Capítulo 5

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NATHALY

— E se for a Marina? Você sabe que ela não gosta de mim.

Manu vai dormir aqui em casa hoje, porque os pais dela estão tendo um "encontro de primeira vez" — sim, primeira vez. Segundo eles, isso ajuda a manter o amor vivo e sempre se lembrarem por que se apaixonaram.

— Mas por que ela gastaria os poucos neurônios que tem para escrever todas essas cartas?

— Justamente, porque ela me odeia.

— Eu ainda acho que não. — Mas relaxa amiga. Vamos descobrir. Agora vai dormir, porque eu estou com sono — disse Manu, já sonolenta.

Mas eu não. Só de pensar na possibilidade de Marina estar fazendo isso só para me provocar, fico sem sono. E se for o Lucas...? Não, melhor nem considerar. Preciso dormir. Amanhã tem aula, e preciso acordar cedo.

Pedalando minha bicicleta até a escola, vou pelas ruas dessa cidade que gosto tanto. O vento no meu rosto é libertador, mas ops... preciso tomar cuidado, sempre tem uns loucos por aí que não respeitam os ciclistas.

Manu não vai me levar para a escola hoje, então resolvo ir de bicicleta. Não tem coisa melhor. Tudo bem, demora um pouco mais, mas como não estou atrasada, vou aproveitar o momento. Passo por alguns alunos que também estão indo para a escola, adultos a caminho do trabalho.

E... ouço o barulho de uma moto, alto, se aproximando rápido demais. Olho para trás, tentando me equilibrar, e o som só aumenta. Estou perto da calçada, não tem perigo. Mas, num movimento brusco, vou um pouquinho para a rua. O motoqueiro barbeiro passa muito perto de mim. Reconheço a moto. Ah não... O safado nem pede desculpas, quase me atropela e segue como se nada tivesse acontecido.

Estou furiosa. Deixo minha bicicleta trancada num lugar seguro e vou em direção à entrada da escola. No corredor, vejo o canalha conversando com um dos amigos perto dos armários.

— Vem cá, você não olha por onde anda, não? — falo, me aproximando deles.

— Calma, gatinha, o que aconteceu?

— Hoje, mais cedo, quando VOCÊ quase me atropelou! E não me chama de gatinha!

— Cara, preciso ir — o amigo se despede, saindo de fininho.

— Como assim? — ele responde, fingindo não entender minha raiva.

— Você anda igual um louco!

— Eu não tenho culpa se você é barbeira e fica andando no meio da rua.

— Eu NÃO estava no meio da rua, estava na calçada! Você é que dirige mal!

— Se você quer desculpa, eu peço... — ele finalmente cede — Desculpa. Tá bom pra você?

— Bom não tá, mas vou deixar passar... dessa vez — aponto o dedo para ele, sem me dar por vencida.

— Olha, eu preciso ir agora... Gatinha — ele solta com um sorriso debochado, já se afastando.

— Não me chama de... — mas ele já saiu andando.

Sério, já comentei sobre Eduardo? Não? Bom, alguns o chamam de "gêmeo número dois", porque ele nasceu por último. Ele odeia esse apelido. Na escola, existem vários grupos: os nerds esquisitos, os nerds não esquisitos, os jogadores, os que vêm para não fazer nada... E claro, o grupo do Eduardo.

Natan, por exemplo, é muito bonito, só não é muito inteligente. Alto, atlético, com cabelos loiros e sedosos, e covinhas que são uma fofura.

Erick é mais... gótico, sempre de preto, mesmo no calor infernal. Ele é tipo o Jacob Black de Crepúsculo. Bonito e gente boa. Dizem até que ele já foi preso, mas acho que é mentira. Ano passado fizemos um trabalho de biologia juntos e tiramos nota 10. Ele é super inteligente.

Conquistando Seu CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora