Little Angel, Big men.

Capítulo 7 - Pós-festa, ai ai ressaca moral!!!

Após o fim da festa, todos estavam exaustos e decidiram deixar a bagunça para o dia seguinte. As luzes foram apagadas, e o silêncio tomou conta da casa. Anthony acompanhou Âmbar até a porta do quarto, sorrindo com o jeito calmo e protetor que ele sempre demonstrava.

— Vou contar os minutos para te ver de novo amanhã — ele disse, inclinando-se levemente para ela. — Boa noite, Âmbar.

Ela sorriu, sentindo o coração bater mais rápido com a doçura dele. Após se despedirem, Âmbar entrou no quarto, mas, mesmo cansada, não conseguia dormir. Seus pensamentos estavam a mil, os beijos com Anthony, as provocações de Jota, e, acima de tudo, a confusão em seu coração.

Depois de muito tentar dormir, decidiu que uma água a ajudaria a relaxar. Silenciosamente, Âmbar desceu até a cozinha. Ao chegar lá, a última coisa que esperava era encontrar Jota, sentado casualmente no balcão, com uma expressão pensativa.

— Não consegue dormir também? — ele perguntou sem levantar os olhos, mas ela sabia que ele já havia notado sua presença antes mesmo de ela falar.

— Acho que a festa ainda está na minha cabeça — ela respondeu, abrindo a geladeira e pegando uma garrafa de água.

— Ou outra coisa, né? — Jota sorriu, erguendo uma sobrancelha de forma provocativa.

Ela revirou os olhos, sentindo aquele misto de irritação e atração que ele sempre provocava.

— Charlotte, sério? — ela perguntou, tentando parecer indiferente.

Jota deu de ombros.

— Todos nós temos nossos métodos para lidar com as coisas, até mesmo você, Amber,  com o Anthony.

Âmbar suspirou, olhando para ele. Aquele nome "Amber" dito por Jota a irritava e, ao mesmo tempo, a fazia questionar se ele se importava mais do que demonstrava.

A tensão entre os dois era palpável.

— Você não precisa me provocar. Eu sei que tem algo te incomodando — ela disse, puxando a cadeira para sentar na frente de Jota. Seus olhos fixos nos dele, transmitindo a compreensão que ele tanto evitava.

Ele suspirou e esfregou a mão pelo rosto, exausto.

— Eu sei que você sabe. Acho que é por isso que... — Ele parou por um momento, como se as palavras fossem difíceis de sair. — Acho que é por isso que você me irrita tanto.

Âmbar sorriu de leve. Já havia percebido isso. A conexão entre eles era estranha, como um fio invisível que os puxava um para o outro, mesmo quando ambos tentavam resistir.

— Charlotte... ela não significa nada, sabe? — Jota disse de repente, quebrando o silêncio que se instalou. — Só... parece mais fácil fingir que posso controlar alguma coisa na minha vida, quando na verdade, tudo está escapando pelos meus dedos.

Ela assentiu lentamente, entendendo mais do que ele dizia. Não era só sobre Charlotte.

— Nem tudo precisa estar sob controle o tempo todo, Jota — Âmbar respondeu suavemente, sentindo o coração bater mais forte ao ver a vulnerabilidade dele.

— Falar é fácil. Mas é difícil quando todo mundo espera que você seja algo que talvez você nem quer ser — ele desabafou, sem olhar diretamente para ela.

Eles já haviam falado sobre isso antes, mas era tudo muito confuso na cabeça de Âmbar. Era uma parte do vínculo que existia ente eles, ambos se entendiam em um nível mais profundo, além das aparências e provocações. E agora, ela via claramente a luta interna de Jota.