Ecos de um coração

Capítulo 16: Construindo pontes.

O clima entre Jennie e Lisa estava tenso após todas as brigas e desentendimentos. O ciúme havia criado um abismo entre elas, e ambas sentiam o peso disso. Jennie, insegura, começava a se perguntar se suas cobranças haviam empurrado Lisa para longe. Lisa, por sua vez, sentia que não conseguiria mais continuar com a constante tensão.

Decididas a tentar salvar o que tinham, Lisa sugeriu que tirassem um dia para ficarem sozinhas, longe de tudo. Sem os olhares da família de Jennie, sem os amigos e sem distrações. Apenas elas duas, tentando se reconectar.

Em uma tarde tranquila, caminharam por um parque afastado da cidade, onde o silêncio preenchia os vazios deixados pelas discussões. O som de suas passadas suaves ecoava na trilha, enquanto as árvores balançavam com o vento. Lisa quebrou o silêncio:

— Eu não te cobro tanto, Jennie, porque confio em você. Eu sei que você me ama, mas o amor não precisa ser provado com ciúmes... — disse, olhando para o chão enquanto caminhava, evitando o olhar intenso de Jennie.

Jennie parou e segurou o braço de Lisa, obrigando-a a encará-la.

— Mas, Lisa, se eu não sentisse ciúmes... se eu não te cobrasse... isso significaria que eu não me importo com você, que o amor acabou! Eu faço isso porque te amo demais, porque tenho medo de te perder! — Jennie declarou, a voz quebrando ao fim.

Lisa suspirou, tentando encontrar as palavras certas. Sabia que Jennie não estava errada por sentir ciúmes, mas a intensidade disso as estava destruindo.

— Eu entendo que você tenha medo... — começou, agora olhando diretamente nos olhos de Jennie. — Mas a confiança tem que ser a base do nosso amor. E eu confio em você... e preciso que confie em mim também. Não quero que o ciúme nos destrua.

Jennie abaixou o olhar, lutando contra as lágrimas que se formavam. Por tanto tempo, ela acreditara que as cobranças eram um sinal de amor. Mas talvez, só talvez, estivesse sufocando a relação.

Lisa então retirou algo do bolso de sua jaqueta: um pequeno colar com um pingente discreto, mas significativo.

— Quero que fique com isso... — disse, colocando o colar no pescoço de Jennie. — Esse é o símbolo da nossa confiança. Eu confio em você, e isso é o que realmente importa.

Jennie tocou o pingente com os dedos, emocionada. Pela primeira vez, sentiu que talvez pudesse aprender a lidar com suas inseguranças. Talvez o amor verdadeiro não precisasse ser tão doloroso.

Elas terminaram o dia de mãos dadas, caminhando lado a lado, sem dizer uma palavra a mais. Havia muito trabalho a ser feito, muitos problemas a enfrentar. Mas, pela primeira vez em muito tempo, Jennie e Lisa sentiam que podiam construir pontes, em vez de cavar abismos.