Página 1 - Águas Frias.

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Página 1 - Águas Frias

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Página 1 - Águas Frias.

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Quando eu finalmente fiquei de pé, ainda sendo segurado pelo outro, seguimos em direção à água, sentindo a areia macia afundar sob nossos corpos.

Não nos incomodamos se estávamos entrando de roupas ou de sapatos, porque isso não interferiu em absolutamente nada, principalmente quando queríamos apenas fazer a confusão de nosso âmago sumir um pouco e deixá-la nadar para o fundo do oceano e se encontrar com os outros fantasmas.

O som das ondas quebrando na praia ecoavam em nossos ouvidos, criando uma sinfonia calmante que nos envolveu um pouco mais assim que estávamos com a água batendo pouco mais da metade de nossas coxas.

Eu o encarei e enxerguei uma mistura de emoções em seus lumes: esperança, vulnerabilidade, e uma pitada de medo.

Sem pensar muito, entrelacei nossos dedos fortemente.

O oceano pareceu crescer mais ainda diante de nós, imenso e imponente, convidando-nos a mergulhar em suas profundezas desconhecidas.

Eu confirmei que era apenas mais uma entidade nos convidando, mas não faria nada. Ela não era que nem o que chorava atrás de nós dois porque estávamos o abandonando.

Com um aperto, transmiti uma mensagem silenciosa de apoio. Ele devolveu, e dessa forma, tomamos a decisão de nos aventurar nas águas.

A cada passo que dávamos, o contato gelado em nossa pele era um choque. Nossos corpos tremiam, e quando percebi, o rapaz ao meu lado estava rindo sozinho quando uma onda chegou perto de seu rosto. Provavelmente o fez cócegas, porque é assim que o mar se comporta.

Te traz alegria, te dá nostalgia, e quando está confortável o bastante, te leva para o fundo.

Ele te deixa a vontade.

Flutuamos, deixando que as ondas nos guiassem suavemente para frente e para trás.

Ele foi o primeiro a mergulhar, e demorou bastante tempo. Tanto para que eu me perguntasse se sem querer, o havia deixado ser levado ou ele apenas tinha fôlego o suficiente para aguentar tanta pressão.

Meu âmago se tornou cinzas e experimentei outra vez o vazio.

No entanto, ele logo reapareceu, passando as mãos pelo rosto enquanto respirava profundamente e batendo os dentes pelo frio. Logo me encarou profundamente e se aproximou outra vez, passando os dedos em meus cabelos ainda secos e colocando-os para trás de minha orelha.

"Jungwon." falou, mas não pareceu querer contar nada, tampouco me perguntar.

Era apenas um chamado.
Quem sabe, uma afirmação para ele mesmo de que esse é o meu nome.

A vontade de escutar em sua própria voz.

"Jungwon."
"Jungwon, você é de verdade?"

Ou era apenas o medo tomando conta dele mais uma vez e o receio de que tudo não passasse de algo que sua imaginação estaria criando para não se sentir tão sozinho.

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⏰ Última atualização: 7 days ago ⏰

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Non Amare | JaywonOnde histórias criam vida. Descubra agora