Capítulo 17: Entre quedas e recomeços.

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Os dias seguintes à conversa no parque trouxeram uma sensação de paz para Jennie e Lisa. As noites eram mais tranquilas, as risadas voltaram a ser constantes, e a intimidade parecia reavivar com cada olhar. Lisa usava o colar que havia dado a Jennie como um lembrete da confiança que tentavam construir. No entanto, velhos fantasmas não são facilmente exorcizados.

Jennie, apesar de todo o esforço, ainda se via tomada por uma angústia que crescia sempre que via Lisa se aproximar de outras pessoas. As redes sociais não ajudavam: uma curtida aqui, uma nova amizade ali. Cada pequena notificação parecia um golpe em sua confiança, lembrando-a de todas as vezes que sentiu medo de perder Lisa.

Em uma noite, enquanto Lisa estava no quarto falando ao telefone com um amigo de infância, Jennie, sozinha na sala, sentiu a onda de insegurança inundar sua mente. As risadas vindas do quarto ecoavam pela casa, e, mesmo sem motivo concreto, Jennie não conseguia conter a sensação de que algo estava errado. Ela respirou fundo, mas a ansiedade era mais forte.

— Quem era? — perguntou Jennie, tentando soar casual quando Lisa voltou para a sala.

— Era o Minho. Aquele amigo do colégio, lembra? — Lisa respondeu, sem perceber a tensão no ar.

Jennie assentiu, mas algo em sua expressão mudou. As palavras ficaram presas na garganta, mas o ciúme corroía por dentro. Ela sabia que precisava confiar, como haviam discutido antes, mas a insegurança falava mais alto.

— Você ainda fala bastante com ele, né? — Jennie finalmente deixou escapar, a voz mais afiada do que pretendia.

Lisa levantou o olhar, surpresa com o tom de Jennie.

— Sim, ele é meu amigo, Jennie. Já falamos sobre isso... — Lisa respondeu, tentando manter a calma.

O silêncio que se seguiu foi pesado, e Jennie, com os punhos cerrados, lutava entre o desejo de explodir e a vontade de se conter. A insegurança e o ciúme estavam presentes de novo, como uma sombra que nunca desaparecia completamente.

— Mas e eu? Eu sinto que você não me coloca em primeiro lugar... — Jennie sussurrou, a voz quebrada pelo medo de ser deixada para trás.

Lisa respirou fundo, sentindo a tensão aumentar novamente. Sabia que estavam prestes a voltar ao ponto de partida, mas dessa vez, ela estava mais preparada.

— Jennie... eu te escolho todos os dias, mas eu também preciso de espaço para ser quem eu sou. O Minho não muda nada entre nós. Mas se a gente continuar assim, vai ser difícil... — Lisa disse, com sinceridade na voz, aproximando-se de Jennie e segurando suas mãos.

Jennie se afastou por um segundo, como se lutasse com suas próprias emoções. Ela sabia que Lisa estava certa, mas a voz do ciúme ainda falava mais alto. O medo de perder Lisa para outra pessoa a deixava vulnerável, mesmo quando não havia motivos reais para isso.

— Eu só... eu só quero que você me ame o suficiente para nunca me deixar — Jennie confessou, sentindo as lágrimas ameaçarem cair.

Lisa a abraçou forte, como se quisesse afastar todos os medos de Jennie.

— Eu nunca vou te deixar, mas precisamos aprender a confiar uma na outra. Se não, a gente nunca vai ser realmente feliz... — Lisa sussurrou, beijando a testa de Jennie com carinho.

As palavras de Lisa atingiram Jennie em cheio, e, pela primeira vez, ela começou a entender que o ciúme, mais do que proteger o amor, estava aos poucos o destruindo. Talvez fosse o momento de aprender a amar de uma forma diferente, menos possessiva e mais confiante.

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