Capítulo 4

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NATHALY

Na sala de aula, a professora ainda não havia chegado, e o ambiente estava uma bagunça. Alguns alunos estavam em cima das mesas, as garotas populares riam alto, enquanto os meninos do futebol discutiam sobre o próximo jogo. Os nerds comentavam sobre a série que estreou na noite anterior, e eu confesso que adoraria participar da conversa deles.

Meu lugar sempre é na segunda fileira, terceira carteira, foi um combinado da professora com a turma até o fim do ano, segundo ela “ajuda a manter a disciplina dos alunos”.

Estou sozinha aqui… Quero dizer, as meninas são de outra turma, então, basicamente, estou sozinha. Nina está sentada na minha frente, e estamos conversando sobre mais cedo. – Dá um tempo para ela, – eu disse.
– Tá. – Mas ela poderia ser mais simpática.
– Ela vai. Rimos juntas, nossa conversa estava boa. Então percebi que ela está olhando fixamente para algo atrás de mim. Quando me viro, encontro Eduardo e seu grupo, sua postura estava relaxada e seu olhar está fixo em mim, eu o encaro de volta – Vocês estão ficando? – perguntou ela, com um sorriso curioso.

– Quem? – respondi, tentando parecer despreocupada.

– Ele não para de olhar pra cá… – ela fez uma pausa, com um olhar insistente. – Quero dizer pra você!

Soltei uma risada, balançando a cabeça em negação. – Não, – Você está viajando!.

– Hum… entendi.

Olho para trás novamente e ele continua me encarando. Sinto uma vontade de ir até ele e dizer: “Perdeu alguma coisa aqui”. Até o contato visual ser quebrado, pois meu celular vibrou em cima da mesa com uma notificação.

Vitória:
Vamos resolver esse mistério no intervalo.

Manu:
Vai estudar vitória.

Vitória:
Você também lindinha.

Temos um grupo de apenas três amigas. Deixo o celular na mesa e pego um livro para me distrair. Estava indo bem na leitura até que entram Marina e Lucas, seguidos por Érica, que agora são inseparáveis.

Estudar com eles na mesma sala é um tormento, principalmente porque Marina decidiu que me odeia. Não sei por quê, já que foi ela quem ficou com meu ex-namorado. Eu deveria ser a que tem raiva, não?

Erica, garota chata ninguém suporta, algum tempo atrás ela resolveu que deveria fazer bullying comigo, só não contava que eu reagiria, então quando as vi juntas pela primeira vez fiquei… em choque “como ela pode ser amiga de uma pessoa que é racista” ainda mais com a “amiga dela”.

Eu sempre pensei que o inimigo do meu amigo não é meu amigo. É uma frase pesada, eu sei, mas não consigo encontrar outra que defina essa situação. Portanto, minha conclusão é que elas são iguais.

Me perguntei algumas vezes como não vi, como não percebi, quem era Marina de verdade. Já Lucas, o que falar dele né! Dispenso comentários.

Os três entram, e as duas me lançam olhares de deboche e julgamento. Durante as férias, consegui ter um pouco de paz, mas agora vou ter que aturar essa situação até o fim do ano. A ideia de conviver com essa tensão me deixa ainda mais irritada, enquanto tento me concentrar no livro, sabendo que o que mais quero é evitar qualquer confronto.

Falando em férias eu e minha mãe viajamos fomos para a praia, foi muito bom e divertido passamos um tempinho juntas curtindo. Distraída nos meus pensamentos, não vi quando a professora entrou e… ela está falando comigo?! –

— Você me ouviu?

— Desculpe, não ouvi.

Atrás de mim, ouço sussurros e risadinhas, e a irritação mistura-se à vergonha.

Conquistando Seu CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora