Dois País Uma Família

decisão difícil

Capítulo 13:

Hana caminhava pelas ruas da Vila Oculta da Folha em direção à casa temporária onde estava com Ciel e Cibele. A proposta de Naruto ecoava em sua mente. Trabalhar ao lado de Shikamaru como secretária do Hokage? Isso era algo que ela nunca havia imaginado, mas a situação atual entre as aldeias exigia decisões estratégicas e políticas, e Naruto via nela uma aliada crucial.

Seus pensamentos a levavam de volta para a Areia, para Gaara. Ele sempre fora um líder calmo e ponderado, mas também sabia o quão profundamente ele confiava nela. Como Kazekage, ele compreendia a necessidade de uma ponte forte entre a Folha e a Areia, mas aceitar essa proposta significaria ficar longe dele e das crianças por um tempo indeterminado.

Ao chegar em casa, encontrou Ciel brincando no quintal com pequenos redemoinhos de areia que ele controlava com uma facilidade natural. Ele era jovem, mas seu controle sobre a areia já impressionava todos ao redor. Cibele, por outro lado, estava sentada em silêncio, contemplando seus próprios pensamentos enquanto seus olhos cintilavam com a intensidade do Sharingan. Ela parecia estar esperando por algo, talvez o retorno da mãe para continuar o treinamento que haviam começado.

— Mãe! — Ciel correu até Hana, com os olhos brilhando de empolgação. — Quando o papai volta? Eu quero mostrar a ele o que aprendi com a areia!

Hana sorriu e acariciou a cabeça de Ciel. — Em breve, Ciel. Ele está cuidando da vila, mas logo vai voltar para ver tudo o que você aprendeu.

Cibele se levantou devagar, cruzando os braços. — Como foi a reunião com o Hokage?

Hana suspirou, sabendo que não poderia esconder a verdade de seus filhos. Eles tinham o direito de saber sobre a proposta de Naruto.

— Naruto me fez uma proposta importante — começou Hana, olhando para ambos. — Ele quer que eu fique aqui na Folha e trabalhe ao lado de Shikamaru, como conselheira e secretária dele. A situação entre as aldeias está tensa, e ele acha que minha experiência pode ajudar a manter a paz.

Cibele levantou uma sobrancelha, surpresa. — E você vai aceitar?

Hana hesitou por um momento. — Eu ainda não sei, Cibele. Isso significa ficar longe de vocês e de Gaara por um tempo. Não é uma decisão fácil.

Ciel, sem entender completamente a complexidade da situação, perguntou inocentemente: — Nós vamos ficar aqui na Folha também?

Hana sorriu suavemente para ele. — Isso é algo que ainda precisamos discutir com seu pai. Não quero tomar nenhuma decisão sem falar com ele antes.

Enquanto a tarde se transformava em noite, Hana se preparava para entrar em contato com Gaara. Ela sabia que precisaria discutir a proposta com ele antes de tomar qualquer decisão. Afinal, Gaara era mais do que apenas o Kazekage — ele era seu companheiro de vida, o pai de seus filhos, e sua opinião era essencial.

Hana entrou em um dos quartos, onde preparou um selo de comunicação, uma técnica especial que ela e Gaara haviam desenvolvido para se comunicarem mesmo à distância. Ao ativá-lo, a voz de Gaara ecoou levemente pelo ambiente.

— Hana, está tudo bem? — a voz de Gaara soava calma, como sempre, mas ela podia sentir que ele sabia que algo importante estava em jogo.

— Está tudo bem, Gaara — disse Hana, sentindo um misto de alívio ao ouvir sua voz. — Mas temos que conversar. Naruto me fez uma proposta. Ele quer que eu fique aqui na Folha, como secretária dele, ajudando a manter o equilíbrio entre as aldeias.

Houve um breve silêncio do outro lado. Hana sabia que Gaara estava processando a informação com seu habitual jeito sereno.

— Entendo — respondeu ele, finalmente. — E o que você acha disso?

— Acho que é uma grande responsabilidade, mas também significa ficar longe de você e das crianças por um tempo. Eu não sei se é o melhor para nossa família — disse Hana, sem esconder sua hesitação.

Gaara permaneceu em silêncio por mais alguns segundos. Ele sabia que a proposta de Naruto tinha peso, e compreendia que a vila da Folha precisava de alguém como Hana para lidar com questões políticas delicadas. No entanto, ele também sabia o que significava para ela ficar longe da Areia, de casa.

— Hana — começou Gaara, sua voz firme, mas com uma suavidade reconfortante — você sempre soube equilibrar suas responsabilidades como ninja e como mãe. Se Naruto confia em você para essa posição, é porque ele vê em você a capacidade de manter a paz, algo que também quero para o futuro de nossos filhos. Se você acha que isso é o certo, eu confio em sua decisão.

Hana sentiu um nó na garganta. Mesmo à distância, Gaara sempre demonstrava um apoio incondicional. Sua confiança nela a fortalecia.

— Obrigada, Gaara. Vou pensar com cuidado, mas fico aliviada em saber que posso contar com você — disse Hana, com uma calma renovada.

— Sempre pode — respondeu Gaara. — E lembre-se, nossos filhos são fortes. Eles entenderão suas escolhas, assim como eu. Você sabe o que é melhor para eles e para nós.

Quando a comunicação terminou, Hana ficou em silêncio, olhando para o selo. Gaara havia dado sua bênção, e isso aliviava parte do peso em seu peito. No entanto, a decisão ainda era difícil. Ela sabia que suas escolhas moldariam não apenas seu futuro, mas o de seus filhos e a relação entre as vilas.

Na manhã seguinte, Hana acordou cedo, sentindo-se mais decidida. Ela encontraria Naruto e Shikamaru novamente para dar uma resposta.

Quando chegou ao gabinete do Hokage, Naruto a recebeu com sua típica energia.

— Então, Hana, já decidiu? — perguntou ele, direto como sempre.

Hana respirou fundo, olhando para ele e Shikamaru.

— Aceito a proposta. Vou ficar na Folha e ajudar como secretária, mas com uma condição. Preciso de flexibilidade para visitar minha família na Areia sempre que for necessário. Não posso me afastar completamente deles.

Naruto sorriu amplamente, claramente aliviado e feliz com a decisão. — Isso é mais do que justo! Com certeza podemos fazer isso funcionar, Hana. Você vai ser uma grande ajuda, e prometo que cuidaremos disso da melhor forma possível.

Shikamaru, ao lado, soltou um suspiro de alívio, mas com o típico tom cansado. — Ótimo. Com você aqui, talvez essa montanha de papelada não seja tão problemática.

Hana sorriu levemente, sabendo que a decisão era importante e que, a partir daquele momento, ela teria um papel crucial na paz entre as aldeias. O futuro seria desafiador, mas ela estava pronta para enfrentá-lo — com sua família ao seu lado, mesmo à distância.