trás daquele mal e por que Ana havia sido marcada com o símbolo no braço. Decidimos que investigar a igreja abandonada onde a seita supostamente se reunia seria o próximo passo.

Enquanto planejávamos, Isabela nos convidou para passar a noite na casa de um parente dela, para que pudéssemos descansar e nos preparar. Todos concordamos que seria a melhor opção antes de enfrentarmos o que quer que estivesse à nossa espera naquela igreja.

Já na casa, depois de nos acomodarmos e tentarmos relaxar um pouco, Mafê se aproximou de mim com um olhar pensativo e inquieto.

Mafê: — Daniel, você tem um minuto? Preciso conversar com você.

Eu concordei, percebendo que havia algo que a estava incomodando. Fomos para um canto mais reservado da sala, longe dos outros.

Mafê: — Eu... eu não sei exatamente como dizer isso, mas... — ela hesitou, mordendo o lábio. — É sobre o Kawan. Eu sei que parece estranho, mas... eu não tenho certeza se gosto dele, sabe? Quer dizer, às vezes, parece que sim. Ele é um cara incrível, divertido, e é ótimo estar por perto dele. Mas tem algo... algo que me faz sentir um desconforto que eu não consigo explicar.

Fiquei em silêncio por um momento, processando o que ela estava dizendo. Mafê sempre foi uma pessoa muito intuitiva, e se ela estava sentindo algo assim, era importante prestar atenção.

Eu: — Talvez esse desconforto seja porque você ainda não está pronta para algo mais sério, ou talvez você sinta que algo está fora do lugar. Mas é importante que você seja sincera consigo mesma, Mafê. Não precisa se forçar a nada.

Ela assentiu, parecendo um pouco mais aliviada por compartilhar aquilo comigo.

Mafê: — Obrigada, Daniel. É complicado, sabe? Eu só não quero machucar ele, e também... não quero me machucar no processo.

Eu coloquei uma mão no ombro dela, tentando confortá-la.

Eu: — Você vai saber o que fazer no tempo certo. E seja qual for a decisão, nós vamos estar aqui por você, sempre.

Ela sorriu levemente, agradecida, e então nos juntamos ao resto do grupo para nos preparar para o que viria naquela noite.

Já era tarde quando decidimos ir à igreja abandonada. O ambiente estava pesado, como se uma sombra invisível pairasse sobre nós desde que saímos da casa. Isabela e Ana também vieram, apesar dos nossos protestos iniciais. Isabela insistiu que não deixaria a filha sozinha de novo, e Ana parecia determinada a enfrentar o que quer que estivesse por trás de tudo.

Kawan: — Como vocês tiveram coragem de entrar num lugar desses?

Isabela: — Foi a pura curiosidade.

Chegamos à igreja, uma construção antiga e em ruínas, cujas paredes desgastadas pelo tempo estavam cobertas por símbolos que pareciam pulsar com energia negativa. O vento assobiava por entre os vitrais quebrados, e o cheiro de umidade misturado com algo podre enchia o ar.

Ellen imediatamente começou a gravar com a câmera que Yuri emprestou pra ela, enquanto Jorge examinava atentamente os símbolos e marcas nas paredes, tentando entender o que significavam. Eu fiquei ao lado de Ana e Isabela, que estavam visivelmente nervosas, mas tentando se manter firmes.

Jorge: — Esses símbolos... eles fazem parte de um ritual de invocação. Algo grande está prestes a acontecer aqui. São muito semelhantes ao pedaço do ritual que achamos antes.

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⏰ Última atualização: Oct 18 ⏰

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