Ecos de um coração

capítulo 15: Retornando ao passado.

Após semanas de altos e baixos, onde as discussões e as reconciliações quase formavam um ciclo, Jennie e Lisa se encontravam em um novo tipo de calmaria. Não era a calmaria que antecedia a tempestade, mas uma pausa necessária, quase como uma pausa entre rounds, onde as duas percebiam que algo mais profundo precisava mudar.

Sentadas no sofá da casa de Jennie, elas trocavam olhares tímidos, sem saber como iniciar a conversa que ambas sabiam ser necessária. O silêncio, pela primeira vez, não parecia ser incômodo. Era um convite à reflexão.

"Eu andei pensando..." Jennie quebrou o silêncio, olhando para as próprias mãos. "Sobre nós. Sobre tudo o que passamos."

Lisa olhou para ela, hesitante, mas interessada. "E o que você pensou?"

Jennie suspirou, como se estivesse tirando um peso de seus ombros. "Eu sei que sou difícil, que sou controladora às vezes. Quando sinto ciúmes, é porque... bom, eu tenho medo de perder você. E sei que isso acaba te sufocando."

Lisa assentiu. "Eu sei que você só quer proteger o que temos. E eu também cometi erros. Talvez eu não tenha sido clara o suficiente sobre os meus próprios sentimentos. Eu me envolvi com pessoas, mas nunca quis te machucar."

Havia um alívio nas palavras de ambas, como se, finalmente, estivessem dando voz ao que sempre ficou nas entrelinhas. Jennie olhou para Lisa com uma expressão suave, diferente da intensidade que ela geralmente carregava em seus olhos. "Eu só quero que a gente consiga achar um jeito de não deixar essas inseguranças nos destruir."

Lisa aproximou-se, segurando a mão de Jennie. "Eu também quero isso. E acho que, se a gente parar de tentar controlar o que o outro sente ou faz, talvez a gente consiga viver melhor juntas."

Jennie sorriu, embora seu coração ainda carregasse certa incerteza. "Você acha que é possível? Depois de tudo?"

Lisa apertou levemente a mão dela. "Acho que podemos tentar. A gente já passou por tanta coisa. Talvez seja hora de reconstruir, de uma maneira mais forte."

As duas ficaram em silêncio novamente, mas desta vez, havia um acordo tácito entre elas. Era hora de fazer o esforço consciente para não repetir os mesmos erros. Não seria fácil, mas, pela primeira vez em muito tempo, elas estavam dispostas a enfrentar os desafios de cabeça erguida, juntas.